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Xadrez

- Publicada em 04 de Setembro de 2023 às 20:24

Clube de xadrez de Porto Alegre realiza torneio em homenagem a enxadrista gaúcho com a presença de dois campeões brasileiros

Krikor Mekhitarian (e) e André Diamant foram os destaques do evento promovido pelo Metrópole Xadrez Clube

Krikor Mekhitarian (e) e André Diamant foram os destaques do evento promovido pelo Metrópole Xadrez Clube


Rafael Zanotti/Especial/JC
Na última sexta-feira (25), o Metrópole Xadrez Clube, fixado na rua Vigário José Inácio, no Centro Histórico de Porto Alegre, promoveu um torneio de xadrez que homenageava um lendário enxadrista gaúcho falecido em 2020. A edição de 2023 da Copa Francisco Trois foi a segunda edição da competição que já se fixou como uma das prioridades no calendário do clube e de seus jogadores. Com 63 jogadores participando do torneio, o grande destaque ficou por conta da presença de dois Grandes Mestres de Xadrez: André Diamant, cearense campeão brasileiro em 2008, e Krikor Mekhitarian, paulistano campeão em 2012 e 2015.

Na última sexta-feira (25), o Metrópole Xadrez Clube, fixado na rua Vigário José Inácio, no Centro Histórico de Porto Alegre, promoveu um torneio de xadrez que homenageava um lendário enxadrista gaúcho falecido em 2020. A edição de 2023 da Copa Francisco Trois foi a segunda edição da competição que já se fixou como uma das prioridades no calendário do clube e de seus jogadores. Com 63 jogadores participando do torneio, o grande destaque ficou por conta da presença de dois Grandes Mestres de Xadrez: André Diamant, cearense campeão brasileiro em 2008, e Krikor Mekhitarian, paulistano campeão em 2012 e 2015.


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A Copa Francisco Trois homenageia lendário enxadrista canoense. FOTO: Rafael Zanotti/Especial/JC

O homenageado enxadrista Francisco Terres Trois foi um Mestre Internacional de Xadrez nascido em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), no ano de 1946. O Rio Grande do Sul já foi casa de grandes enxadristas brasileiros, sendo a terra de Henrique Mecking e Giovanni Vescovi dois dos 15 Grandes Mestres de Xadrez que o Brasil já teve ao longo da história. Francisco, mesmo não tendo se tornado Grande Mestre, tendo ficado com a segunda maior titulação possível para um enxadrista, a de Mestre Internacional, teve um grande destaque na história do xadrez nacional por algumas razões, dentre elas, seu caráter. Iran Bayer, diretor técnico do Metrópole Xadrez Clube e um dos organizadores do torneio, comentou sobre a memória de Trois. "Uma pessoa de uma índole fantástica, uma pessoa calma, tranquila e tinha muita paciência com as crianças, o que eu acho fundamental", destacou o diretor.
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Ao todo, 63 jogadores participaram da competição que se iniciou na sexta-feira e foi até o domingo.FOTO: Rafael Zanotti/Especial/JC

Em sua carreira, Trois representou o Brasil em 3 Olimpíadas de Xadrez, nos anos de 1972, 1978 e 1982, e também empatou com o Grande Mestre Jaime Sunye no primeiro lugar do Campeonato Brasileiro de Xadrez de 1980, ficando em segundo pelos critérios de desempate no sistema de pontuação. Um dos momentos mais marcantes da carreira de Francisco Trois, que ele contava com orgulho em entrevistas, ocorreu nas Olimpíadas de Xadrez de 1980, quando ele estava acompanhando a equipe brasileira na competição que acontecia em Valeto, capital do país mediterrâneo de Malta, ao sul da Itália. Ao caminhar nas ruas da capital maltês, Trois se deparou com Mikhail Tal, ex-campeão mundial de xadrez e frequentemente citado como um dos 10 melhores jogadores de todos os tempos. Conhecido pelo seu estilo de jogo agressivo e cálculo profundo, que lhe rendeu a alcunha de 'O Mago de Riga', pois era natural de Riga, capital da Letônia. Quando Trois avista Tal do outro lado da rua na cidade de Valeto, o inesperado acontece: o grande jogador letão atravessa a rua e, sorridente, cumprimenta o brasileiro. Os dois haviam se enfrentado 1 ano antes, em 1979, em um torneio internacional, e a simpatia de um jogador do calibre de Mikhail Tal foi lembrada por Francisco até seus últimos dias.

Dois brasileiros campeões disputam título

O torneio foi dividido em 5 rodadas. Uma delas na sexta-feira, duas no sábado e as duas últimas no domingo. Na quinta e última rodada, ocorreu a partida mais aguardada do torneio: os Grandes Mestres André Diamant e Krikor Mekhitarian se enfrentaram em um jogo acirrado que durou mais de 4 horas. O tempo padrão das partidas era de 1 hora e meia para cada jogador, com 30 segundos de acréscimo por lance jogado, o que estendia a duração das partidas por horas. Na partida, André conseguiu ganhar iniciativa e pressionou Krikor, mas no final, com poucas peças restando no tabuleiro, os jogadores acordaram um empate. Eles ficaram então empatados na primeira colocação. Nos critérios de desempate determinados por um sistema, que leva em consideração o desempenho dos adversários anteriores de cada jogador, Krikor saiu campeão. Mais do que uma disputa pessoal entre dois grandes jogadores, a partida foi um espetáculo para todos que estavam jogando o torneio. Conforme as outras partidas se encerravam, as pessoas se aglomeravam ao lado da mesa dos Grandes Mestres para acompanhar a partida.
Enquanto André nunca tinha ido ao Metrópole, Krikor retorna à capital gaúcha após alguns anos. Ele, que já visitou Porto Alegre várias vezes no passado para jogar torneios no próprio clube e no Mercado Público, agora participou desta competição também para se preparar para o Campeonato Brasileiro de Xadrez 2023, que deve ocorrer em dezembro. "Estava há um tempo sem jogar. Joguei este torneio, em breve jogarei mais alguns, e devo jogar o Brasileiro no final do ano. Preciso de um bom desempenho nele pra me classificar para as Olimpíadas (de xadrez) no ano que vem". O Grande Mestre também falou sobre a alegria de visitar o Metrópole: "Sempre bom o carinho do pessoal, é legal visitar o clube. Fazia um tempo que eu não visitava e é bom ver o empenho do pessoal em movimentar ele".

Na cerimônia de premiação e encerramento, o presidente do clube e da Federação Gaúcha de Xadrez, Waldir José Rabuske, relembrou a memória de Trois em uma homenagem prestada através de discurso: "Trois se associou no Metrópole Xadrez Clube em 14 de setembro de 1963. Enxadrista vigoroso e criativo, logo despontou como um dos melhores do xadrez gaúcho. Colecionou vitórias no Rio Grande do Sul e no Brasil, sendo campeão estadual em 1967, 1969 e 1990". A Copa Francisco Trois faz, desde 2022, parte do calendário do Metrópole Xadrez Clube, caminhando para ser um dos eventos mais importantes do xadrez gaúcho.