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Esportes

Seleção Portuguesa

- Publicada em 17 de Março de 2023 às 15:51

Cristiano Ronaldo volta à seleção para apagar imagem de chiliques na Copa

Ronaldo foi convocado para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Eurocopa

Ronaldo foi convocado para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Eurocopa


PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP/JC
No dia seguinte à eliminação de Portugal na Copa do Mundo no Catar, onde os europeus foram superados por Marrocos nas quartas de final, as capas dos principais jornais do país indicavam o fim de uma era.
No dia seguinte à eliminação de Portugal na Copa do Mundo no Catar, onde os europeus foram superados por Marrocos nas quartas de final, as capas dos principais jornais do país indicavam o fim de uma era.
Mais do que a queda no torneio, era como se tivesse chegado a hora de se despedir de nomes importantes da seleção, inclusive, o maior deles: Cristiano Ronaldo.
O craque foi o primeiro português a deixar o gramado do estádio Al Thumama, em Doha, o palco da derrota para os marroquinos. Antes de chegar ao túnel de acesso ao vestiário, quase foi agredido por um torcedor que invadiu o campo. Já na parte interna, foi visto com os olhos marejados, tentando encobrir o rosto com as mãos, mas a frustração era visível.
Não era assim que nem o craque nem os portugueses imaginavam que seria a última imagem dele com a camisa da seleção. Muito menos que a passagem dele pelo Catar seria marcada por polêmicas, como o litígio com o Manchester United às vésperas do torneio e o chilique após ser substituído no último jogo da fase de grupos.
A birra com o técnico Fernando Santos o fez perder seu lugar na equipe. Único jogador a marcar gols em cinco edições de Copa do Mundo, ele começou na reserva o jogo contra o Marrocos. Quando entrou, já no segundo tempo, não conseguiu evitar o revés por 1 a 0.
Três meses após o fim do Mundial e depois de se transferir para o Al Nassr, da Arábia Saudita, o camisa 7 terá uma nova chance de reescrever sua despedida de Portugal. Nesta sexta-feira (17), ele foi convocado pelo técnico Roberto Martinez para as duas primeiras rodadas das Eliminatórias da Eurocopa neste mês, contra Liechtenstein e Luxemburgo.
Disputar a competição já fazia parte dos planos dele antes da Copa. Mas desde a derrota para Marrocos o astro nunca foi taxativo sobre sua continuidade na seleção. Ao longo de sua carreira, porém, mais de uma vez, ele afirmou que defender seu país e jogar a Liga dos Campeões são suas maiores motivações.
No momento, só uma dessas coisas está a seu alcance. CR7 tem o maior número de partidas por uma seleção na história do futebol masculino, com 196 ao todo, um recorde que divide com Bader Al-Mutawa, do Kuwait.
Al-Mutawa ainda está ativo e poderá enfrentar as Filipinas na próxima quinta-feira (23), no mesmo dia em que Portugal recebe o Liechtenstein. Contratado em janeiro para o lugar de Fernando Santos, demitido após oito temporadas à frente da equipe portuguesa, Martinez teve uma conversa com Cristiano Ronaldo antes de convocá-lo.
No encontro, o treinador disse que contava com todos os atletas que estiveram no Catar. Sem falar que a continuidade do camisa 7 na seleção vai beneficiar as finanças da Federação Portuguesa de Futebol, com patrocínios e outros direitos de imagem.
O ídolo português foi o principal responsável por mudar o patamar de Portugal entre as seleções. Foi com ele que país conquistou os dois primeiros títulos de sua história, a Eurocopa de 2016 e a Liga das Nações de 2018-19, na estreia da competição.
As conquistas foram reflexos não só do talento individual de Cristiano Ronaldo, mas também da formação de uma mentalidade vencedora entre os portugueses, que favoreceu o surgimento de duas boas safras de grandes atletas, como alguns dos nomes que estiveram recentemente na Copa do Mundo do Catar: Rúben Dias, Nuno Mendes, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Vitinha, João Félix e Rafael Leão.
Jovens, eles certamente farão parte de todo o ciclo até o próximo Mundial, em 2026, e ainda reconhecem em Cristiano Ronaldo um líder para se inspirar mesmo que ele esteja longe dos grandes centros do futebol -ela soma nove jogos e oito gols pelo Al Nassr, vice-líder da liga saudita, um ponto atrás do Al Ittihad.
Por isso, mesmo que não esteja com o elenco daqui a quatro anos, a presença do camisa 7 neste início de um novo ciclo é importante para o trabalho de Martinez.
"É um processo que temos que enfrentar com naturalidade, com responsabilidade, e tomaremos decisões importantes para o time", afirmou o comandante.
Ele será o quinto treinador a dirigir o astro na seleção. Luiz Felipe Scolari, Carlos Queiroz, Paulo Bento e Fernando Santos passaram pelo cargo antes dele, sendo o brasileiro responsável promover a estreia do jogador, em 2003, num amistoso contra o Cazaquistão.