A Argentina teve um lance de gênio, sofreu, catimbou, reclamou, quase saiu no tapa com os holandeses, levou dois gols nos minutos finais, mas, no fim, saiu do estádio Lusail, nesta sexta-feira (9), com a vaga na semifinal da Copa do Mundo do Catar. Isso graças às defesas, provocações e danças do goleiro Dibu Martínez.
Após empate em 2 a 2 com a Holanda, a seleção sul-americana venceu nos pênaltis por 4 a 3. Martínez defendeu duas cobranças de van Dijk e Berghui. Como já havia sido no título da Copa América de 2021, ele se agigantou na decisão.
A genialidade foi, claro, de Lionel Messi. Com um passe inexplicável, ele abriu a defesa adversária e deixou Nahuel Molina de frente para o goleiro Noppert aos 34 minutos do primeiro tempo. Foi o primeiro gol do lateral com a camisa alviceleste. O próprio camisa 10 depois marcaria de pênalti.
Na próxima terça-feira (20), também em Lusail, a Argentina enfrenta a Croácia, às 16h (de Brasília) por uma vaga na decisão.
Será a chance de a equipe sul-americana se vingar da humilhação de 2018. Os croatas se aproveitaram de uma série de erros defensivos individuais do rival para goleá-lo por 3 a 0 e deixá-lo à beira da eliminação na fase de grupos na Rússia.
A Croácia tem o mesmo espírito de quatro anos atrás, capaz de superar seguidas prorrogações para chegar a uma improvável final. A Argentina é bem diferente do desastroso time comandado por Jorge Sampaoli.
A Argentina tem um Messi inspirado neste Mundial. Foi a partir dos pés dele - que atuou com mais liberdade em um novo esquema tático - que a bola chegou limpa para Molina abrir o placar. Depois, ele converteu um pênalti com extrema tranquilidade e enlouqueceu os torcedores.
O problema argentino, no entanto, atendeu pelo nome do grandalhão Weghorst, de 1,97m. Ele entrou no segundo tempo e precisou de apenas dois minutos para diminuir. Para piorar, no último lance de partida, o atacante girou sobre a zaga em falta ensaiada e empatou, levando a decisão para a prorrogação.
No tempo extra, os sul-americanos pressionaram e ainda acertaram a trave com Enzo Fernández. Já nos pênaltis, foram mais eficientes e arrancaram, na base da tradicional raça argentina, a classificação.
o outro lado da chave, Inglaterra, França, Marrocos e Portugal brigam pelas duas vagas restantes da semifinal - as quatro seleções entram em campo amanhã.