Não é preciso sair da estação Lusail para começar a se impressionar com a arquitetura do Lusail Iconic Stadium, construído para receber dez jogos da Copa do Mundo no Catar, incluindo dois da seleção brasileira e a final.
Se de longe a arena chama a atenção por seu formato que remete a tigelas de tâmaras da época de ouro do artesanato islâmico, de perto, no entanto, causa estranheza não ter turistas por ali, tirando fotos do local, a poucos dias da abertura do Mundial, marcada para o próximo domingo.
Trabalhadores locais e profissionais da imprensa eram os únicos que apareciam com os celulares empunhados para uma selfie diante da arena na manhã desta terça-feira. O local tem capacidade para receber 86.250 pessoas.
Lusail também é uma cidade que carece de vida. Construída a partir do zero pelo governo do Catar a partir de 2005, quando ser sede do Mundial ainda era apenas um sonho, a região pretende usar o torneio justamente para atrair mais moradores.
Idealizada pelo antigo emir xeque Hamad bin Khalifa al Thani, foi projetada para receber uma população de 200 mil habitantes, ao custo de US$ 45 bilhões (R$ 240 bilhões) para a Qatari Diar, uma construtora estatal.
Em vez do barulho de instrumentos musicais e cantorias, o som ao redor era de caminhões, tratores e maquinários. O estádio está pronto, mas seu entorno ainda tem obras de aprimoramento de calçadas, paisagismos, pavimentação de ruas e até algumas lojas estão em reforma.