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Eleições no Grêmio

- Publicada em 10 de Novembro de 2022 às 19:41

Odorico e Guerra disputam o comando do Grêmio pelos próximos três anos

Odorico Roman, da Chapa 1, ou Alberto Guerra, da Chapa 2 comandará o Grêmio pelos próximos três anos

Odorico Roman, da Chapa 1, ou Alberto Guerra, da Chapa 2 comandará o Grêmio pelos próximos três anos


montagem sobre fotos de ALBERTO GUERRA/DIVULGAÇÃO/JC e ODORICO ROMAN/DIVULGAÇÃO/JC
Deivison Ávila
Cerca de 35 mil associados estão aptos a decidir o futuro presidente do Grêmio, em eleição que ocorre neste sábado (12). O mandatário escolhido - Odorico Roman, da Chapa 1, ou Alberto Guerra, da Chapa 2 -, comandará o clube pelos próximos três anos.
Cerca de 35 mil associados estão aptos a decidir o futuro presidente do Grêmio, em eleição que ocorre neste sábado (12). O mandatário escolhido - Odorico Roman, da Chapa 1, ou Alberto Guerra, da Chapa 2 -, comandará o clube pelos próximos três anos.
Após oito anos da gestão de Romildo Bolzan Júnior, um dos dois herdará um clube recém-chegado de uma segunda divisão e com um déficit previsto na casa dos R$ 50 milhões. Ambos prometem profissionalizar a instituição e recolocar o clube no caminho das vitórias.
De forma on-line ou presencial na Arena do Grêmio, o sócio tem das 10h às 17h de sábado para votar. Sem muito tempo para comemorar, a posse do novo presidente está marcada para a próxima quarta-feira, dia 16 de novembro.

Quem é o gremista Alberto Guerra e o que o levou a ser candidato à presidência do Grêmio?

O Alberto Guerra é um advogado, 48 anos, que entrou no departamento jurídico do Grêmio em 1995, depois se tornou conselheiro em 2004 e vice jurídico em 2009. Na sequência foi vice de futebol em 2010 e 2016, depois diretor de futebol em 2018 e 2019. Após o clube passar por esse rebaixamento, fui convidado, com muito orgulho, por movimentos importantes e conselheiros ilustres, que viram em mim, ao mesmo tempo, a experiência de clube e, também a juventude e a energia para liderar esse projeto. As minhas passagens de 2010 e 2016 ficaram marcadas por momentos bem ruins do time, o que me caracterizou por saber reconstruir, que é o que o Grêmio precisa agora.

Quem é o gremista Odorico Roman e o que o levou a ser candidato à presidência do Grêmio?

Ouvia o Grêmio na rádio em Iraí, desde criança, aos 8 anos de idade, e sei como é acompanhar o time morando no Interior. Comecei a frequentar a arquibancada do Olímpico em 1975, sempre com rádio de pilha e almofada nas mãos. Sou sócio do clube há 40 anos, desde 1982. Fui eleito Conselheiro em 2010, passando a ter mais atuação na política interna do clube. Após receber um convite direto do ex-presidente Fábio Koff, entrei no Conselho de Administração na gestão 2013/2014 e permaneci até 2016. Conquistei o Penta da Copa do Brasil em 2016 como diretor de Futebol e fui tricampeão da Libertadores como vice de Futebol em 2017. Sou um gremista fanático e inconformado que, após ver o que está acontecendo com o time, resolveu voltar para tornar o Grêmio campeão novamente.
Jornal do Comércio - Quais as principais ideias do senhor para o futebol do Grêmio? E qual o perfil do profissional que irá comandar a pasta?
Odorico Roman - Acredito em renovar o elenco e fortalecer a base com tecnologia e sistema mais efetivo de captação, usando decisões baseadas em dados para todas as áreas do clube, não em achismos. A prova dessa profissionalização que queremos fazer foi o anúncio do CEO que estará conosco, caso sejamos eleitos: Alex Leitão. Ele é um dos melhores gestores do planeta no assunto futebol.
Alberto Guerra - A política de futebol tem que ser do clube e não do treinador. Como eu sempre digo, tem que ser de dentro para fora e de cima para baixo, ou seja, do presidente até o CT, passando pelos vices, tem que ter hierarquia de fora para dentro do campo, com cabeças pensantes, com recursos humanos para estabelecer processos. Para isso, precisamos de um executivo de ponta, realmente empoderado, que tome decisões, com caráter mais técnico e que saiba contratar. Estamos criando o cargo de gerente de Futebol, mais na parte administrativa, para a implementação dos processos para trabalhar ao lado do executivo. Penso ainda na figura de um auxiliar permanente do clube, algo que não sei como o Grêmio não conta após um longo período sem (desde dezembro de 2021).
JC - Todos sabem o perfil centralizador do técnico Renato Portaluppi e a real possibilidade de manutenção dele no cargo para 2023? Caso ele não fique, qual o perfil de comandante para a sua gestão?
Odorico - Não estamos trabalhando com a possibilidade de o Renato não ficar. Conversamos com ele, há sinalização positiva e pretendemos que ele fique.
Guerra - Qualquer que seja a política que a gente decidir, tenho certeza que se encaixa no perfil do Renato. O Renato é o Grêmio encarnado, tanto como jogador quanto como treinador. Poucas pessoas representam tanto o clube quanto ele. Eu fui o primeiro a trazê-lo, em 2010, quando ninguém acreditava que ele ia ser treinador. Brinco com o Renato que ele é uma estátua. E acredito que ele pode sim nos ajudar nesse processo de reconstrução. Agora, caso ele não fique, prefiro aquele perfil Grêmio 1995, time valente, com raça, força, velocidade, transição rápida. Prefiro esse estilo do que o que tivemos ultimamente, acadêmico, com posse de bola, toque. Os dois são ótimos quando se encontram, mas esse estilo é o meu, particular.
JC - Como o senhor enxerga a relação Grêmio x Arena, restando ainda 10 anos de contrato?
Odorico - A observação do atendimento ao associado nos leva a concluir que a relação com a Arena precisa melhorar. Vamos conversar para entender quais são os pontos que precisam ser melhorados, principalmente em dias de jogos com público maior. Temos também que resolver a questão patrimonial, que é importante. A gestão é outra parte que vamos perseguir para o Grêmio gerir plenamente o estádio, alavancar novas receitas e promover ações que tragam mais retorno para o sócio e para o torcedor. A questão do Olímpico precisa ser analisada do ponto de vista de quais são as reclamações da prefeitura. O Grêmio tem obrigações como proprietário do Olímpico, mas a OAS tem questões de pagamento do IPTU, conforme contrato, então precisaríamos saber quais as questões envolvidas com a prefeitura para tomarmos as devidas providências.
Guerra - Vejo a relação muito atritada. E acho que isso foi determinante para que muita coisa chegasse ao ponto que chegou. De um lado, a gestora da Arena não tem muito interesse em investir em um negócio, onde um lado fica repetindo: vai me comprar, vai me comprar, e nada acontece. Não é lógico eles investirem R$ 1 milhão no site para melhorar a compra de ingressos de algo que não quer trabalhar em conjunto. A compra on-line é ruim, na bilheteria é ruim, o acesso é ruim. Eles têm que melhorar esses serviços, independentemente de quem for gerir. Agora, é muito difícil tu exigir a melhoria de um serviço, se tu tens uma relação ruim com o teu parceiro, já que a toda hora tu ficas repetindo que queres tirar ele do negócio. Isso tem que parar. Já do ponto de vista da propriedade, temos que ver o entorno da Arena e fazer a entrega do Olímpico. A partir daí, escriturar a Arena no nome do Grêmio.
JC - Quais os principais pontos que a sua gestão deve evitar e quais as que o senhor acredita que deve focar para devolver o clube ao caminho das vitórias?
Odorico - Precisamos profissionalizar o clube, e é o que faremos. Precisamos de alguém com dedicação exclusiva ao Grêmio e uma equipe competente que conheça futebol, fazendo o Grêmio vitorioso novamente, unindo os dois pilares que sustentam um clube: futebol e torcida.
Guerra - Às vezes, no futebol, o bom resultado tapa as coisas erradas. E o mau resultado acaba estancando projetos e ideias boas. Em relação ao rebaixamento, acredito que algumas tomadas de decisão no futebol não são, muitas vezes, as mais acertadas. Houve uma "desprofissionalização", quando se atribui ao executivo de futebol ou pessoas para comandar o futebol, seja por não dar poder a elas ou por elas não serem capazes daquela atribuição. Ao longo do tempo, o Grêmio foi desqualificando esta estrutura. Então, acabou concentrando tudo na mão de uma só pessoa: o treinador. E quando esse treinador sai, o departamento de futebol fica acéfalo. Por isso, a minha proposta é de uma profissionalização mesmo, em todos os setores.
JC - Como o senhor planeja a profissionalização das áreas do clube? E como vê a chegada da SAF para o Grêmio?
Odorico - É fundamental profissionalizar as áreas internas do clube, valorizar o sócio e retribuir o torcedor com benefícios. Também é importante ter pulso firme, responsabilidade e transparência na gestão. Só assim poderemos enfrentar clubes com mais dinheiro: mantendo o sócio dono do Grêmio, mas gerindo-o como se SAF fosse.
Guerra - Óbvio que não vamos conseguir profissionalizar tudo desde o dia um, mas o caminho é esse. Nossa ideia é trabalhar com profissionais de mercado e que o Grêmio fique mais próximo de uma empresa privada, do que de uma prefeitura, de uma autarquia federal. Vamos trabalhar com um CEO de mercado, por exemplo. Não vejo como trabalhar com um CEO que seja conselheiro do clube ou que participe de um movimento político. Temos que ser percebidos com profissionalismo pelo mercado, se não, afastamos o investidor. Depois vamos seguir para as áreas executivas, departamento médico, no futebol, nas escolinhas, na base, enfim, em todos os processos. Sobre a SAF: não pretendo vender o Grêmio. Paro por aí.
 
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