Ao longo dos mais de 120 anos de Jogos Olímpicos - primeira edição foi em 1896 -, o Brasil foi participar do evento apenas em 1920. A edição de Tóquio, que deveria ter sido disputada no ano passado e foi adiada devido à pandemia do coronavírus, marca o centenário da participação brasileira no maior evento esportivo do mundo. E, ao longo destes anos de disputa, alguns gaúchos entraram para a história subindo no lugar mais alto do pódio.
Ao todo, foram 11 atletas nascidos no Rio Grande do Sul que colocaram uma medalha de ouro no peito. E todos foram em esportes coletivo: voleibol e futebol. Uma curiosidade é que alguns competidores que faturaram a medalha mais desejada defendiam equipes ou clubes do Estado. Porém, o levantamento feito focou naqueles atletas que nasceram aqui. A pergunta que fica é: quem será o primeiro gaúcho a faturar uma medalha de ouro olímpica em uma modalidade individual?
Em Barcelona, trio gaúcho do vôlei levou primeiro ouro em esportes coletivos
Seleção masculina de vôlei campeã olímpica em Barcelona 1992. FOTO: REPRODUÇÃO/SPORTV/JC
A história do voleibol gaúcho se mistura com as conquistas marcantes de medalhas olímpicas. Os Jogos de Barcelona marcaram o primeiro ouro em esportes coletivos do Brasil. Inspirados pelo gaúcho Renan Dal Zotto, medalha de prata em 1984 e, hoje, técnico da seleção masculina, um trio mostrou a força do Estado oito anos depois: os porto-alegrenses Paulo Jukoski, o Paulão, Jorge Edson e Janelson. No dia 9 de agosto de 1992, eles subiram no lugar mais alto do pódio. Comandada por José Roberto Guimarães, a seleção fez uma campanha irretocável, com apenas três sets perdidos em toda a competição. Aquela histórica equipe tinha ainda Maurício, Talmo, Marcelo Negrão, Tande, Giovane, Pampa, Carlão, Douglas Chiarotti e Amauri.
Em 2004, outros dois gaúchos faturaram o ouro no vôlei, na Grécia
Nascido em Novo Hamburgo, André Heller iniciou sua trajetória como jogador profissional na Frangosul/Ginástica na temporada 1994/1995, onde conquistou o título inédito da Liga Nacional para o time de sua cidade natal. Após se destacar em uma das principais equipes do Estado, o meio-rede atuou em outras equipes do País. A trajetória de Gustavo Endres foi um pouco diferente. Começou a praticar o esporte nas ruas de Passo Fundo e começou a jogar profissionalmente após uma peneira no Esporte Clube Banespa, em 1993. Passou ainda muitos anos no voleibol italiano. Os dois fizeram parte da seleção campeão em Atenas 2004, comanda por Bernardinho, que contava ainda com Giovane Gávio, Maurício, Serginho, Ricardinho, Dante, Anderson, André Nascimento e Rodrigão.
Duas porto-alegrenses que brilharam em Pequim 2008 e Londres 2012
Seleção feminina de vôlei subiu ao pódio em Londres 2012. FOTO: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/JC
A saga de gaúchos do voleibol conquistando a medalha de ouro também ocorreu com as mulheres. A porto-alegrense Carolina Albuquerque fez parte da primeira seleção feminina a subir no lugar mais alto do pódio. O feito ocorreu na China, em Pequim 2008. Carol se tornou profissional aos 16 anos, quando deixou o Estado para tentar a sorte em São Paulo. Chegou à seleção brasileira no final dos anos 1990, interrompeu a carreira para ser mãe, mas voltou a ser convocada para conquistar o ouro. A equipe dirigida por José Roberto Guimarães tinha ainda Fofão, Sheilla, Mari, Paula Pequeno, Wal, Fabiana, Fabi, Jaqueline, Thaisa, Valskinha e Sassá.
Quatro anos depois foi a vez da também porto-alegrense Fernanda Garay colocar seu nome na história. Após iniciar no esporte na Sogipa, Fer foi para o centro do País e atuou em São Paulo e Minas Gerais. Apesar de ter defendido a seleção brasileira desde as categorias de base, só conseguiu se firmar na equipe adulta em 2010, após terminar a temporada como a maior pontuadora da Superliga. Em seguida, veio a chance de ir para Londres, em 2012, onde faturou o ouro ao lado de Fabi, Dani Lins, Paula Pequeno, Adenízia, Thaísa, Jaqueline, Fernanda Ferreira, Tandara, Natália, Sheilla, Fabiana de Oliveira. Garay jogou ainda no Japão, Turquia, Rússia e China.
Éder e Lucão faturaram ouro no Rio de Janeiro, em 2016
Para se ter uma noção da amizade entre os centrais Lucão e Éder, um é padrinho de casamento do outro. Isso se deve a muitos anos dividindo quarto em concentrações de times e da seleção brasileira de vôlei. Éder Carbonera nasceu em Farroupilha e começou a carreira na Universidade de Caxias do Sul. Após atuar em alguns clubes do Brasil, participou de diversas categorias da seleção até disputar os Jogos do Rio, em 2016. Atualmente, joga na Itália. Já Lucas Saatkamp iniciou a carreira nas equipes de base do Colégio Martin Luther, de Estrela. Natural de Colinas, profissionalmente, sua primeira equipe foi a Ulbra Canoas. Passou por alguns clubes do País, jogou um ano na Itália, e voltou ao Brasil, onde atua no Taubaté. Em 2012, conquistou a medalha de prata em Londres. Faziam parte ainda do time comandado por Bernardinho: William, Wallace, Luiz Felipe Fonteles, Evandro Guerra, Lucarelli, Bruninho, Serginho, Maurício Borges, Douglas Souza e Maurício Souza.
Dois gaúchos na conquista inédita do ouro no futebol
Maracanã foi o palco da tão desejada medalha no futebol. FOTO: VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
A tão desejada medalha de ouro no futebol - paixão do brasileiro - foi conquistada no maior templo do esporte. O Maracanã foi palco da vitória emocionante da seleção comandada por Neymar, que superou os alemães nos pênaltis, após o empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Dos jogadores convocados por Rogério Micale, dois pelotenses estavam entre eles. Além disso, ambos eram atletas do Inter: o lateral-direito William e o volante Rodrigo Dourado. Uma curiosidade do grupo que participou dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, é que outros dois jogadores campeões olímpicos atuavam pelo Grêmio: o volante Wallace e o atacante Luan.