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Esportes

- Publicada em 24 de Abril de 2021 às 11:03

Estudo na 'bolha' da NBA indica não haver transmissão de Covid após recuperação

Estudo foi aplicado em 3.648 jogadores e funcionários da liga norte-americana de basquete

Estudo foi aplicado em 3.648 jogadores e funcionários da liga norte-americana de basquete


Juan Ocampo/NBAE via Getty Images/AFP/JC
O risco de transmissão do coronavírus por pessoas que continuam a testar positivo mesmo após a recuperação da Covid-19 é zero, de acordo com o maior estudo retrospectivo do tema feito até agora. O levantamento foi conduzido na "bolha" criada pela NBA em Orlando, onde jogadores, treinadores, funcionários e patrocinadores do esporte se fecharam de julho a outubro para a conclusão da temporada 2019/2020.
O risco de transmissão do coronavírus por pessoas que continuam a testar positivo mesmo após a recuperação da Covid-19 é zero, de acordo com o maior estudo retrospectivo do tema feito até agora. O levantamento foi conduzido na "bolha" criada pela NBA em Orlando, onde jogadores, treinadores, funcionários e patrocinadores do esporte se fecharam de julho a outubro para a conclusão da temporada 2019/2020.
A pesquisa, publicada na quinta-feira (22) no periódico científico Jama (Journal of the American Medical Association), avaliou 3.648 jogadores e demais funcionários da NBA e identificou 36 (1%) casos que continuavam eliminando o vírus - detectável pelo exame de RT-PCR - mesmo depois de não apresentar mais sintomas (ou dez dias após a infecção).
Vale ressaltar que tais casos não são iguais aos de reinfecção pelo coronavírus, normalmente detectados quando uma pessoa volta a procurar atendimento hospitalar mesmo depois de ter pego a Covid e, ao analisar as amostras, os profissionais de saúde identificam a infecção por duas formas distintas do vírus.
O estudo acompanhou essas 36 pessoas por 100 dias, e não identificou nenhum risco de exposição para os outros jogadores ou funcionários. Os pesquisadores avaliaram também com frequência a produção de anticorpos dos participantes, para medir a resposta imune após uma infecção ou ainda casos assintomáticos não detectados pelo exame de RT-PCR.
Na média, esses participantes tiveram 44 testes negativos após a recuperação antes de apresentar novamente um exame positivo, o que leva à conclusão de que, fragmentos virais que continuam sendo captados mesmo depois da recuperação, não apresentam risco de transmissão para outros.
Isso fica mais evidente ao considerar que, do total de jogadores que continuaram com testes positivos, mais de 80% se engajaram em atividades em ambientes fechados sem o uso de máscaras, muitas vezes em contato próximo com outras pessoas, inclusive suscetíveis à infecção por Covid, e não foi relatado nenhum caso de transmissão ou infecções secundárias na "bolha".
Assim, o estudo endossa observações feitas por autoridades de saúde, incluindo as diretrizes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, de que voltar a se isolar por dez dias não é necessário para aqueles indivíduos que continuam testando positivo mas são assintomáticos.
De acordo com o órgão, até o presente, as evidências disponíveis sugerem que o isolamento e medidas preventivas para adultos assintomáticos, mas com teste laboratorial positivo, pode ser descontinuado nesses casos, porque a presença do vírus nas vias aéreas respiratórias poderia continuar mesmo após o fim dos sintomas, e que é melhor avaliar os casos pelo fim do quadro clínico (sintomático) do que laboratorial.
O estudo da NBA, portanto, traz mais evidências para essa orientação. Até o momento, os centros esportivos têm se mostrado fundamentais para o desenvolvimento de estudos sobre transmissão e avaliação epidemiológica da Covid, principalmente nos Estados Unidos, onde estrelas do esporte têm feito mais testes de Covid-19 às vezes do que estados inteiros.
Embora já tenham sido reportados eventos superespalhadores do vírus entre atletas de ligas esportivas, as evidências têm sugerido que o controle inicial desses casos e o rastreamento dos contatos são eficazes em prevenir novos surtos. Ainda, a testagem em massa pode indicar inicialmente novas infecções, dando tempo hábil para o isolamento.

Entidades esportivas estão acompanhando estudos e analisando resultados

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou que a entidade acompanhou mais de 300 eventos esportivos pelo mundo no último ano, com participação de mais de 40 mil atletas. "Nenhum desses eventos foram focos de disseminação do vírus."
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também afirma que, nos estudos feitos por ela durante a temporada de 2020 do futebol, não há evidência de transmissão em campo do vírus. No entanto, o futebol brasileiro viu diversos surtos dentro de times, e um estudo da USP aponta que a quantidade de jogadores infectados em relação ao total de atletas nos torneios de São Paulo é maior do que em outros países.
Na temporada 2020/2021, a NBA mudou seus protocolos e afrouxou restrições, especialmente com o aumento da vacinação em massa nos EUA. As mudanças incluem o não uso da "bolha", a permissão de público parcial em algumas cidades, a autorização para participação de atletas em reuniões com outras pessoas (desde que vacinados) e mais liberdade para circulação fora do ambiente esportivo.
Além dos EUA, a Austrália, que tem um controle exemplar da pandemia em todo o seu território, já tem realizado campeonatos com torcida parcial desde dezembro de 2020, independentemente de vacinação.
Enquanto o estudo mostra mais uma vez a eficácia das bolhas para eventos esportivos, ao redor do mundo a vacinação começa a cada vez mais ter papel central no esporte. Thomas Bach reiterou o apoio do COI à vacinação de atletas e disse que já é possível afirmar que uma grande quantidade deles estará vacinada até as Olimpíadas de Tóquio, em julho. "Não acho que podemos dizer que 100% serão vacinados ou terão acesso às vacinas, até porque há atletas que, por diferentes razões, não querem ser vacinados", afirmou.
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