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Torcedores do Grêmio vão da raiva ao alívio na vitória e ascensão ao G4
Torcedores sofreram e criticaram atuação do time, seguindo percepções de Renato Portaluppi
LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
Definitivamente, uma partida de futebol só termina quando o juiz apita o final do jogo. E foi assim no confronto entre Grêmio e CSA em mais uma rodada do Campeonato Brasileiro na noite dessa quinta-feira (7) em Porto Alegre. O Tricolor venceu o adversário por 2 a 1 com gols de Diego Tardelli e Luciano.
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Definitivamente, uma partida de futebol só termina quando o juiz apita o final do jogo. E foi assim no confronto entre Grêmio e CSA em mais uma rodada do Campeonato Brasileiro na noite dessa quinta-feira (7) em Porto Alegre. O Tricolor venceu o adversário por 2 a 1 com gols de Diego Tardelli e Luciano.
Mas antes disso, o torcedor do Grêmio foi submetido a uma mistura de emoções. Quem estava acima do gramado, nas cadeiras e outras áreas da Arena, passou por momentos de angústia, raiva e alívio.
Depois do gol no comecinho do confronto, a torcida assistiu aos jogadores do Tricolor deixaram escapar uma, duas, três - chances a perder de vista. Trocavam e erravam passes. Eram superiores no campo adversário, e nada de a bola chacoalhar a rede. E o CSA mostrou que tinha personalidade. Não esmoreceu ante a desvantagem.
Veio o segundo tempo e, de novo, o Grêmio tentava e não saía do 1 a 0. Mais que passes errados e outros equívocos, parecia que a conexão entre o time e o técnico Renato Portaluppi também não estava dentro de campo.
Renato disse, na coletiva pós-jogo, que deu "esporros" no grupo no intervalo e no final do jogo, mesmo com o placar positivo. Um dos alertas dados no vestiário era de que o Grêmio levaria gol "caso continuasse jogando do jeito que tava jogando, e tomamos", disse um inconformado técnico. Quem estava nas cadeiras sentiu o mesmo. Quem não faz leva, não é?
E muitos infartos podiam ter ocorrido, logo após a bola furar a barreira e romper a defesa de Paulo Vitor na cobrança de falta do CSA do técnico Argel, ex-colorado.
> Vídeo: Torcedor perde a paciência após empate do CSA:
Um senhor, bem acima dos 70 anos, ergueu-se e soltou todos os palavrões imagináveis em sessões catárticas de jogos de futebol, e ainda saiu com a convicção sobre quem era o culpado ou a culpada. "É essa camisa. A gente nunca ganhou com ela. Nunca ganhou", esbravejou o torcedor, referindo-se à camisa do terceiro uniforme Tricolor com a qual o time estava em campo. Mas o Grêmio já venceu com o modelo, para descrédito da tese do torcedor sênior.
Mal o gremista quase infartado havia esbravejado, o gol da redenção tricolor veio aos 47 minutos na cabeçada de Luciano e na encostadinha sobrenatural do adversário, no gol contra. Bola na rede, e aí outro torcedor, que havia ficado calado na marcação do CSA se levantou e cobrou do indignado de minutos antes que ele, então se manifestasse: agora o senhor repete tudo que disse, tudo que disse". O homem bem mais velho tentou aliviar a revolta pessoal como quem diz: "É do jogo".
A torcida caiu no aplauso e vibração. Na geral, o canto tricolor ganhou novo ritmo. Torcedores que deixavam as cadeiras para pegar o caminho de casa paravam em frente às telas de tevê que reprisavam as imagens finais do jogo e pareciam não acreditar no gol salvador. "Foi contra, foi contra", repetiam alguns.
Os torcedores festejaram, mas cobraram mais aplicação dos jogadores, e, como também disse Renato na coletiva: "Que sirva de lição, não pode ter todo foco e concentração nos últimos três jogos, principalmente diante do rival Inter e achar que vai ganhar sempre."
Como a melhor forma de voltar da Arena é no ônibus que vai direto ao Mercado Público, no Centro Histórico, a torcida ganhou mais 10 a 15 minutos para fazer mais uma depuração do jogo. "Bah, mas como joga como jogou contra o Inter e hoje faz isso!?", disse um tricolor. Técnico e torcedores estavam alinhados, pois Renato fez o mesmo comentário na coletiva à imprensa, "que sirva de lição. Faltou foco", concluiu o comandante tricolor.
E no coletivo que não estava tão lotado como em dia de clássico Grenal ou partida de Libertadores contra o Flamengo, mais achados de quem, mesmo com a vitória, acha que faltou mais entrega. "O único que jogou mais foi o Everton, mas que jogou pela metade", sentenciou.
Na parada do mercado e prestes a embarcar em outro ônibus para seguir viagem, mais um detalhe. "O Colorado perdeu por 2 a 0 para o Ceará. Tá difícil. O erro foi ter trocado o técnico", opinou um gremista, na parada da linha Santana.
Com a vitória do Grêmio, e o status de G4 pela primeira vez, os torcedores estão como Renato. Não fala de permanência, nem de salário, nem de futuro. Agora é garantir, diz ele, a vaga na Libertadores de 2020. Pelo menos nisto, técnico e gremistas, estão afinadíssimos. Agora só falta o time não sair mais do foco.