Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Esportes

- Publicada em 14 de Junho de 2018 às 20:04

Sogipa cancela evento de Projeto Olímpico após MP que corta verbas do esporte

Projeto traz palestras e atividades referente aos esportes olímpicos

Projeto traz palestras e atividades referente aos esportes olímpicos


GILMAR LUÍS/JC
Luis Filipe Gunther
Em um ato de protesto contra o corte de verbas das loterias federais para o esporte, o clube Sogipa cancelou o lançamento do Projeto Olímpico, iniciativa que serve para qualificar as equipes de profissionais que participam dos jogos olímpicos e que aconteceria nesta quarta-feira (13) em Porto Alegre.
Em um ato de protesto contra o corte de verbas das loterias federais para o esporte, o clube Sogipa cancelou o lançamento do Projeto Olímpico, iniciativa que serve para qualificar as equipes de profissionais que participam dos jogos olímpicos e que aconteceria nesta quarta-feira (13) em Porto Alegre.
O presidente da Sogipa, Carlos Wüppel, conta que muitas pessoas estavam vindo visitar o evento - algumas de outros países - e a maioria já estava com hospedagem e transporte pagos. Ao todo foi investido R$ 1,9 milhão no projeto, por meio patrocínio privado, e o evento contava com a presença de diversas referências do esporte. "Seria inadequado realizar um evento festejando o esporte justamente na semana que ele está sendo desvalorizado", afirma Wüppel.
> VÍDEOS JC: Quadro Olha Só!, de Ivan Mattos, traz crítica de Guga Kuerten e Wüppel
O corte da verba do esporte de base foi publicado no Diário Oficial da União na segunda-feira (11) pelo presidente Michel Temer, e o dinheiro será repassado ao novo Sistema Único de Segurança Pública. Para Wüppel, no entanto, investir no esporte é, também, investir em segurança. Segundo ele, a prática esportiva vem auxiliando milhões de crianças de origens humildes.
"Somente a Sogipa atende a mais de 100 crianças que vivem em regiões precárias", informa. Com a decisão de retirar verbas da área, Wüppel diz que se abrem as portas para o recrutamento de jovens pelo crime organizado, uma vez que a inclusão social por meio do esporte, hoje banalizado, está sendo prejudicada. 
Wüppel ressalta ainda que para segurança pública é necessário o envolvimento do esporte como política social. Ele acredita que a prática "distancia as crianças cada vez mais da violência. O verdadeiro crime está sendo cometido por eles (governantes), que estão tirando desses futuros adultos a chance de viver uma vida diferente".
Em nota, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) diz que o esporte está na "luz vermelha". O COB ressalta que o investimento na segurança é importante, porém retirar o financiamento do esporte não é a maneira mais correta de estabelecer um controle à violência. E conclui: "A redução prevista na Medida Provisória do pouco que hoje é investido nos esportes educacional, de rendimento e de participação, em alguns anos ocasionará um aumento ainda maior nos já alarmantes índices de violência do País".
Para o deputado João Derly, o corte de parte do incentivo ao esporte abalou as bases do governo. Ex-judoca olímpico, Derly foi um dos deputados que convocou a audiência pública de quarta-feira (13), onde reuniu autoridades do esporte brasileiro e representantes do governo federal. Ele conta que a principal preocupação do comitê e da Federação Nacional de Clubes (Fenaclubes) é a execução do plano estratégico que já está definido até 2020.
De acordo com o deputado, o cancelamento do repasse das loterias federais esportivas é para que se arrecade mais, sendo a segurança pública o mote para essa mudança na distribuição. A medida provisória, segundo Derly, "só pode ter sido feita pela Caixa Federal, pois só ela sai ganhando" - tudo porque deve aumentar os tributos em cima dos jogos ofertados pelo banco.
O deputado ressalta ainda que o valor que é repassado pelo governo, aproximadamente R$ 500 milhões, "não taparia nem um buraco no Rio de Janeiro" - fazendo menção ao mais de R$ 3 bilhões investidos na intervenção federal no Rio. O acordo feito nesta audiência entre os representantes do esporte e membros da Câmara determina que emendas devem ser a defesa para a manutenção do repasse do recurso.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO