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Publicada em 16 de Novembro de 2023 às 19:35

Fartura em destinos: onde misturar turismo com vinho?

No País, o terroir gaúcho lidera absoluto a oferta de vinícolas que atuam no receptivo de turistas

No País, o terroir gaúcho lidera absoluto a oferta de vinícolas que atuam no receptivo de turistas

TÂNIA MEINERZ/JC
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Da plantação ao produto final, a cultura do vinho harmoniza perfeitamente com o turismo. Dentro do Rio Grande do Sul, Brasil afora, pertinho do Estado - como Uruguai e Argentina -, ou do outro lado do mundo - na Austrália, por exemplo -, há uma fartura de destinos atraentes para quem se interessa pela bebida, por viagens experienciais e pela gastronomia em torno disso.
Da plantação ao produto final, a cultura do vinho harmoniza perfeitamente com o turismo. Dentro do Rio Grande do Sul, Brasil afora, pertinho do Estado - como Uruguai e Argentina -, ou do outro lado do mundo - na Austrália, por exemplo -, há uma fartura de destinos atraentes para quem se interessa pela bebida, por viagens experienciais e pela gastronomia em torno disso.
No País, o terroir gaúcho lidera absoluto a oferta de vinícolas que atuam no receptivo de turistas, respondendo por mais de 55% dos empreendimentos, conforme pesquisa do Sebrae divulgada em setembro, com base em dados do Ministério da Agricultura e informações coletadas junto a estabelecimento vitivinícolas.
Convidamos seis profissionais com experiência na área para indicar destinos enoturísticos sob dois ângulos: um que conhece e recomenda de olhos fechados e outro que está na sua mira para uma próxima viagem. Confira.

Diego Fabris, sócio-fundador da Wine Locals, a maior plataforma de enoturismo do Brasil

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Fui e recomendo
Pinto Bandeira. A região é conhecida pela alta qualidade do seus espumantes. Recentemente conquistou a Denominação de Origem Altos de Pinto Bandeira, a primeira especializada em espumantes depois da região de Champagne na França. E oferece experiências únicas no Brasil em vinícolas incríveis, como Cave Geisse, Don Giovanni, Valmarino e Aurora.
Quero ir
Ainda quero explorar mais Minas Gerais. Conheci poucas vinícolas, mas todas me surpreenderam muito com os seus vinhos de inverno e a dupla poda.

VANESSA STEFANI, enóloga do ano pela Associação Brasileira de Enologia. Trabalha na Cave Geisse desde janeiro de 2008 e é a primeira mulher a receber esse prêmio

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Fui e recomendo
Duas regiões têm meu coração: o charme da Champagne na França, Épernay em especial, berço dos espumantes no mundo, carregada de história. E sem dúvidas o Vale do Colchagua, no Chile. As vinícolas são lindíssimas – uma viagem que pode ser em casal, mas que com amigos é divertida também.
Quero ir
Grécia e seus vinhos com uvas autóctones, que transmitem a tipicidade local e quase não encontramos por aqui.

PIETRA POSSAMAI, enóloga gaúcha que produz vinhos na Bodega Murga, no Peru, cujos rótulos estão no Restaurante Central, em Lima, um dos melhores do mundo

Arquivo Pessoal/ Divulgação/JC
Fui e recomendo
Vale de Pisco, no Peru. Tem uma história e um terroir surpreendentes (as primeiras videiras chegaram com os espanhóis entre 1540 e 1550). É uma mistura única de costa e deserto, o que resulta em cenários cinematográficos. Além dos vinhos e piscos de qualidade, recomendo a Bahía de Paracas e suas várias praias, na Reserva Nacional de Paracas, as dunas da costa e a culinária marinha, rica em insumos frescos e variados.
Quero ir
Ilhas Canárias, na Espanha. Motivos não me faltam: além de ser o berço de origem das uvas com que trabalho hoje, também é um lugar paradisíaco, cheio de histórias e belas praias. Para que mais?

MARIA AMELIA DUARTE FLORES, enóloga por trás das viagens de enoturismo da Vinho&Arte

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Fui e recomendo
Mendoza, parada obrigatória para quem ama vinho, paisagem e gastronomia. É um destino globalmente famoso, ao qual se atribui o melhor malbec do mundo. Cabernet Sauvignon e Chardonnay também se destacam. Faz parte do Caminos del Vino, onde quatro rotas oferecem atrativos variados: de paisagens a turismo de aventura.
Quero ir
Dois destinos estão entre meus desejos: Austrália, pela sua diversidade de paisagens, e Califórnia, nos Estados Unidos, pelo profissionalismo com que eles desenvolvem o enoturismo.

DEISI DA COSTA, sommelière, três vezes eleita a melhor do ramo no RS (2019, 2020 e 2021)

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Fui e recomendo
Amo o Brasil como um todo e, após viajar por todos os estados e regiões produtoras do País em uma Expedição de vinhos (Vou de Vinho Oficial), minha paixão ficou com o coração na Chapada Diamantina, na Bahia. Um local que jamais esperávamos ter uva e vinho, me encantou demais mesmo. Super recomendo. Sabemos que o turismo de aventura já se tornou famoso na região, mas saber que temos o Enoturismo me deixou feliz demais. Além disso, vinhos de ótima qualidade. Existem poucas vinícolas ainda, mas o suficiente para encher os olhos. Aliás, a mais elegante vinícola do Brasil é a vinícola UVVA, que fica na Chapada Diamantina, em Mucugê. 
Quero ir
A região do Pantanal, única que ainda não visitei e onde o enoturismo começa a aparecer. Posso citar a vinícola Terroir Pantanal, em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul.

ANELISE ZANONI, jornalista do projeto Travelterapia, consultora do Sebrae/RS para a área de turismo (inclui enoturismo)

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Fui e recomendo
No Estado, além do conhecido Vale dos Vinhedos, recomendo Pinto Bandeira, pelas espumantes. Também a região da Campanha, com vinícolas em fazendas, o que compõe um cenário diferente da Serra. Pertinho da gente, tem o Uruguai. Entre as bodegas a visitar, destaco Del Quintón, Cerros de San Juan, El Legado e Narbona. Por fim, o Chile: a região do Valle del Maipo, repleta de vinícolas e paisagens fantásticas que incluem a Cordilheira dos Andes. Lá está a famosa Conha Y Toro, mas gosto das menores, como a bodega Haras de Pirque e também a El Principal. Ambas têm cenário incrível, muito próximo à cordilheira.
Quero ir
Um destino que pede urgência é Mendoza, na Argentina. Além de produzir vinhos de alta qualidade, a combinação de programas de enoturismo diferentes e o câmbio favorável são grandes atrativos. Também quero conhecer os vinhos da Califórnia, da região de Napa Valley. É interessante poder incluir programas em cidades próximas, como San Francisco, e ainda aproveitar para conhecer a produção local.

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