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Publicada em 06 de Novembro de 2025 às 16:53

Vinhos e tradições convivem por entre as montanhas da Serra Gaúcha

Desde 2012, o Vale dos Vinhedos é patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul

Desde 2012, o Vale dos Vinhedos é patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul

Aprovale/Divulgação/JC
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Patrícia Lima
Patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul desde 2012, o Vale dos Vinhedos é o cartão postal do enoturismo brasileiro. Localizado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, o Vale recebeu a primeira indicação geográfica do vinho no país, em 2002. Dez anos depois veio a certificação mais prestigiada: a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV) é um selo que atesta não somente a qualidade, mas a procedência dos vinhos elaborados segundo critérios rígidos desde o plantio das uvas até a vinificação.
Patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul desde 2012, o Vale dos Vinhedos é o cartão postal do enoturismo brasileiro. Localizado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, o Vale recebeu a primeira indicação geográfica do vinho no país, em 2002. Dez anos depois veio a certificação mais prestigiada: a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV) é um selo que atesta não somente a qualidade, mas a procedência dos vinhos elaborados segundo critérios rígidos desde o plantio das uvas até a vinificação.
O Vale, porém, é apenas um dos territórios da vasta região da Serra Gaúcha, que tem de sobra tudo o que um turista apaixonado pela cultura do vinho pode desejar: paisagens com largas extensões de vinhedos; gastronomia variada, que passeia do típico ao contemporâneo e autoral, até as muitas modalidades de hospedagem, dos hotéis tradicionais às estalagens intimistas e exclusivas. Além disso, há vinícolas de todos os perfis para se visitar a uma curta distância umas das outras. Desde as gigantes do setor até pequenos projetos familiares, em que o visitante é recebido pelos proprietários.
Dentro dessa região ampliada, no entorno do Vale dos Vinhedos, outras indicações geográficas atestam a tipicidade dos vinhos e o rigor na produção. Em um passeio pela Serra o visitante pode provar vinhos de Indicações de Procedência (IP) como Altos Montes, Farroupilha e Monte Belo, além de conhecer a DO Altos de Pinto Bandeira, o único selo de Denominação de Origem concedido exclusivamente aos espumantes no Novo Mundo.

Degustação exclusiva permite que visitante escolha o que vai provar

Localizada no Vale dos Vinhedos, no município de Monte Belo do Sul, a Capoani transforma degustação de vinhos em uma vivência sensorial sob medida. As experiências vão de uma taça a oito rótulos, distribuídas em seis opções exclusivas de degustações que permitem ao visitante montar a própria jornada. É possível optar por provas com espumantes, vinhos tranquilos ou combinações que incluem ícones da casa, além de versões que contemplam uma taça personalizada com a identidade visual da marca. Tudo pensado para que cada visitante descubra o vinho à sua maneira e no seu tempo.
Com frequência, é o próprio fundador da vinícola, Noemir Capoani, quem recebe os visitantes. Ele gosta de compartilhar as histórias e a lembrança de seu pai, viticultor em Monte Belo do Sul, cuja dedicação à terra inspirou o sonho que hoje dá vida à Capoani. O passeio pode ainda se estender ao Trattoria Sagrantino, restaurante da vinícola comandado pelo chef Luis Fernando Trevisan. Inspirado na tradição italiana e atento à contemporaneidade, o espaço valoriza ingredientes locais e propõe harmonizações pensadas para realçar os vinhos e espumantes da casa.

Projeto une literatura e degustação de rótulos

Ana Paula Valduga (e) e Larissa Verdi criaram o projeto Adega Literária

Ana Paula Valduga (e) e Larissa Verdi criaram o projeto Adega Literária

Rodi Goulart/Divulgação/JC
Ler e provar vinhos. Foi pensando nisso que duas mulheres apaixonadas por livros e vinhos criaram o Clube Adega Literária, iniciativa que reúne interessados nos dois temas todos os meses, em diferentes locais da Serra Gaúcha. Idealizado pela jornalista e sommeliére Larissa Verdi e pela diretora de marketing da vinícola Vallontano, Ana Paula Valduga, o projeto terá sua edição de dezembro realizada em meio aos vinhedos, para uma atividade de leitura coletiva.
Para participar, basta gostar de ler e, claro, se interessar por vinhos. O clube é aberto ao público e é preciso fazer a inscrição pelo perfil Adega Literária no Instagram, no qual as organizadoras divulgam o local do próximo encontro, os livros propostos e os vinhos que serão degustados. Para promover uma "desconexão digital", todos os encontros são presenciais. "A ideia é a gente se encontrar para debater sobre o livro, harmonizar a obra com vinhos e também desbravar espaços que temos na região. Para nós, a conexão entre leitura e vinho é total. São interpretações e a subjetividade de desvendá-los é o que deixa tudo mais interessante. Unir duas paixões sempre foi o objetivo", afirma Larissa Verdi.

Sabores e afetos em meio aos vinhedos

 Vinhedos Cristofoli promovem almoço harmonizado junto às videiras

Vinhedos Cristofoli promovem almoço harmonizado junto às videiras

Vinhedos Cristofoli/Divulgação/JC
Os Cristofoli fazem vinhos no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, desde que os primeiros integrantes da família chegaram da Itália, no final do século 19. A comida, sempre acompanhada do vinho mais especial, sempre foi o elo de de transmissão de afeto entre as gerações de descendentes de imigrantes. É essa herança, repleta de carinho e identidade, que os visitantes experimentam no Restaurante Nonna Esterina, batizado em homenagem à dona Maria Ester Salton Cristofoli, matriarca que viveu até os 97 anos.
Para tornar a experiência ainda mais marcante e única, um almoço harmonizado é montado em um deck sob os vinhedos da Cristofoli nos sábados de tempo ensolarado. As velhas receitas da Nonna Esterina, transmitidas aos filhos e netos, são cuidadosamente preservadas e revitalizadas, enriquecendo um menu sazonal pensado para proporcionar uma experiência autêntica. Tudo acompanhado pelos rótulos da vinícola, que deixam tudo com aspecto ainda mais original.
 

Imersão para provar a alma de Pinto Bandeira

Restaurante Nature, anexo à Dom Giovanni, torna a experiência completa

Restaurante Nature, anexo à Dom Giovanni, torna a experiência completa

Dom Giovanni/Divulgação/JC
Entender um terroir é bem mais do que simplesmente sentir aromas e sabores na taça. Para mergulhar na única Denominação de Origem exclusiva para espumantes do país (e de todo o Novo Mundo), a vinícola Don Giovanni, em Pinto Bandeira, oferece um itinerário completo.
A aventura começa na pequena pousada, com um café da manhã que é um bálsamo, com produtos locais e sabores caseiros. No complexo, o visitante pode percorrer os vinhedos, curtir um pôr do sol no mirante que tem ampla vista para a propriedade e, com sorte, acompanhar a florada dos girassóis, plantados para atrair os pássaros e desviar sua atenção dos parreirais, protegendo as frutas.
Na cave, além de compreender as etapas da produção de vinhos e espumantes, o turista pode degustar um espumante ainda em fase de maturação, compreendendo as particularidades da evolução da bebida. A experiência fica completa com um almoço ou jantar no restaurante Nature, anexo à vinícola, com gastronomia contemporânea com forte raiz local, assinada pelo chef Rafael Jacobi.
 

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