Com dificuldades para expandir os plantios de uva por falta de áreas no entorno da atual propriedade, a vinícola Família Geisse dará atenção maior ao enoturismo, já presente com várias experiências. O primeiro movimento foi a abertura recente aos visitantes do Terroir 1979, espaço onde se mesclam as gastronomias chilena e sulista.
Com capacidade para atender simultaneamente até 62 pessoas, a novo prédio de estilo contemporâneo está diretamente ligado a uma casa dos primórdios da imigração e que, por alguns anos, serviu de residência à família de Mario Geisse, quando chegou ao Brasil e adquiriu a propriedade. A casa de madeira passou por reforma interna, enquanto a área externa guarda as características da época da construção.
A próxima iniciativa para qualificar o enoturismo na propriedade é a construção de um espaço para hospedagem. De acordo com o enólogo Carlos Abarzua, o projeto ainda está nos planos da ideia, mas que deve se tornar realidade com o passar dos tempos. A vinícola oferece aos visitantes outras experiências gastronômicas e de passeios pela propriedade, percorrendo trilhas isoladas, com pausas para degustação, a bordo de um veículo 4x4. Anualmente, a vinícola recebe média anual de 35 mil visitantes.
Criada há 45 anos pelo enólogo chileno Mario Geisse, a vinícola é especializada em espumantes, elaborados em diferentes estilos. A capacidade de produção de 400 mil garrafas, todas pelo método tradicional, é integralmente ocupada. De acordo com Abarzua, o Brasil elabora anualmente de 40 milhões a 45 milhões de unidades, sendo apenas 15% pelo método tradicional - de fermentação nas garrafas. A linha de vinhos vendida no Brasil é elaborada no Chile, no Valle Colchagua, sob a supervisão de Mario Geisse. Anualmente chegam ao Brasil entre 150 mil a 200 mil garrafas.
Desde sua criação, a Família Geisse elabora vinhos somente com uvas de vinhedos próprios, que atualmente somam 50 hectares. Na elaboração dos espumantes, que seguem as regras da Denominação de Origem de Pinto Bandeira, são usadas as variedades Chardonnay e Pinot. “Esta região tem topografia, solo, altitude e posicionamento diferenciados, condições que garantem uvas de muita qualidade. A matéria-prima é fundamental para garantirmos espumantes de excelência”, afirma Mario Geisse.