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Publicada em 06 de Novembro de 2025 às 16:12

Novas entidades buscam a criação de Indicações Geográficas (IGs)

 Criação da APEG é passo estratégico para obter a certificação do espumante de Garibaldi

Criação da APEG é passo estratégico para obter a certificação do espumante de Garibaldi

Cesar Silvestro/Divulgação/JC
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Roberto Hunoff
Roberto Hunoff Jornalista
Berço do espumante brasileiro e reconhecida nacionalmente como a Capital Brasileira do Espumante, Garibaldi, na Serra Gaúcha, deu um passo histórico para consolidar ainda mais sua identidade vitivinícola. A fundação da Associação de Produtores de Espumantes de Garibaldi (APEG) vem respaldada por números que reforçam a excelência da produção local. As mais de 40 vinícolas existentes na cidade elaboram anualmente 12 milhões de garrafas de espumantes.
Berço do espumante brasileiro e reconhecida nacionalmente como a Capital Brasileira do Espumante, Garibaldi, na Serra Gaúcha, deu um passo histórico para consolidar ainda mais sua identidade vitivinícola. A fundação da Associação de Produtores de Espumantes de Garibaldi (APEG) vem respaldada por números que reforçam a excelência da produção local. As mais de 40 vinícolas existentes na cidade elaboram anualmente 12 milhões de garrafas de espumantes.
Eleito primeiro presidente da entidade, Ricardo Morari define a criação da APEG como passo estratégico e necessário para obter a certificação do espumante de Garibaldi. “Somos produtores que compartilham da mesma história, do mesmo território e dos mesmos desafios. A associação surge para nos organizar como setor, promover a excelência do produto e buscar, com legitimidade, o reconhecimento da Indicação Geográfica junto ao INPI”, afirma.
A ideia de criar a APEG começou a germinar em dezembro de 2023, quando os produtores locais realizaram a primeira reunião com o objetivo de avaliar o alinhamento do setor em torno de um projeto coletivo voltado à valorização do espumante de Garibaldi como produto típico, cultural e passível de certificação por Indicação Geográfica (IG). Apesar das dificuldades impostas pelas intensas chuvas que afetaram a região no primeiro semestre de 2024, o grupo retomou com força o movimento após a safra, determinado a transformar o projeto em realidade.
A entidade já deu início a um trabalho junto à prefeitura de Garibaldi para que o espumante elaborado na cidade seja oficialmente reconhecido como patrimônio histórico e cultural. O movimento está fundamentado no valor imaterial e simbólico do espumante, que há mais de um século é protagonista do desenvolvimento econômico e da formação identitária de Garibaldi.
Foi na cidade, em 1913, que nasceu o primeiro espumante brasileiro pelo método tradicional, elaborado pela Vinícola Peterlongo, um marco histórico que consagra Garibaldi como o berço do espumante no país. Anos depois, na década de 1940, outro feito pioneiro: a Georges Aubert lançou o primeiro espumante brasileiro elaborado pelo método charmat.
Nas décadas de 1960 e 1970, Garibaldi passou a atrair investimentos de multinacionais do setor, consolidando ainda mais sua vocação. A italiana Martini & Rossi, que mais tarde passou a se chamar Bacardi Martini no Brasil, foi responsável por lançar o primeiro espumante moscatel do país. Em 1973, chegou a Chandon, que se tornou a primeira vinícola no Brasil dedicada exclusivamente à produção de espumantes, ampliando a expertise internacional na cidade. Em 1977, foi a vez da Maison Forestier, também da França, combinar tradição europeia com inovação local.
O grupo fundador reúne 10 vinícolas: Casa Pedrucci, Chandon, Cooperativa Vinícola Garibaldi, Courmayeur, Estabelecimento Vinícola Armando Peterlongo, Foppa & Ambrosi, Ponto Nero, Vinícola Carlesso, Vinícola São Luiz e Vinícola Vaccaro. A sede da entidade é junto a Apeme Collab, que funciona como um hub de inovação, no centro da cidade.

Vinícolas querem valorização do território de Faria Lemos

Aprolemos é composta por sete vinícolas de Faria Lemos, interior em Bento Gonçalves

Aprolemos é composta por sete vinícolas de Faria Lemos, interior em Bento Gonçalves

Aprolemos/Divulgação/JC
Valorizar o território, fortalecer a produção vitivinícola local e promover o potencial cultural e turístico da região. Foi com essa visão compartilhada que sete vinícolas de Faria Lemos, interior de Bento Gonçalves, fundaram a Aprolemos (Associação de Produtores de Vinhos Finos de Faria Lemos). A entidade nasce com um olhar coletivo e estratégico, reunindo também sócios contribuintes engajados no desenvolvimento do enoturismo e da identidade territorial.
Com mais de 100 anos de fundação, Faria Lemos é o mais antigo distrito e o maior produtor de uvas de Bento Gonçalves, com quase 2,1 mil hectares cultivados. Com forte vocação vitivinícola e paisagens de rara beleza, com destaque para o Vale Aurora, o território reúne condições únicas que inspiram a construção de uma identidade própria. A Aprolemos está comprometida com a preservação, o fortalecimento e a promoção dessa identidade, além de liderar o início de um movimento para o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) dos Vinhos de Faria Lemos.
A diretoria executiva da entidade é liderada pelo enólogo Lorenzo Cristofoli. "Esta associação nasce de um desejo coletivo, construído por quem vive, produz e acredita neste território. A missão é fazer com que Faria Lemos seja cada vez mais reconhecido pela qualidade de seus vinhos e força de sua história", destaca. As fundadoras são as empresas Cristofoli Vinhos de Família, Dal Pizzol Vinhos Únicos, Speranza Vinhos, Vinícola Buffon, Vinícola Mena Kaho, Vinícola Monte Rosário e Vistamontes Vinícola. 
Com sede na Linha Paulina, a Aprolemos reúne vinícolas, instituições, profissionais do turismo, da pesquisa e da cultura, divididos entre associados produtores, setoriais, promotores e honorários, e segue aberta à adesão de novos associados. A entidade estrutura ações voltadas à educação, promoção, eventos, desenvolvimento sustentável e intercâmbio técnico, além de criar canais de apoio à comercialização e presença institucional do distrito no cenário vitivinícola nacional.
 

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