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Publicada em 19 de Novembro de 2025 às 19:06

Dom La Nena, a gaúcha que mora em Paris e conquistou a cena musical da Europa

Fenômeno musical na França, cantora e violoncelista nascida em Porto Alegre ainda é pouco conhecida em seu país natal

Fenômeno musical na França, cantora e violoncelista nascida em Porto Alegre ainda é pouco conhecida em seu país natal

JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
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Juarez Fonseca
Ela é uma das grandes artistas da França e, por extensão, da Europa. Agora mesmo, segue envolvida com a turnê que, até o final de novembro, terá feito 53 shows em todo o país – de cidades grandes como a portuária Marselha (870 mil habitantes) a pequenas, como a joia medieval Sarlat-la-Canéda (cerca de 10 mil). No início de outubro, lotou durante cinco dias os 750 lugares do histórico Théatre du Rond-Point, em Paris. Ela é a porto-alegrense Dom La Nena, radicada na capital francesa há 18 anos e identificada pela imprensa como franco-brasileira.
Ela é uma das grandes artistas da França e, por extensão, da Europa. Agora mesmo, segue envolvida com a turnê que, até o final de novembro, terá feito 53 shows em todo o país – de cidades grandes como a portuária Marselha (870 mil habitantes) a pequenas, como a joia medieval Sarlat-la-Canéda (cerca de 10 mil). No início de outubro, lotou durante cinco dias os 750 lugares do histórico Théatre du Rond-Point, em Paris. Ela é a porto-alegrense Dom La Nena, radicada na capital francesa há 18 anos e identificada pela imprensa como franco-brasileira.
Dom se apresentou apenas duas vezes em Porto Alegre e outras cidades do Brasil. A primeira em 2016, quando veio lançar o segundo disco, Soyo – e ganhou matéria aqui no Jornal do Comércio. (O álbum de estreia, Ela, saíra em 2013 só nos EUA e na França.) A segunda em 2023, com o quarto disco Leon. Antes disso, em 2021, comentei o terceiro, Tempo, começando assim: “Dom La Nena é um daqueles fenômenos que só surgem de tempos em tempos. No Brasil ainda é pouco conhecida, mas tem uma carreira internacional praticamente consolidada”.
Em um dos espaços de sua homepage ela reproduz dezenas de textos publicados por jornais e revistas de vários países, quase invariavelmente revelando surpresa com a qualidade e a novidade de sua música. Estão lá The New Yorker, The Washington Post, The New York Times, El País, Rolling Stone, Clarín, Le Figaro, L’Express, Le Journal de Montreal, O Globo, Time Out, France Music, Folha de S.Paulo, Elle, Veja, O Público, e por aí vai. Para dar uma ideia, título da matéria do jornal Página 12, de Buenos Aires, em 2016: “La Chica que creció”.
Partimos daí para a história da artista que hoje tem 36 anos (e duas filhas) mas mantém a mesma carinha dos 18, quando começou a cantar em público em Paris. Ao conversar com ela pelo Zoom agora no final de setembro, lembrei da canção Força Estranha, que Caetano Veloso compôs para Roberto Carlos: “O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece”. Batizada Dominique Pinto, o pai Gerson professor de Filosofia, a mãe Rosane psicanalista, ela fez o curso primário na Escola Projeto e começou a estudar piano na Escola de Música Tio Zequinha, ambas de Porto Alegre.
Mas talvez o piano fosse muito grande para a menina, que aos oito anos se encantou com o som de um violoncelo. Exato quando o pai foi fazer doutorado (em Filosofia Medieval!) em Paris, e a família se mudou para lá. Matriculada em um conservatório, se apaixonou pela música clássica e decidiu: “Seria violoncelista e pronto!”. Foi quando tomou conhecimento de Christine Walevska, norte-americana chamada de “deusa do cello”. Na volta a Porto Alegre, soube que Walevska estava dando aulas em Buenos Aires. Convenceu os pais a deixá-la ir estudar lá.
Tinha 13 anos.
Lembra: “Foi um pouco complexo. Eu era jovem, início de minha adolescência. Fiquei em Buenos Aires dos 13 aos 18 anos. No começo, morava com uma amiga de nossa família que tinha ido fazer mestrado lá. Depois, minha mãe ficou se dividindo entre Porto Alegre e Buenos Aires. Até que, praticamente sem escala em Porto Alegre, em 2007 decidi vir para Paris, para continuar com minha música.”
No conservatório de Buenos Aires era chamada de 'la nena' (a menina). Depois, em Paris, a nova turma de amigos abreviou seu Dominique para Dom. E assim surgiria Dom La Nena. Um nome sonoro, inconfundível como a música que projeta, uma quase inclassificável combinação de pop, erudito, folk, minimalismo, romantismo, música brasileira, francesa, italiana, asiática, africana... Canta em francês, português, inglês, espanhol, estes quatro basicamente. Mas também pode surpreender cantando em... vietnamita!
A música que fecha seu último álbum (2025), Nuées Ardents, terceiro com o duo Birds on a Wire, é Gia Tai Cua Me, folclore do Vietnã. Mas que duo é esse? Com o nome inspirado em uma canção do canadense Leonard Cohen, o duo nasceu em 2012, na combustão de Dom com a cantora francesa (filha de pai norte-americano) Rosemary Standley (também integrante da banda Moriarty). O primeiro disco saiu em 2014 e o segundo em 2020. É exatamente com o Byrds on a Wire que Dom está na estrada neste momento, ao lado de um grupo vocal feminino.
Além de Cohen, ela cita como influências Tom Waits, Tom Jobim, Cat Power, Violeta Parra, Atahualpa Yupanqui, Chico Buarque, Caymmi, os franceses Jacques Brel e Barbara. Casada com o fotógrafo e produtor visual francês Jeremiah, pai de suas meninas Alma, 8 anos, e Sacha, um ano e meio, Dom é, como diz o músico Marcelo Camelo, produtor de Soyo, “doce, delicada, fera e poderosa”. Outro de seus encantos é a humildade, que o estrelato não apaga. Perguntei: também és dona de casa? Resposta: “Sim, faço tudo. Na França não se tem empregada doméstica”.
Outra pergunta: qual sua relação mais íntima com o Brasil? Resposta: “É uma questão complexa. Outro dia, relendo o Rayuela do Julio Cortázar, encontrei esta citação que ele faz do Apollinaire, referindo-se a sua relação com a Argentina e com a América Latina: “É preciso estar longe para amar sua casa”. Acho que minha relação é similar. Me sinto profundamente conectada com o Brasil, e apesar do passar dos anos e da distância só me sinto mais brasileira. É uma verdadeira relação amorosa, com amor, ódio, paixão, distanciamento, proximidade, melancolia...”

"Meu público tem de crianças a idosos"

Dom La Nena tem no currículo parcerias com Jane Birkin e Jeanne Moreau

Dom La Nena tem no currículo parcerias com Jane Birkin e Jeanne Moreau

JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
Antes de entrar na conversa que mantivemos com cinco horas de diferença (em Porto Alegre 17h, em Paris 22h), vale voltar um pouco à época de brotação da carreira mundial de Dom La Nena. As amizades fizeram com que, um dia, ela conhecesse a musa Jane Birkin, atriz e cantora inglesa radicada na França, que fora casada com Serge Gainsbourg, ídolo francês (é deles o sucesso mundial erótico Je t'aime... moi non plus). A química entre ambas, e o talento de Dom, claro, levaram Birkin a convidá-la para tocar com ela. Fizeram mais de 200 shows pela Europa.
Na mesma época também tocou com outro ícone, Jeanne Moreau, tocou com orquestras, foi, enfim, enriquecendo sua agenda. E em 2013 veio o primeiro disco, um pouco resultado desse feedback. Reza a lenda que, no início, Dom não cogitava lançá-lo. Convencida depois, procurou o pessoal do selo norte-americano Six Degrees Records, criado em 1996 na Califórnia com o objetivo de promover novas tendências da world music - entre outros brasileiros, lançou Bebel Gilberto, Céu, Lenine. Esse selo, então, levaria a música de Dom para os Estados Unidos.
Como reconheceria aquele redator do jornal Página 12 em 2016, quando ela voltou a sua amada Buenos Aires com os shows de lançamento do segundo álbum, "a menina cresceu". Estaria ainda maior ao chegar a Porto Alegre em 2021 para lançar o terceiro, no disputado palco do Theatro São Pedro. Escrevi sobre o disco: "A voz suave, quase sussurrada, envolve canções melodiosas, muitas de clima onírico, como se viessem de uma névoa azulada". Depois de discorrer sobre as canções, concluí: "Dom La Nena é apaixonante, faz o ouvinte fechar os olhos".
Então vamos ouvi-la um pouquinho. Pedi que comentasse sua incessante atividade em 2025, sempre na estrada e nos palcos.
"Em 2024 fiz menos shows porque nasceu a Sacha. Este ano voltei ao normal. Faço shows com meu projeto solo e com o duo. Lançamos esse disco agora e estaremos em turnê durante uns dois anos. Nos últimos anos tenho feito shows também com um quarteto de cordas, misturando minhas canções com músicas instrumentais. O disco de 2023 foi todo instrumental com esse quarteto. Também me apresento com corais semiprofissionais, que fazem escola de manhã e ensaiam à tarde."
Férias, nunca?
Tenho poucas, alguns dias no verão. Mas este ano, em julho e agosto eu estava em turnê. Na verdade, tirei uns dias em agosto e já tive que me preparar para a turnê de lançamento do disco com o duo Byrds on a Wire, que continua. Minha vida se resume muito a trabalho. Em geral, tirando o período de férias escolares, eu viajo semana sim, semana não, uma semana na estrada, uma semana em casa. Minha vida é centrada na carreira e em minhas filhas.
Com a filha mais nova, Sacha, em meio à rotina de turnês: "minha vida é centrada na minha carreira e em minhas filhas" | ACERVO PESSOAL DOM LA NENA/REPRODUÇÃO/JC
Com a filha mais nova, Sacha, em meio à rotina de turnês: "minha vida é centrada na minha carreira e em minhas filhas" ACERVO PESSOAL DOM LA NENA/REPRODUÇÃO/JC
Soube que tua mãe, Rosane, também está vivendo em Paris. Ajuda a cuidar das gurias?
Sim, está aqui já faz um ano. Ela morava no bairro Floresta e quando teve a enchente, no ano passado, a casa inundou e perdeu praticamente tudo. Veio para cá quando eu acabara de ter a Sacha. Então, por vários motivos, a gente decidiu que iria ficar. Ainda trabalha, é psicanalista. Mora sozinha. Também me ajuda a cuidar da Sacha.
E a Alma, que tem oito anos, já revela alguma herança musical?
Ela está no conservatório. Estuda trompete.
Nas plataformas podemos ver que tuas músicas têm muitíssimas audições. Milhões, como no Spotify, por exemplo. No Brasil te ouvem bastante?
Infelizmente não é o país em que sou mais escutada. Os principais países de escuta são França e Alemanha. Nos Estados Unidos e México também me ouvem. No Brasil, uma música que se chama Batuque ficou bem conhecida, mas no mais sou pouco ouvida.
Não será porque vens pouco pra cá?
A turnê de 2023, em que me apresentei em Porto Alegre, Salvador, Rio e São Paulo, foi organizada pela agência francesa. Mas tenho ido muito pouco mesmo.
Teu trabalho pode agradar muita gente no Brasil, tanto jovens como gente mais madura. Como te consideras? Uma cantora pop, jovem, mais clássica, sem idade, que perfil achas que tens?
Muda muito com o tempo, acho. Ultimamente tenho a sensação de ter voltado a fazer algo que é quase música de câmara. Tenho feito muita trilha de filmes, tenho voltado um pouco também à minha origem da música clássica, tenho feito todos esses trabalhos com orquestras, com corais. Mas ao mesmo tempo, esse novo disco do duo Birds on a Wire é um disco de covers, reinterpretações de músicas que vão do Renascimento aos anos 1980, 90, até hoje em dia. Algumas músicas do Renascimento são anônimas, tem música tradicional italiana, música do Nordeste brasileiro, tem The Cure, tem uma francesa dos anos 1960, realmente é muito variado. A questão da idade é um pouco abstrata, acho que tanto meu trabalho autoral quanto meu trabalho com Birds... Vejo um público que tem de crianças a idosos, é realmente muito amplo.
Violoncelista gaúcha Dom La Nena se apresentou em Porto Alegre pela última vez em 2023 | ROB JACOBS/DIVULGAÇÃO/JC
Violoncelista gaúcha Dom La Nena se apresentou em Porto Alegre pela última vez em 2023 ROB JACOBS/DIVULGAÇÃO/JC
Te imagino participando como solista da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, da Orquestra Theatro São Pedro, da Orquestra da Ulbra, que têm muita atividade. Que achas?
Não com música clássica, mas por exemplo este ano fui solista da Orquestra Nacional da França, com o Coral Nacional da França. A gente tocou no concerto do 14 de julho, em uma homenagem ao Brasil. Quando estive no Brasil em 2023, fui também para Salvador, era um trabalho com o quarteto de cordas da Orquestra Sinfônica da Bahia. Um trabalho em torno do meu disco Leon. Dois dias, foi muito legal. Então, tenho colaborado muito com orquestras, mas com arranjos do meu repertório, não com o repertório tradicional da música clássica.
Conheces alguma coisa da música do Rio Grande do Sul? Pra começar, Nei Lisboa, Vitor Ramil...
Claro! Adoro Nei Lisboa, adoro Vitor Ramil. Adoro o Yamandu Costa. Adoro acordeom, instrumento que tem muito na música do Sul, né? Trabalhei com um quarteto português de acordeons.
Quem sabe algum produtor daqui se habilita a realizar essa combinação: orquestra, Dom, Nei, Vitor, Yamandu, acordeom...
Eu adoraria!
 

Compositora e cantora multilíngue

Além de multi-instrumentista, Dom La Nena canta em francês, português e outras línguas:

Além de multi-instrumentista, Dom La Nena canta em francês, português e outras línguas: "quem escolhe é a música"

JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
Já foi dito que Dom compõe/canta em francês, português, espanhol e inglês. Quando ela esteve em Porto Alegre, em 2021, Roger Lerina a entrevistou para o Matinal Jornalismo e quis saber como decidia em que idioma compor. Resposta: “Diria que eu não escolho, quem escolhe é a música mesmo. Uso os idiomas de maneira musical, porque cada língua tem sua sonoridade, seu ritmo, sua cadência. Como em geral parto da composição, acontece que a melodia vem com alguns sons ou palavras em um idioma ou outro. É algo que acaba fugindo ao meu controle.”
No segundo álbum solo, Soyo (de “soy yo”), por exemplo, há um predomínio do espanhol. Dom atribuiu isso, talvez, ao fato de na época estar lendo Julio Cortázar e ouvindo muito Atahualpa Yupanqui e Violeta Parra. Leon, título do quarto disco, instrumental e intimista, é o nome que deu a seu violoncelo. A homenagem ao parceiro o transformou em protagonista único. Muitas vezes tem-se a impressão de estar ouvindo um grupo, mas é só cello, inclusive a percussiva. Ela está sempre à procura de novas formas de usar seu instrumento.
E o disco poderia ter piano, violão, guitarra, ukulelê, contrabaixo, instrumentos que também toca... Por essas e outras, é cada vez mais chamada para compor trilhas para o cinema. É ampla como seu público.
Dom La Nena em um teatro da Espanha: artista tem agenda intensa, com dezenas de shows por ano em vários países | JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
Dom La Nena em um teatro da Espanha: artista tem agenda intensa, com dezenas de shows por ano em vários países JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
No Spotify, a música mais ouvida/baixada de Dom é a “brasileira” Batuque, composição dela, do primeiro álbum – quase 13 milhões de vezes até a última semana de outubro. Depois, La Marelle/Amarelinha, letra em português e francês, gravada com o duo – 10,5 milhões. Quién Podrá Saberlo, de e com participação da estrela mexicana Julieta Venegas, está em 7,6 milhões. O hino gay Smalltown Boy (da extinta banda inglesa Bronski Beat), uma das faixas do recém lançado terceiro disco com o duo, já passou de um milhão de acessos. E por aí vai...
Os números do Spotify dizem que Dom tem, em média, 521 mil ouvintes mensais. São bons números, mas que na verdade não “guardam” a música. Por isso, ela faz questão da mídia física. Os quatro álbuns solo e os três com o duo Byrds podem ser comprados em CD e em vinil! “Dou muito valor às capas e aos encartes”, diz. “A gente costuma trabalhar com pinturas e com fotos especiais, os discos têm toda uma unidade, um conceito, uma coerência, que as pessoas que só ouvem o digital não conhecem, até porque têm tendência a escutar só uma ou duas músicas.”    
Com o Byrds on a Fire Dom já gravou clássicos da música brasileira como Felicidade (Lupicínio), Panis et Circencis (Caetano Veloso/Gilberto Gil) e Cálice (Gil/Chico Buarque). No disco deste ano tem o baião Pisa na Fulô, que João do Vale cantava no histórico e “subversivo” show Opinião, estreado em 1964 poucos meses depois do golpe militar. Dom foi fundo. De fato, o novo álbum, Nuées Ardents (Nuvens Ardentes) tem um roteiro tão abrangente quanto surpreendente desde a primeira faixa, The Love Cats, da banda The Cure, com uma levada que se aproxima do samba.
Nascida em Porto Alegre, cantora e musicista reside há 18 anos em Paris, na França | JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
Nascida em Porto Alegre, cantora e musicista reside há 18 anos em Paris, na França JEREMIAH/DIVULGAÇÃO/JC
A seguir, La Jeunesse des Morts, de Dom e Rosemary, abre a participação da Maîtrise de Radio France, fantástico coro feminino que é uma das marcas do disco. Entre as outras (são 15 faixas), tem Ando Como Hormiguita (Silvio Rodriguez), People Are Strange/When I Ride (The Doors/Moriarty), Myla et l’Arbre Bateau (Isabelle Aboulker), Peregrinazioni Lagunari (canção folclórica veneziana), Hélas Mon Coeur (canção medieval), a já mencionada Gia Tai Cua Me, do folclore vietnamita...
Além do múltiplo violoncelo e das vozes “minimalistas” das duas, do coro, tem ainda, aqui e ali, trompete, guitarra portuguesa, harmônica. Enfim, é música de altas esferas, uma combinação de pop, folclore, música de câmara, ares barrocos, universalidade, sublinhada com delicadeza e paixão, simplicidade e rigor. O Byrds on a Fire (referência a pássaros migratórios) seguirá se apresentando em grandes palcos da França e da Europa. E a encantadora Dom La Nena, que é um resumo de tudo isso, se torna cada vez mais uma estrela mundial da música total.
 

* Juarez Fonseca é jornalista cultural há 50 anos. Autor dos livros Gildo de Freitas, o Rei dos Trovadores; Ora Bolas – O humor de Mario Quintana; e Aquarela Brasileira (volumes 1 e 2)

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