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Publicada em 08 de Fevereiro de 2024 às 19:04

De 'Verdes Anos' aos Replicantes, Carlos Gerbase segue marcando o cinema e o rock gaúcho

Surgido na efervescência dos anos 1980 em Porto Alegre, Carlos Gerbase é influência decisiva no rock e no cinema feitos no Rio Grande do Sul

Surgido na efervescência dos anos 1980 em Porto Alegre, Carlos Gerbase é influência decisiva no rock e no cinema feitos no Rio Grande do Sul

/FERNANDA CHEMALE/DIVULGAÇÃO/JC
Surgido na efervescência dos anos 1980 em Porto Alegre, Carlos Gerbase é influência decisiva no rock e no cinema feitos no Rio Grande do Sul (2)

Surgido na efervescência dos anos 1980 em Porto Alegre, Carlos Gerbase é influência decisiva no rock e no cinema feitos no Rio Grande do Sul (2)

GLENIO CAMPREGHER/DIVULGAÇÃO/JC
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Cristiano Bastos
Chamado pelo produtor Carlos Eduardo Miranda de "O Ano de Orwell" (aludindo à distópica obra de George Orwell e em referência ao então efervescente momento das artes no Rio Grande do Sul), o ano de 1984, em Porto Alegre, transcorreu marcado por dois importantes acontecimentos culturais. Na música, com o advento da banda Os Replicantes e, no cinema, pela estreia do filme Verdes Anos. A realização de ambos, por sua vez, teve como força-motriz o cineasta Carlos Gerbase, baterista e um dos fundadores dos Replicantes - e que também é roteirista, diretor, escritor, jornalista, e, nas horas vagas, se aventura por uma errática carreira solo como vocalista de rock'n'roll.
Chamado pelo produtor Carlos Eduardo Miranda de "O Ano de Orwell" (aludindo à distópica obra de George Orwell e em referência ao então efervescente momento das artes no Rio Grande do Sul), o ano de 1984, em Porto Alegre, transcorreu marcado por dois importantes acontecimentos culturais. Na música, com o advento da banda Os Replicantes e, no cinema, pela estreia do filme Verdes Anos. A realização de ambos, por sua vez, teve como força-motriz o cineasta Carlos Gerbase, baterista e um dos fundadores dos Replicantes - e que também é roteirista, diretor, escritor, jornalista, e, nas horas vagas, se aventura por uma errática carreira solo como vocalista de rock'n'roll.
Contando 65 anos, feitos no dia 1 º de fevereiro, Gerbase, um inveterado gremista, está finalizando em sua produtora, a Prana Filmes, a série musical Um Ano em Vortex, sobre o bar que os Replicantes criaram em 1987. Seu projeto autoral de ficção é uma versão cinematográfica do romance A Filha do Dilúvio, de Miguel da Costa Franco.
A juvenil comédia dramática Verdes Anos (primeiro longa em 35mm dirigido por Carlos Gerbase, ao lado de Giba Assis Brasil) é um trabalho "muito coletivo", conceitua o diretor. "Seria impossível listar todas as pessoas que foram fundamentais para que ele existisse. Até hoje encontro gente que me diz: 'Eu era figurante na cena do baile e, depois de esperar até às três da madrugada, morrendo de fome, ainda quebrei a cara na cena da briga. Adorei!'. Assim era o cinema na longínqua década de 80, quando eu tinha 20 e poucos anos e não era tão verde assim, mas estava longe da madureza."
Liberdade para criar e espírito colaborativo. Munido dessas duas palavras-chave, Gerbase define a trajetória dos Replicantes, grupo que nunca se intimidou por conta da censura prévia sofrida por várias de suas canções. "De peito aberto, os Replicantes diziam o que queriam, da maneira que julgávamos mais poderosa. E com isso transmitimos aos nossos fãs um sonho de liberdade de expressão e comportamento através da música. Mais do que isso: fomos inspiração para o surgimento de dezenas de bandas."
Ricardo Cordeiro, o 'King Jim', saxofonista dos Garotos da Rua, conta ter conhecido Gerbase nos dias em que ele e Giba faziam seus primeiros filmes em super-8. Logo King fez uma participação atuando com Nei Lisboa na gravação da música-tema de Verdes Anos. A seguir, ao longo de muitas atividades conjuntas, Gerbase tornou-se, para King (além de seu professor na universidade), um dos melhores letristas do rock brasileiro. "Até minha mãe, percebendo sua generosidade para com os amigos, me confidenciou ser fã do Gerbase. É um dos grandes dessa turma que há muito é tão importante para nossa cultura", engrandece.
Musa inspiradora da emblemática letra de Hippie-punk-rajneesh, Luciana Tomasi, a 'Luli', confidencia que conheceu seu futuro consorte numa das festas semanais dos alunos da Fabico, em 1980. "Lá pelas tantas surgiu na pista, dançando, um homem lindo. Era o Gerbase. Pensei: 'Esse carinha é bem o meu tipo'". Aquela noite, situa Luli, teve consequências polêmicas e enlouquecidas (ela contava então apenas 20 anos e já estava casada há quase três): divórcio, sucesso dos Replicantes, novos filmes, estrada, espírito anarquista e euforia constante. "Além de marido, Carlos Gerbase é meu sócio, amigo, companheiro de todas as horas e pai das minhas filhas. Ele é o homem mais impressionante que já conheci. Nos aguentamos há 43 anos. Ele acorda sempre de bom humor, é solidário com as pessoas e dono de um texto excepcional. Amo muito este homem!" 

Memórias de um filme e de uma geração

Márcia do Canto e Werner Schünemann em um cartazete de Verdes Anos

Márcia do Canto e Werner Schünemann em um cartazete de Verdes Anos

/SÉRGIO AMON/CASA DE CINEMA DE PORTO ALEGRE/REPRODUÇÃO/JC
A origem do filme Verdes Anos, explica a historiadora e autora do livro Verdes Anos: Memórias de um Filme e de uma Geração, Alice Dubina Trusz, está no conto Os verdes anos, de autoria do jornalista mineiro Luiz Fernando Emediato. A história encontra-se incluída no livro A Rebelião dos Mortos, publicado em 1978. Ainda no final da década de 1970, o conto, com apenas três personagens (Teco, Cândida e o narrador), inspirou o porto-alegrense Álvaro Luiz Teixeira a escrever o roteiro cinematográfico que serviu de base para a realização de um curta-metragem em super-8 intitulado Verdes Anos. Produzido e dirigido por Sérgio Lerrer e interpretado por atores do grupo teatral Vende-se Sonhos, o filme ficou inacabado.
Em 1983, Lerrer retomou o projeto, mas, desta vez, com a pretensão de realizar um longa-metragem em 35mm. O roteiro inicial, além de ter sido reescrito por Álvaro, ganhou ampliação, sendo criadas novas personagens para a produção. Contudo, acabou sendo modificado, na pré-produção e no processo de decupagem, pelas mãos de Giba Assis Brasil, Carlos Gerbase, Werner Schünemann, Alex Sernambi e Roberto Henkin, sem a participação de Álvaro. A versão resultante, denominada "roteiro técnico", e que de fato corresponde ao filme, distingue-se do roteiro original pela supressão de cenas e personagens e pela modificação de alguns diálogos.
Além de Schünemann, Verdes Anos também conta no elenco com atores como Luciene Adami, Marco Sório, Márcia do Canto, Marcos Breda e Marta Biavaschi. Alice Trusz postula que a produção de 1984 foi percebida como um marco do cinema gaúcho pela crítica de sua época e converteu-se em fenômeno de bilheteria no Estado quando exibida comercialmente. "Mas Verdes Anos não constituiu um evento isolado. Para compreender o seu impacto e a sua importância na história do cinema gaúcho e brasileiro é preciso reconhecê-lo e abordá-lo como produto de um processo mais longo e mais amplo, de incremento e renovação da produção cultural riograndense como um todo, e da produção cinematográfica em particular, que a iniciativa da sua realização também contribuiu para dinamizar".
Verdes Anos arrebatou um Kikito em Gramado, teve um excelente público no Rio Grande do Sul (mais de 100 mil pessoas) e serviu para que equipe e elenco (que trabalharam literalmente "no amor", pontua Gerbase) dessem início às suas carreiras no cinema dito profissional. O que poucos sabem é que, na verdade, nem ele e nem Giba queriam fazer Verdes Anos. O filme literalmente quase parou antes de começar. Giba e Gerbase, ao serem convidados por Lerrer para dirigir, descobriram que tinham a mesma opinião sobre o projeto: a história pouco acrescentava aos vários filmes super-8 que ambos haviam rodado antes. Temática e esteticamente, com o longa Inverno, em 1983, eles já tinham se afastado daquela onda de "nostalgia adolescente". Mas enfim, aponta Carlos Gerbase, contrariando a sua própria opinião, Verdes Anos tornou-se um êxito e seu sucesso acabou ajudando muita gente que naqueles dias começava a fazer cinema.
 

"Torcer pelo Grêmio mais do que ninguém"

Carlos Gerbase, durante lançamento da exposição 'Lupi - Pode entrar que a casa é sua', da qual foi curador

Carlos Gerbase, durante lançamento da exposição 'Lupi - Pode entrar que a casa é sua', da qual foi curador

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
Carlos Gerbase e Nelson Nadotti roteirizaram e dirigiram vários filmes juntos, dentre os quais estão Meu Primo, Sexo & Beethoven e Amor Sem Dor. Os dois inscrevem-se entre os pioneiros do jovem cinema gaúcho que despontou no final dos anos 1970 realizando curtas na bitola super-8 com escassos recursos técnicos e financeiros compensados por criatividade e energia transbordantes. Nelson Nadotti rodou com Giba Assis Brasil, em 1981, o longa em super-8 Deu Pra ti Anos 70, grande marco dessa geração, no qual Gerbase atuou como assistente de direção. Na série em seis episódios Diálogos Sobre Cinema, lançada em 2018 pela Prana, os dois conversam diante uma câmera, de forma descontraída, sobre os filmes que fizeram. O resultado é uma visão subjetiva, intimista e bem humorada sobre o mundo do cinema.
Nesse texto escrito especialmente para o Jornal do Comércio, Nadotti lembra o Carlos Gerbase desses e daqueles tempos e destaca que, de lá para cá, a única coisa que permaneceu imutável em seu parceiro de criação foi seu incondicional amor pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
"O Gerbase (como Carlos Gerbase é mais conhecido) poderia ser reconhecido como o mais gremista dos gremistas do mundo, o que por si só seria notável, dispensando que tivesse outras qualidades. Mas ele tem, sim. Na sala de aula do primeiro semestre do curso de Comunicação Social da PUC, em 1977, lembro de ele ser elogiado pela primeira redação apresentada, na verdade um belíssimo conto. Foi a primeira pessoa que conheci com a meta de se tornar escritor. Jovem, dominava a arte da fotografia. Tinha uma câmara de ponta, laboratório em sua casa - e colecionava a revista Photo, da qual eu nunca ouvira falar.
Como se não bastasse, descobri que ele gostava de cinema. Essa era a minha especialidade, pois tinha experiência escrevendo e dirigindo filmes em super-8, além de ter participado de cineclubes. Graças a este interesse nos aproximamos. Gerbase e nosso colega Hélio Alvarez tinham uma ideia ótima para um filme, queriam que eu ajudasse no roteiro. Dirigimos esse primeiro filme juntos, Meu Primo, em 1979. Daí para o Gerbase passar a filmar seus projetos foi um pulo. Sabia tudo: escrevia, fotografava, dirigia - e passou a fazer música. Baterista e compositor d'Os Replicantes, Gerbase assinou a trilha de seus curtas.
Chega? Nada disso.
Gerbase tornou-se professor no mesmo curso de Comunicação Social que fizemos, dando aulas de cinema junto ao mestre Aníbal Damasceno, formando gerações de cineastas. Quando voltei a visitar a Pucrs em 2015, me espantei ao ver os equipamentos utilizados para a prática de filmes. Dava para filmar como se fosse uma produtora profissional, com recursos que não tínhamos na época de estudantes. E Gerbase contou, empolgado, que iriam inaugurar um estúdio com tudo que tinha direito. Sinal que Gerbase levava a sério a missão de educar.
Falta dizer que, formado em Jornalismo, Gerbase trabalhou como repórter, e assina uma coluna em um grande jornal ainda hoje. E continua desenvolvendo novos projetos em todas as áreas. Mas, claro, sua maior qualidade ainda é, e sempre foi, torcer pelo Grêmio mais do que ninguém."
 

Trilha sonora de uma época

Em 2004, Carlos Gerbase (centro) durante coletiva com a equipe e atores do filme Sal de Prata, no Armazém A4 do Cais do Porto

Em 2004, Carlos Gerbase (centro) durante coletiva com a equipe e atores do filme Sal de Prata, no Armazém A4 do Cais do Porto

/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Com seleção de Carlos Gerbase, a trilha sonora de seu longa-metragem Tolerância, lançado em 2000, embora reúna em seu elenco nomes do cinema nacional como Maitê Proença, Roberto Bomtempo e Maria Ribeiro, aposta certeiramente em uma trilha sonora que prestigia uma cena musical que há 25 anos borbulhava em Porto Alegre. A trilha contempla artistas e músicas a exemplo de Como nossos pais (numa versão cantada por Nei Lisboa e Wander Wildner especialmente para a película), Pela ciência (Tom Bloch), Bambu (Os The Darma Lóvers), Gruvi (Flu, que também assina a trilha original) e Apartment jazz 1 e 2 (Jupiter Apple).
Lá por 1999, quando deu início à sua pesquisa de músicas para a trilha sonora de Tolerância, relembra Gerbase, a ideia era utilizar apenas compositores gaúchos. Para tanto, ele recorda ter dado uma chegada na loja Toca do Disco, onde fez a aquisição de tudo que encontrou por lá e ainda não conhecia. "Devo ter comprado uns 25 CDs, o que foi bem útil para definir parte da trilha."
Uma das exceções a essa sistemática deu-se com a banda Space Rave, que havia lançado, na mesma época, o álbum Transgênico, Descartável, Feito pra Durar Menos de um Mês. O guitarrista Eduardo Normann recorda ter entregado o CD em mãos para o próprio Gerbase numa festa no ateliê da artista plástica Cláudia Barbisan. Normann pediu ao diretor que escutasse a primeira música, Golden net, a qual passou para a trilha de Tolerância rebatizada de Moviola.
Para o guitarrista, falar de Carlos Gerbase também é falar dos Replicantes. "Parcerias do Gerbase tanto com Heron Heinz, em Boy do subterrâneo e Surfista calhorda, quanto com o Cláudio Heinz, nas belíssimas One player e O futuro é vortex, me impactaram desde a primeira audição. Tava na cara que ali havia um jeito de escrever bastante diferente do que se fazia no rock brasileiro. Um futurismo underground que soa ainda hoje totalmente original. Sanguíneo. E, com certeza, uma forte influência em meu jeito de compor".
 

Seja punk mas não seja burro

Foto rara dos primórdios dos Replicantes: Wander Wildner, Gerbase, Luciana Tomasi e os irmãos Claudio e Heron Heinz

Foto rara dos primórdios dos Replicantes: Wander Wildner, Gerbase, Luciana Tomasi e os irmãos Claudio e Heron Heinz

/ACERVO PESSOAL CARLOS GERBASE/REPRODUÇÃO/JC
Os Replicantes estão completando quatro décadas de estrada em 2024. Um dos maiores expoentes do punk nacional, lançou 11 álbuns de estúdio, excursionou pelo Brasil e exterior e, até hoje, possui milhares de ouvintes tanto nas plataformas físicas quanto virtuais. Partindo dessa vitoriosa premissa, a vocalista Julia Barth (há 18 anos à frente dos microfones do grupo) colocou na rua uma campanha para a realização do documentário Seja Punk Mas Não Seja Burro, com direção e roteiro seu e de Virginia Simone e produção de Matheus Walter.
Julia diz que Carlos Gerbase é uma de suas grandes inspirações para a concepção do projeto. Ela conta que quando ainda "brincava de ser atriz", bem antes de ser uma Replicante, Gerbase já era o diretor de cinema com que mais havia trabalhado. "Mais de uma vez o Gerbase me disse: 'Escrevi um roteiro novo, tem uma personagem pra ti'. Depois, ele tornou-se meu professor na faculdade de cinema, inclusive, de roteiro para documentário. Foi um grande mestre!"
Os Replicantes, ressalta Julia, são puro cinema. Nas suas palavras, tanto por ser uma das primeiras bandas a fazerem videoclipes no Brasil quanto pelas letras, super visuais. Mais de uma canção, diz Julia Barth, daria um filme, como no caso do enredo nas letras de Astronauta, One player e Boy do subterrâneo.
Isso tudo com certeza, aponta a diretora, "vem do Gerbase, da Luli e de vários amigos que são artistas geniais, incluindo os demais Replicantes". "A banda tem esse pioneirismo audiovisual no rock brasileiro, isso é fato". Ela ainda destaca que os Replicantes deixaram registrado muita coisa em imagens, em todas as épocas e formações: "É muito material audiovisual, que será matéria-prima para o filme Seja Punk Mas Não Seja Burro. Para conseguir executar essa ideia, estamos com uma campanha de financiamento coletivo aberta no Apoia-se".
 

Doze grandes trabalhos de Carlos Gerbase, por ele mesmo

Carlos Gerbase e King Jim mantendo sua fama de maus

Carlos Gerbase e King Jim mantendo sua fama de maus

/ACERVO PESSOAL CARLOS GERBASE/REPRODUÇÃO/JC
2023 e 2014 - Fui curador de duas exposições: Moacyr Scliar, o centauro do Bom Fim (2014) e Lupi: pode entrar que a casa é tua (2023). Descobri que fazer o roteiro de uma exposição pode ser tão divertido quanto escrever o roteiro de um filme.
2021 - O Caderno dos Sonhos de Hugo Drummond (romance, Editora Diadorim): meu romance mais recente, e que considero o mais bem acabado. Pouca gente leu. Mas eu gostei de escrever.
2017 - Bio (longa-metragem, digital): misturei documentário (falso) e ficção (em parte, ficção-científica). Experiência bacana, em que tive o apoio de um elenco maravilhoso e uma equipe que fez milagres com o orçamento que tínhamos.
2013 - Primeiro filme (livro didático, ed. Artes & Ofícios): eu tenho muito orgulho do projeto Primeiro Filme. Esse livro foi a base de toda a pedagogia que usamos para apoiar o ensino de cinema nas escolas, treinando professores e incentivando os alunos.
2003 - Impactos das tecnologias digitais na narrativa cinematográfica (ensaio, Edipucrs): enquanto estava na universidade, escrevi dezenas de ensaios sobre cinema e fotografia. Esta é minha tese de doutorado. Continuo pensando do mesmo jeito: a digitalidade não mudou a maneira de contar boas histórias no cinema. 

Registro fotográfico da agitação de um show dos primeiros anos dos Replicantes; Carlos Gerbase está ao centro

Registro fotográfico da agitação de um show dos primeiros anos dos Replicantes; Carlos Gerbase está ao centro

ACERVO PESSOAL CARLOS GERBASE/REPRODUÇÃO/JC
2000 - Tolerância (longa-metragem, 35mm): meu filme com melhor carreira comercial. Gostei, em especial, de fazer a trilha (junto com o Flu) usando muitas canções do rock gaúcho.

1995 - Deus Ex-Machina (curta-metragem, 35mm): deu tudo certo. Muitos prêmios no Brasil e uma menção honrosa em Clermont-Ferrand. Meu melhor curta.

1987 - Comigo, não! (contos, L&PM) - meus primeiros contos publicados.

1986 - O Futuro é Vortex (LP, RCA): toquei bateria e fiz backing-vocal. Disco importante pra muita gente.

1983 - Inverno (longa-metragem em super-8) - meu filme mais autobiográfico, embora as semelhanças sejam com os sentimentos, e não com os fatos;

1983 a 2002 - As letras que escrevi para Os Replicantes, que incluem Surfista Calhorda, Festa Punk, Astronauta, Mistérios da Sexualidade Humana, Choque e África do Sul (e mais algumas);

1979 - Meu primo (média-metragem em super-8) - meu primeiro filme, em que aprendi, com 20 anos, quase tudo que sei sobre roteiro e direção, com a ajuda de Nelson Nadotti e Hélio Alvarez.

* Cristiano Bastos é jornalista e autor de Julio Reny – Histórias de amor e morte, Júpiter Maçã: A efervescente vida e obra, Nelson Gonçalves: O rei da boemia, Nova carne para moer e Gauleses irredutíveis – Causos & Atitudes do Rock Gaúcho. Também dirigiu o documentário Nas paredes da pedra encantada.

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