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Publicada em 30 de Novembro de 2023 às 17:13

Desde o Brasil profundo: as façanhas de Zeca Brito em um cinema sem fronteiras

Aos 37 anos, bajeense Zeca Brito é o cineasta gaúcho mais produtivo de sua geração

Aos 37 anos, bajeense Zeca Brito é o cineasta gaúcho mais produtivo de sua geração

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Carol Zatt, especial para o JC *
Carol Zatt, especial para o JC *
Quem acompanha a carreira do múltiplo e irrequieto artista Zeca Brito sabe que ele realiza uma série de projetos ao mesmo tempo, mobiliza a cena e tem diversas outras ideias na manga para um breve futuro. "Faz coisas até demais", exclama a mãe Marilu da Luz, por telefone, em um misto de brincadeira e reclamação. Ela tenta acompanhar, através das redes sociais, mensagens e ligações, as andanças incansáveis do filho caçula e temporão pelos diferentes territórios da arte.
O ano de 2023, porém, tem uma marca diferenciada na já substancial (apesar de curta, apenas 37 anos) trajetória do cineasta, ator, cantor e agitador cultural, extrapolando as conjugações do verbo "realizar". Ele é idealizador e diretor artístico do Festival Internacional de Cinema da Fronteira, cuja 14ª edição segue até este domingo em Bagé, com o tema Profundo Brasil Profundo.
 
Zeca conta que, quando se mudou para Porto Alegre para estudar (Realização Audiovisual na Unisinos e Artes Visuais na Ufrgs), foi classificado como um artista do Interior: "O interior é dentro da gente. A subjetividade nasce a partir de uma territorialidade. No caso do Festival da Fronteira, vamos afirmar esse lugar de dentro, buscando a beleza, o valor de estar posicionado adentro e pensar a profundidade como esse lugar de reflexo. Um lugar de dúvida, de provocação, que, ao mesmo tempo, é muito popular".
Por essas questões, esta edição buscou expressar a regionalidade em sua programação paralela, com protagonismo para a música nativista e a Sessão Memória com o clássico Pára, Pedro! (1969), na abertura do evento.
 
Nos eventos que o bajeense participa, costuma cantar, e dois temas que sempre interpreta são Gaudêncio Sete Luas (de Marco Aurélio Vasconcelos, com letra de Luiz Coronel) e Cuitelinho (hino caipira de Paulo Vanzolini e Antônio Carlos Xandó reconhecido nas vozes de Renato Teixeira e Sérgio Reis). "Ambas são Profundo Brasil Profundo", conclui.
 
Parafraseando os versos do poeta conterrâneo, Brito reconhece que já nasceu para ventania e não vai ficar para semente. "Acho que meus filmes são sementes que germinaram, essa mensagem para a posteridade, para o futuro". A gritaria, por sua vez, foi mais presente outrora e, hoje, no seu processo de maturação artística, tem buscado mais calma para utilizar a ferramenta do diálogo.
 
No entanto, ela já foi útil na carreira: no meio da Redenção, para chamar 100 figurantes ao curta Aos Pés; utilizando megafone nos bastidores das filmagens de Legalidade ou no bloco de rua Maria do Bairro, reivindicando, no grito, junto com a população, mais uma hora de Carnaval perante as forças da municipalidade.
 
"São episódios que ficam assim na minha cabeça, como se, em algum momento, fosse necessário motivar uma multidão para fazer as coisas", reflete. "E acho que é essa a chave, a magia. Às vezes, é possível se comunicar de uma maneira muito efetiva para muita gente."
 

Novos passos

Zeca Brito bebê no colo da mãe, Marilu da Luz, que o teve com 46 anos

Zeca Brito bebê no colo da mãe, Marilu da Luz, que o teve com 46 anos

ARQUIVO PESSOAL ZECA BRITO/REPRODUÇÃO/JC
Ainda neste mês, antes do encerramento de 2023, o realizador audiovisual José Teixeira de Brito deve estrear em Porto Alegre o seu oitavo longa, o filme híbrido Hamlet, que finalmente consagrou o cineasta no Festival de Gramado, em agosto, de onde saiu com cinco Kikitos na Mostra Gaúcha: melhor filme, direção, ator, fotografia e montagem. Na sequência, a mesma obra lhe rendeu um prêmio como diretor em Buenos Aires, onde também estreou o seu nono longa, o documentário Arte da Diplomacia, fora de competição.
O título inédito ainda participou do Festival do Rio e da Mostra de Cinema de São Paulo, recentemente. A produção do Canal Curta! tem previsão de entrar na TV e nas plataformas de streaming no primeiro semestre de 2024.
Logo após deixar o cargo de diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), do qual ficou à frente de 2019 a 2022, ele começou as filmagens de seu décimo longa-metragem, o documentário Squel Jorgea: confissões de uma porta-bandeira. Em meio ao trabalho no Carnaval do Rio de Janeiro, também encontrou um novo amor, vindo da Patagônia. Como nada que acontece na vida de Zeca Brito passa em branco, essa conexão na Argentina já se transformou em um projeto de western pelas estradas do país vizinho.
Por tantos feitos, o cineasta foi homenageado na Câmara Municipal de Vereadores nesta semana, na véspera da abertura de mais uma edição do evento que atrai os holofotes para a cidade da Fronteira gaúcha. Pela primeira vez, o festival exibe 12 longas (cinco inéditos no Brasil), de diferentes países, com diversidade também entre os seus autores.
Acho que o artista tem que ter identidade e senso de lugar. Tem que saber de onde vem, o que é, porque isso nos constitui – até para que outros padrões sejam incorporados no microuniverso regional. Ser de Bagé não significa vestir uma roupa, mas apresentar uma outra roupagem para ser de Bagé e abrir caminhos, para que haja continuidade”, comenta sobre o seu reconhecimento na cidade natal.
Além disso tudo, Zeca trabalhou neste ano na escrita do seu primeiro roteiro LGBT para longa (em parceria com Alessandro Engroff), se prepara para dirigir a adaptação cinematográfica da montagem Bailei da Curva (com roteiro de Carlos Gerbase e Julio Conte e produção da Prana Filmes) e também para estrear na direção de teatro em 2024, com A caçada, peça escrita por Evaldo Mocarzel, produzida e estrelada por Ítala Nandi. Claro, entre as metas para o próximo exercício anual, está finalizar o décimo longa desta sólida filmografia, um sonho de vida realizado, segundo ele.

Menino contador de histórias

Filho de artistas unidos pelo teatro, caçula temporão contou com incentivo da família em Bagé; ao lado, Zeca Brito bebê no colo da mãe, Marilu da Luz, que o teve com 46 anos

Filho de artistas unidos pelo teatro, caçula temporão contou com incentivo da família em Bagé; ao lado, Zeca Brito bebê no colo da mãe, Marilu da Luz, que o teve com 46 anos

ARQUIVO PESSOAL ZECA BRITO/REPRODUÇÃO/JC
Maria Clara Machado deveria ser a madrinha de José Teixeira de Brito, nascido em Bagé em 1986. Foi uma montagem da peça da autora, Pluft, o Fantasminha, na escola em que trabalhava a professora Marilu da Luz, que a uniu com o diretor de teatro Sapiran Brito (assistente de direção de Teixeirinha no cinema).

A essa altura, Marilu, viúva, com 46 anos, já tinha três netos do casal de filhos do primeiro matrimônio. Zeca cresceu nesse ambiente imerso em arte, e a mãe relata que, desde os primeiros anos, ele já inventava histórias mirabolantes com bichos, indígenas e outros elementos da natureza.

A artista plástica lembra de tudo em meio a risadas. Recorda de quando foram fazer a cena do velório no primeiro longa do filho, O Guri (2011): "Desmancharam uma biblioteca inteira aqui em casa". E tinha tanta gente circulando pela residência que ocorreu até um furto durante as filmagens.

Filho de artistas, o cineasta sempre teve apoio dos pais para criar, cantar e escrever. Um episódio clássico - resgatado no documentário Glauco do Brasil (2015) - é ter ganhado, ainda menino, uma filmadora de presente. Aos 12, entrevistou o pintor Glauco Rodrigues na festa de 70 anos na cidade da Fronteira gaúcha.

Na adolescência, o garoto fez oficina de contos e de romance histórico com Alcy Cheiuche. "Estudamos os Charruas. Sabiamente, ele tinha como lema: o universo começa no pátio da nossa casa. Era a ideia de empoderar a partir da nossa realidade fronteiriça, regionalista, do que tínhamos aqui como elementos de formação cultural. Pensar a quantidade de vocabulário que uma imagem guarda", reflete Zeca.

Com mestrado em Artes Visuais pela Ufrgs (2018), para o futuro, o diretor bajeense não descarta seguir os passos da mãe na docência e se tornar professor um dia. Assim como também não deve renegar o caminho familiar da política. Ele é filiado ao PDT desde os 16 anos: "Pretendo concorrer a cargos públicos eletivos. Meu pai foi vice-prefeito de Bagé; e meu avô, prefeito e deputado federal".

Um olhar contemporâneo para a cultura brasileira

Legalidade (2019) é um dos destaques na extensa e inquieta filmografia de Zeca Brito

Legalidade (2019) é um dos destaques na extensa e inquieta filmografia de Zeca Brito

/PRANA FILMES/DIVULGAÇÃO/JC
Para Ítala Nandi, o realizador audiovisual é um ser iluminado, diretor politizado com olhar único, que sabe e gosta do que diz com a imagem. "Aqui, muito na fronteira bajeense, está à frente de seu tempo. Dele sempre virá algo novo, atual. Hoje não há quem não conheça Zeca Brito, o cineasta legalista."
Na opinião da artista, Legalidade (2019) é um filme icônico. Depois que o conheceu melhor, passou a admirar sua rapidez e o equilíbrio entre produtor e realizador: "Acabei de ver Arte da Diplomacia e louca pra assistir Hamlet. Zeca já é exemplo aos principais núcleos de cinema de todo território nacional".
"Zeca é talentoso", diz Fernando Alves Pinto, protagonista do triângulo amoroso do drama. "Quando começa a explicar as coisas, parece que estou com aquele professor de História da escola que fazia a gente gostar da matéria, entendeu? Ao mesmo tempo, é um maluco, engraçado, inteligente e canta. Ele é muito musical, é um performer maravilhoso. Por isso que acho que sonhei que ele entrava cantando forró em um filme".
Como ambos se conheceram para as filmagens do longa e ficaram muito amigos, a reportagem procurou o reconhecido intérprete do cinema brasileiro (integrante, inclusive, do clássico gaúcho Anahy de las Missiones) para convidá-lo a participar com um depoimento pessoal sobre o cineasta de Bagé de 37 anos. O inusitado é que o ator tinha sonhado com o diretor dois dias antes do contato. Ele gravou um vídeo exclusivo para o JC contando o enredo do inconsciente, em meio às reformas em sua casa, após o trabalho em longa de comédia com Leandro Hassum.
Uma entrada "neohitchcockiana musical" do rapaz da Fronteira gaúcha interpretando uma canção de ritmo essencialmente nordestino tinha sido a solução onírica para um problema de bastidores em um set. "A gente estava filmando, mas o roteiro estava um pouco confuso. Aí eu tive uma ideia que parece que ia resolver tudo: Zeca, que era o diretor e roteirista, ia entrar em cena cantando! E isso resolvia toda a dramaturgia e fomos um sucesso de bilheteria!", narra Fernando Alves Pinto.
O ator descreve o trabalho de Zeca como se fosse um filme histórico contado por Pedro Almodóvar, uma mistura do diretor espanhol com documentarista. "É muito divertido fazer os filmes dele e o jeito que os longas ficam. A história importante da Legalidade contada com aquela novela atrás, romântica e sensual", destaca.
A professora Maria Amélia Bulhões teve o primeiro contato com o cineasta antes de ser sua orientadora no mestrado da Ufrgs, quando do lançamento do filme sobre Glauco Rodrigues: "Foi uma grata surpresa, porque realmente vi que o trabalho dele tinha algo especial, que saía fora do padrão do documentário, para trazer uma percepção muito integrada da arte".
Ela considera a obra do realizador fundamental, com viés pessoal e abordagem complexa, não superficial, de uma mente inquieta que está sempre em movimento, pesquisando, indo a fundo nos temas. "Acho que todos os prêmios que Zeca vem amealhando tem a ver com isso. O trabalho dele traz um sentido de visualidade muito forte, mas não é só o visual de ser belo, bonito. É a compreensão de um visual contemporâneo, de como o olhar contemporâneo está se envolvendo com o mundo, de como nós estamos pensando o mundo contemporâneo."
Bruno Polidoro, diretor de fotografia que mais trabalhou com o realizador, inclusive em Legalidade, diz que o bajeense é, talvez, o artista mais múltiplo que conhece. "É apaixonado pela literatura, pela gravura, pelas artes visuais. Ele faz mestrado, faz cinema, faz Carnaval, faz música. O Zeca também é uma das pessoas que eu conheço mais apaixonadas pelo Brasil, pela cultura brasileira. Além de ser um gênio criativo, é um artista que tem explosões de criação dentro dele", exclama.
Brito e Polidoro se conheceram na faculdade de Realização em Audiovisual da Unisinos em 2004: "É, sem dúvida, o realizador com que mais fiz projetos - curtas, longas, diversos formatos, com orçamento, sem orçamento, de arte, mais comerciais. E sempre é um grande, grande aprendizado trabalhar com o Zeca. Filmar é sempre uma experiência de vida, mas ele faz o cinema ser uma arte do encontro. Ele está filmando um e já sai com outros 10 projetos de documentário". Além disso, o fotógrafo conta que o cineasta pensa a cor, os movimentos de câmera, faz uma entrevista, se envolve com política, aprova um edital, negocia, fala com um investidor e consegue viabilizar - todos esses lados ao mesmo tempo.
Para o profissional, o diretor valoriza o filme como uma ferramenta de transformação social e acredita que ele seja um dos realizadores que mais trabalha a difusão das artes visuais através do produto audiovisual. "Ele gosta do embate, da troca de ideias efusivamente. O cinema é uma forma que o faz se encontrar e poder estar diretamente trocando essas ideias", analisa.
 

Políticas afirmativas e diversidade no audiovisual

Zeca Brito foi diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine) de 2019 a 2022. A cineasta, roteirista e jornalista gaúcha Camila de Moraes, de O caso do homem errado (2017), segundo longa dirigido por uma mulher negra exibido comercialmente no Brasil, avalia o legado de sua gestão:
"O mundo do audiovisual gaúcho me deu a oportunidade de conhecer Zeca Brito durante uma edição do Festival de Cinema de Gramado, quando ele estava coordenando o Iecine/RS. Em trocas e diálogos, avaliamos a necessidade de políticas públicas afirmativas para o cinema do Estado. Foi assim que idealizei o Festival Cinema Negro em Ação, com apoio, parceria e investimentos do Instituto, da Casa de Cultura Mario Quintana, da Secretaria de Estado da Cultura e da TVE-RS, no primeiro momento. O Cinema Negro em Ação nos conectou e nos deixou muito próximos, pois era uma ação nova para o Estado, muitas demandas, devaneios, busca por parceiros, patrocínios, apresentações, até o momento de colocar o pé no chão e mão na massa. Foram três anos intensos e vivos em prol do audiovisual brasileiro.
Zeca é um agitador cultural por excelência e isto é fascinante, pois envolve e incentiva quem está ao seu redor. Buscamos por melhorias de trabalho dentro da indústria do cinema. Acredito que esse olhar, que se movimenta em diversas frentes, é extremamente necessário, para que órgãos e instituições compreendam o nosso fazer e invistam recursos para que, de fato, haja melhorias e condições dignas para esses profissionais e amantes da arte. Em grande medida, o cinema gaúcho tem conquistado espaços cada vez mais qualificados, por conta dessas estratégias e ações feitas por esse cineasta."

O que vem por aí

Viagem pela Patagônia com o namorado Esteban Morala inspira novo projeto

Viagem pela Patagônia com o namorado Esteban Morala inspira novo projeto

/ARQUIVO PESSOAL ZECA BRITO/REPRODUÇÃO/JC
Além de estar rodando seu décimo longa-metragem, o documentário sobre a premiada porta-bandeira Squel Jorgea, durante o ano de 2023, o cineasta Zeca Brito trabalhou em parceria com Alessandro Engroff no roteiro de Bragado.
Para escrever junto seu primeiro "não velado" roteiro sobre uma história LGBT, o bajeense convidou o roteirista e assistente de direção que também é um dos organizadores do Frapa - Festival de Roteiro de Porto Alegre. "Basicamente, todos os meus roteiros de longa são com essa temática, tenho muito lugar de fala", conta o jornalista de 33 anos nascido e crescido em Pirapó, cidade das Missões de menos de 3 mil habitantes, onde participou do movimento tradicionalista.
"É uma história de amor, é um Romeu e Julieta que se passa no Pampa gaúcho. Dois homens, um escritor de 40 anos e um jovem domador de potros de 19, se apaixonam em um ambiente estruturalmente homofóbico e muito machista. Tem esse encontro do mundo das artes com um personagem do universo dos rodeios, que é super masculino também. Eles tentam viver esse amor mesmo com todas essas diferenças e preconceito, essa discriminação que existe em uma cidade do interior", detalha Engroff.
O roteirista explica que o cineasta já o chamou tendo o título e o argumento para o longa: "Bragado é uma raça de cavalo. São os grisalhos. O escritor, Pedro, vai passar um tempo em sua cidade natal. A família cria cavalos e tem uma cabanha, onde trabalha Gabriel. Quando finalmente criam uma intimidade, o domador brinca com isso". O filme também é sobre um homem que está envelhecendo, ficando grisalho e vê isso reconhecido por um jovem, com quem vive a maior paixão da vida. "Acho muito louvável todas as temáticas que o Zeca se interessa e como isso reflete na obra dele e nas iniciativas em que se envolve", opina o jornalista.
O diretor ainda tem para o futuro um projeto de western, com a parceria do namorado Esteban Morala. Depois de conhecer o argentino no Rio de Janeiro durante o Carnaval, quando estava filmando, o cineasta foi visitá-lo no país vizinho. Após a vinda de Morala para conhecer sua família em Bagé, Zeca voltou à Argentina e foi desbravar a Patagônia.
"Cruzamos o país de uma ponta à outra, desde o Oceano Atlântico até a Cordilheira dos Andes, de caminhão", conta o empreendedor da área do Transporte. Nesta aventura, percorreram o mesmo percurso realizado pelos pistoleiros Butch Cassidy e Sundance Kid fugindo pela Patagônia por 10 anos. A ideia é retomar essa história em um longa.
"Nós dois estamos muito centrados no nosso trabalho. Nossas vidas profissionais vão por lugares diferentes. Mas chega a noite, chegam os momentos de descanso, ou no meio dos problemas do dia a dia do trabalho, estamos felizes, porque sabemos que amamos e somos amados", relata Morala.
 

Jogo rápido com Zeca Brito

Zeca Brito:

Zeca Brito: "O interior é dentro da gente. A subjetividade nasce a partir de uma territorialidade"

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
José Teixeira de Brito
Nascimento: 10 de abril de 1986, às 18h45min
Local: Hospital São Sebastião - Santa Casa de Caridade de Bagé/RS
Horóscopo: Sol em Áries, Lua em Touro, Ascendente em Escorpião
Uma cor: Verde que te que quero verde, como Federico García Lorca
Um amor: Esteban Ricardo Morala
Um artista (ou uma obra): Os anjos músicos da Capela de Trinidad (Paraguai), última fase do Barroco Jesuítico Guarani
Um livro: O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (1995), de Darcy Ribeiro
Uma música: O Poder da Criação, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro
Um diretor: Pier Paolo Pasolini
Um ícone, uma personalidade, alguém que seja uma grande inspiração:
Elza Soares
Maior desafio da vida pública: Levar a alfabetização audiovisual a todas as pessoas. Tornar a sua linguagem acessível.
Maior desafio da vida privada:
Deixar o nomadismo: eleger um lugar para morrer.
Maior sonho realizado: Ter construído uma filmografia.
Maior sonho a realizar: Trabalhar em outro idioma. É um sonho meu me comunicar em cinema com inglês e espanhol.
 

Filmografia

Bilhete de Jen-Claude Bernardet quando do lançamento do primeiro longa, O Guri

Bilhete de Jen-Claude Bernardet quando do lançamento do primeiro longa, O Guri

ACERVO PESSOAL ZECA BRITO/REPRODUÇÃO/JC
Curtas
• Um Filme Chamado Sfincter (2006)
• Um Breve Assalto (Histórias curtas, 2009)
• Aos Pés (2010)
• O Sabiá (2011)
Longas
• O Guri (2011) - drama
• Glauco do Brasil (2015) - documentário
• Em 97 Era Assim (2016) - comédia
• A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro (2017) - documentário
• Grupo de Bagé (Canal Curta!, 2018) - documentário
• Legalidade (2019) - drama histórico
• Trinta Povos (Canal Curta!, 2020) - documentário
• Hamlet (2023) - filme híbrido
• Arte da Diplomacia (2023) - documentário
 

* Carol Zatt é jornalista cultural, mestre em Comunicação e especialista em Arqueologia e Patrimônio. Membro da Accirs, é curadora e jurada em eventos artísticos, audiovisuais, musicais e literários.

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