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Armindo Trevisan celebra seis décadas de poesia e 90 anos de vida com lançamento de novo livro
Poeta gaúcho lançou em julho novo volume de poesias, 'Meus Melhores Poemas'
José Weis, especial para o JC
Poeta que tem bons padrinhos não morre pagão. "Tu vais ganhar este concurso", vaticinou Mario Quintana. "Livro belíssimo", Clarice Lispector afirmou num telegrama, depois de ler os originais enviados. Como diz o próprio alvo do cumprimento, foi "o elogio mais estimulante, o mais carinhoso, o mais verdadeiro que recebi".
O concurso era o Prêmio Nacional de Poesia Gonçalves Dias, da União Brasileira de Escritores. O original era do livro A Surpresa de Ser. O ano era 1964. Foi assim que se abriu o caminho para um jovem poeta chamado Armindo Trevisan, natural de Santa Maria, Rio Grande do Sul, onde nasceu em 6 de setembro de 1933. Quase seis décadas depois, o autor celebra suas nove décadas de vida com saúde, fé e humildade, além de um legado literário significativo e crescente. Para celebrar a data, a publicação de um novo livro, Meus Melhores Poemas, com direito a 115 inéditos, lançado em julho.
A maturidade, aliás, reafirmou uma conhecida característica do poeta e professor Trevisan: a simplicidade da sua pessoa. "Quanto mais a gente amadurece, mais modesto a gente fica", afirma. Um sentimento que transborda para o próprio universo literário no qual se insere: para ele, "em termos de literatura, o Rio Grande do Sul é pouco mais do que um bebê". Por isso mesmo, definiu o que seriam os seus eleitos gênios fundadores da literatura rio-grandense; Simões Lopes Neto (1865-1916), Erico Verissimo (1905-1975) e Mario Quintana (1906-1994). Simões Lopes Neto é, argumenta, o autor de uma mitologia fundadora. "Já li a sua obra pelo menos umas cinco vezes. Ele era um leitor de Coelho Neto, mas Simões Lopes Neto, além de um criador verbal, era um criador mítico", afirma.
Sobre Erico Verissimo, Trevisan relembra: "perguntei pro Erico, 'me diz uma coisa, quem que tu consideras um gênio no Brasil?'". E para a confessada surpresa de Trevisan, Erico definiu como gênios Guimarães Rosa e Clarice Lispector. "Daí eu perguntei por Graciliano Ramos, e ele me respondeu que se tratava de um grande escritor, assim como Jorge Amado. E sobre o seu livro predileto, Erico disse que era O Continente". Nessa misturança de escritores, em que uma lembrança se agarra na outra como um enredo que a gente só vai entender mais adiante, o terceiro gênio, Mario Quintana, também era um dileto amigo, do tipo que incentivava e opinava sobre a escrita do aprendiz. Coube a Trevisan, durante muito tempo, selecionar os trechos de Quintana que compunham a Agenda Poética, uma publicação que fez muito sucesso. Para Armindo, a poesia de Mario Quintana tem um "lirismo transcendente, de caráter universal".
A unir esses escritores todos, a capacidade de manejar a arte poética para criar, no leitor e no mundo, universos insuspeitados. "Tu és um usuário da linguagem, e de repente tu inoculas na linguagem algum vírus - um germe, vamos dizer, que eu não domino muito bem a biologia molecular - e transforma em outra coisa", explica Armindo, meio que fazendo poesia ao mesmo tempo. E conclui: "Na realidade, o poeta é uma espécie de multidão comprimida. Eu me servi de muita gente, de muitos elos de uma corrente. Se, de repente, um desses elos se rompesse, tudo viria abaixo."
Poeta calejado, eterno aprendiz
São mais de três dezenas de livros publicados, entre ensaio e poesia. Agora, Armindo Trevisan lança uma antologia pessoal, Meus Melhores Poemas (Editora Bestiário, 271 páginas), volume no qual o autor faz um balanço de sua obra, com alguns recortes de quem escreve desde os 12 anos. O poema, afinal de contas, está sempre lá. "Continuei a escrevê-los vida afora, e hoje, na iminência de completar 90 anos, ainda estou escrevendo", reafirma no prefácio. De lambuja, Armindo oferece 115 poemas inéditos, compostos a partir de 2020 até a entrega dos originais ao editor Robert Schmitt-Prym. São criações recentes, concebidas durante a pandemia, nas quais Trevisan faz reflexões, presta homenagens, lamenta a perdas de amigos próximos, homenageia poetas, pensadores e compositores.
A qualidade e personalidade da obra levaram à criação de um selo especial, Invencionática, especialmente para abrigar poesia como a que Trevisan escreve. O que, definitivamente, não é tão comum quanto talvez pareça.
Para esta reportagem, selecionou um texto onde reafirma que ainda continua sendo uma poeta-aprendiz, mas, como 'antena da raça', segundo Ezra Pound, atento ao seu tempo. A seguir, um trecho de A Poesia No Mundo Contemporâneo, que Trevisan entregou especialmente para esta edição:
"A Internet demonstra que a máquina pode superar a inteligência humana naquilo que lhe é próprio: a produção automatizada. Desde os tempos antigos sabemos que a moagem de grãos é mais bem realizada por máquinas do que pelo pilão manual. O que foi o moinho para os nossos antepassados, é hoje o computador para nós. Há coisas que a máquina - e a Cibernética - podem fazer melhor do que as mãos."
E segue adiante a sua escrita: "existem, porém, muitas coisas que não podem ser realizadas por máquinas. Em termo gerais, o que ultrapassa a matéria não pode somente ser tratado pela máquina. A máquina pode até interferir em nossos neurônios, mas possui limites, uma vez que esbarra naquilo em que o homem é essencialmente psíquico. A máquina não funciona em termos de sentimentos e emoções. Ela consegue ser melhor do que a memória unicamente no que concerne à acumulação de lembranças. Eis porque o computador foi um invenção utilíssima à Humanidade. Já na interpretação das lembranças pessoais, a máquina não funciona. Qual máquina poderia compreender um ato amoroso, ou um luto?"
E conclui, no seu estilo de ensaísta calejado: "Por definição, o Poeta é alguém que tem por ofício produzir o que dribla a máquina. Ele é um produtor de significados e sensações, diferentes das sensações comuns."
Encontros com os grandes nomes da literatura
Ao longo de nove décadas vividas, entre o ensino e a literatura, foram muitas, para Armindo Trevisan, as oportunidades de contatos pessoais com os grandes confrades de poesia e prosa. Tomando esses diálogos e convivências como premissa, o médico e poeta Celso Gutfreind dividiu com Armindo o projeto de um livro - poesia de Trevisan e comentários em forma de crônicas de Gutfreind - que ainda está por sair, chamado O Elogio do Encontro, do qual adiantamos um fragmento.
Poema a Carlos Drummond de Andrade
Diante de Drummond,
eu me sentia um menino que, às vezes, pretendia
escalar uma altíssima montanha!
Mas quem jamais (até ao cimo dela?) -
poderia guindar-se, se o Poeta
fosse feito de ferro de Itabira?
Drummond, foste um Poeta sem igual:
arauto de um pobríssimo José
que vivia, na sua Ilha do Agora.
Todavia, na Máquina do Mundo,
subsiste alguém que anseia, e até chora,
como se fosse um órfão extemporâneo...
Das lágrimas, somente aproveitaste
o que, na água, poderia lavar
tuas pupilas! Foste sempre um perplexo,
que adoraste o terrestre Infinito,
como se nele, atadas num pacote,
estivessem as rimas de Raimundo!
Guardaste para ti teu ceticismo,
que não foi pose, mas cruel abismo!
Sem favor, ó Poeta glorioso,
juntaste as seduções da burguesia
num feixe anti-trigo de incerteza.
Foste grande? Outra vez, eu te enalteço:
também mostraste humildade exótica:
a de alguém, que julgando-se pequeno,
excluía de sua alma o veneno.
Sim, a tua alta e bela Poesia
sugere algo como uma ascensão
ao Nada - e ao que dissipa o ar.
Á beira do caminho, até os morangos
não bastaram à tua lucidez!
Acolheste no teu vasto coração
a sensação sincera de que a Vida
era muito maior que a Poesia.
Esta, Poeta, foi tua agonia!
(Armindo Trevisan)
Lembrança
Carlos Drummond de Andrade foi um dos três grandes jurados do concurso nacional que consagrou a poesia do jovem poeta Armindo Trevisan, com o seu livro A Surpresa de Ser, em 1964. Manuel Bandeira, aliás, tinha entrado na história, desde o princípio, pois também estava no júri e, assim como Drummond e Cassiano Ricardo (a terceira celebridade julgadora), tinha 123 originais polpudos para ler.
Drummond lia cada verso de todos os poetas postulantes ao prêmio. Anotava, rabiscava, fazia notas de rodapé, dedicava-se com afinco à tarefa. Quem já foi jurado em algum concurso como esse conhece o tamanho da labuta. Bandeira, por exemplo, sucumbiu e pediu ajuda ao amigo. Dizem que Drummond acolheu e passou a fazer o pente fino, separando o joio do trigo para o colega. No meio disso, sobressaltado, alcançou os poemas do Armindo como quem entregasse um tesouro de trigo, como o fruto de uma paciente peneira. Tesouro. Assim se referia aos poemas daquele jovem padre que vinha do interior do Rio Grande do Sul (um caipira - segundo o próprio Armindo). Sem trocadilhos, considerou-os divinos, com a bênção de Bandeira e de Cassiano. Entre concorrentes de peso (vide a lembrança de Ivan Junqueira), não poderia ser outro o vencedor.
Três anos depois, Armindo desembarcou de mala e cuia (literalmente), no Rio de Janeiro, para o lançamento de sua obra premiada. Foi recebido de braços abertos pelo Redentor e pela santíssima trindade dos poetas. Armindo venerava Drummond. Lia e relia a sua obra, com gosto. Apesar da diversidade de temas que abordavam, o gaúcho considerava-se discípulo do mineiro.
Não sei se já andei contando em lembranças por aí, mas não há noite em que Armindo não leia pelo menos três poemas. Considera-o fundamental para sobreviver como poeta. Acredita piamente que um poeta nasce do pio de outros, de quem precisa ser constantemente realimentado. Volta e meia, pergunta-me se estou seguindo à risca a sua prescrição. Quando hesito na resposta, por haver trocado um grande poema por um futebolzinho na tevê, ele lamenta e lança aquele olhar de mestre decepcionado com o seu aprendiz disperso em tentações mundanas. Resta-me o consolo de tentar a recuperação transcendental, na noite seguinte, em que, longe das telas, tomo a medicação eficaz, na hora certa.
Quanto a Drummond, esse fez questão que Armindo o visitasse, em Copacabana. Haveria alguns encontros seguintes e, sobretudo, uma correspondência epistolar, mas, do encontro inaugural, Armindo guarda um fato como o maior desse dia.
Sensibilizado pelo seu tamanho, foi justo o que escolhi.
Drummond era sério e respeitoso com o seu entorno, o que incluía Dolores, a esposa, além da funcionária do apartamento. Armindo não reteve o seu nome, mas jamais esqueceu o carinho do patrão com ela. Carinho de poeta significava, entre outras reverências, considerá-la uma poeta como ele: - Sabe, Armindo, as pessoas mais humildes ainda conservam a poesia que os ricos e arrogantes já perderam, tragada pelas suas ambições.
Distorcida pela minha fabulação, a fala exata pode não ter sido bem essa, mas Armindo jamais esqueceu que pediu um exemplo do que o ídolo apregoava.
Drummond não tardou a dá-lo ao fã, o que, descontada a fábula novamente, foi mais ou menos assim: - Dia desses, ela estava espanando o televisor e, num gesto não intencional mais brusco, o aparelho adernou. Quando estava para cair, ela teve o reflexo de segurá-lo, dizendo: - Seu Carlos, peguei-o como uma flor do ar.
Uma flor do ar.
Uma flor do ar.
Uma flor do ar, conforme Drummond, repetiu, maravilhado, três vezes. Isso era maior do que a Rosa do Povo drummondiana e as Rosas da Amizade armindianas.
A imagem preencheu o encontro dos dois (ou três) poetas, e ambos tiraram o chapéu para ela, reconhecendo humildemente, tal qual Manuel Bandeira, que, apesar dos seus mais altos voos estéticos, jamais conseguiriam tirar tanto florescimento de uma linguagem. (Celso Gutfreind)
Lembranças do professor
Trevisan foi orientador de muitos jovens artistas, numa carreira acadêmica em que ensinou História da Arte e Estética, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), de 1973 a 1986. Foram muitas gerações que desfrutaram do privilégio de o terem como mestre. Abaixo dois testemunhos.
"Trevisan, o professor que fechava os olhos para nos transmitir o potencial da arte.
Praticamente declamava os conceitos com as mãos abertas, tal um religioso abençoado, saudando o nosso futuro que ainda estava por vir. A sala às escuras, devido à apresentação de slides, armazenados um carretel enorme. A cada passada da imagem, o carretel adiantava-se fazendo um barulhinho característico, e na plateia, lotada de alunos, eu não sabia se a hipnose a que ele me submetia atingia a todos igualmente. As imagens na parede branca eram de obras de artistas de diversos períodos históricos. E Trevisan sabia dar corpo a eles, materialidade. Nos fazia entender os caminhos do olhar, a respeitar quando não compreendíamos a dimensão do exposto. E, em uma linguagem simples, acessível, sem pompas ou afetação, nos ensinava o amor à arte. Seus livros são mestrados. E aulas particulares, um doutorado.
Tive a oportunidade de desenhar graficamente um livro seu. Bordei com verdes folhas as páginas, gostaria de ter feito mais pela publicação. Me deu assessoria especial quando pensei em fazer mestrado. Dicas contundentes. Em ocasiões especiais, em que participei de reuniões informais entre amigos, Trevisan nos apresentou a ópera.
Várias delas, com comentários iluminados a cada segmento. Eram saraus dos quais tenho saudades. Não apresentava conhecimento para se exibir. Nos fazia conhecer de fato, a entender e perceber detalhes, as vezes até mesmo cruzando informações sobre as biografias dos artistas, músicos e compositores. Como ler poesia, como "ler" uma obra de arte. Trevisan, um professor à moda antiga, profundo, bem diferente dos verbetes digitais para vestibular e contrário a superficialidades. Aprendi com ele a sensibilidade da fruição. Com estudo, sem receios. A base nos faz mais fortes. E ele foi uma das pedras fundadoras da minha formação profissional, além de encontrar nele, um querido, sensível, e sincero amigo".
Clô Barcellos, editora da Libretos,
de Porto Alegre
de Porto Alegre
"Meu querido professor!
Os anos passam e o tempo tece uma distância entre a nossa convivência, quase que diária e o dia de hoje, por conta das aulas de História da Arte que ministravas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufrgs. A vida muda, cria outras demandas e o cotidiano distancia a convivência, não os afetos. Eu, sua aluna, estava lá na Universidade assistindo teus ensinamentos com admiração dedicada e por isso eles ainda estão na minha memória. Foram momentos definitivos na minha formação enquanto pessoa. És um grande intelectual, não só por tua sofisticada cultura, mas pela paixão entregue ao nobre ofício de professor. Tua elegância e respeito ao conhecimento me indicaram inúmeros caminho expressivos aos quais até hoje me dedico.
Seja nas artes visuais, seja na poesia, sorvi cada ensinamento teu com a humildade da aprendiz que vê no mestre a nobreza aplicada ao conteúdo explanado. Levavas às últimas consequências qualquer assunto, que se tornava, a partir daquele momento, algo grandioso. Lembro de tua paixão por El Greco, da carta que recebeste de Cecilia Meireles, do teu olhar para dentro, quando empolgado falavas sobre a tão pouco conhecida arte oriental. Mas minha mais especial recordação foi quando aceitaste me orientar na tão exigente artesania do poema. Tua generosidade em abrir essa intimidade - sim porque é muito íntimo o que se faz com a palavra - esse jeito de colocar fora o supérfluo, criou em mim a responsabilidade de buscar sempre o essencial. Depois daquele dia coloquei de lado qualquer fazer leviano e prometi iluminar o caminho da minha arte com uma autêntica busca. Busca essa que não contempla o fácil nem o imediato lisonjeio.
Me recolho sempre quando a necessidade da criação bate à porta. Me inspiro em teu exemplo como um norte, pois me mostraste o quanto é ilusório esse impaciente impulso de colher as frutas ainda verdes, e vou usando o tempo tentando ser fiel à sabedoria que me passaste com o exemplo de teu caminho.
Estimado amigo! Hoje aqui refletindo sobre o que representas, não só a mim, mas a todos que valorizam tua intelectual sensibilidade como pensador e poeta, me sinto presenteada pela vida em poder dizer, de maneira emocionada, que tenho em ti a amizade, o prazer e a insubstituível experiência de conhecer tua rara qualidade humana, pois sem ela nada que fazes seria tão valioso quanto é".
Liana Timm. Agosto de 2023
Os anos passam e o tempo tece uma distância entre a nossa convivência, quase que diária e o dia de hoje, por conta das aulas de História da Arte que ministravas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufrgs. A vida muda, cria outras demandas e o cotidiano distancia a convivência, não os afetos. Eu, sua aluna, estava lá na Universidade assistindo teus ensinamentos com admiração dedicada e por isso eles ainda estão na minha memória. Foram momentos definitivos na minha formação enquanto pessoa. És um grande intelectual, não só por tua sofisticada cultura, mas pela paixão entregue ao nobre ofício de professor. Tua elegância e respeito ao conhecimento me indicaram inúmeros caminho expressivos aos quais até hoje me dedico.
Seja nas artes visuais, seja na poesia, sorvi cada ensinamento teu com a humildade da aprendiz que vê no mestre a nobreza aplicada ao conteúdo explanado. Levavas às últimas consequências qualquer assunto, que se tornava, a partir daquele momento, algo grandioso. Lembro de tua paixão por El Greco, da carta que recebeste de Cecilia Meireles, do teu olhar para dentro, quando empolgado falavas sobre a tão pouco conhecida arte oriental. Mas minha mais especial recordação foi quando aceitaste me orientar na tão exigente artesania do poema. Tua generosidade em abrir essa intimidade - sim porque é muito íntimo o que se faz com a palavra - esse jeito de colocar fora o supérfluo, criou em mim a responsabilidade de buscar sempre o essencial. Depois daquele dia coloquei de lado qualquer fazer leviano e prometi iluminar o caminho da minha arte com uma autêntica busca. Busca essa que não contempla o fácil nem o imediato lisonjeio.
Me recolho sempre quando a necessidade da criação bate à porta. Me inspiro em teu exemplo como um norte, pois me mostraste o quanto é ilusório esse impaciente impulso de colher as frutas ainda verdes, e vou usando o tempo tentando ser fiel à sabedoria que me passaste com o exemplo de teu caminho.
Estimado amigo! Hoje aqui refletindo sobre o que representas, não só a mim, mas a todos que valorizam tua intelectual sensibilidade como pensador e poeta, me sinto presenteada pela vida em poder dizer, de maneira emocionada, que tenho em ti a amizade, o prazer e a insubstituível experiência de conhecer tua rara qualidade humana, pois sem ela nada que fazes seria tão valioso quanto é".
Liana Timm. Agosto de 2023
Uma bibliografia poética parcial de Armindo Trevisan
• A surpresa de ser (1967)
• A imploração do nada (1971)
• Funilaria no ar (1973)
• Corpo a corpo (1973)
• Abajur de Píndaro & Fabricação do Real (1975)
• Em Pele e Osso (1977)
• O ferreiro harmonioso (1978)
• A mesa do silêncio (1982)
• A dança do fogo (1995)
• O canto das criaturas (1999)
• Cartas à minha neta (2007)
• Adeus às andorinhas (2008)
• Meus Melhores Poemas (2023)
* José Weis é jornalista, tendo matérias publicadas em veículos de alcance estadual e nacional.