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reportagem cultural

- Publicada em 19 de Abril de 2023 às 20:45

Primeira radionovela gaúcha, O Solar dos Alvarengas completa 80 anos

Surgida em uma época em que o rádio tomava conta do coração dos gaúchos, O Solar dos Alvarengas foi a primeira radionovela gaúcha, há 80 anos

Surgida em uma época em que o rádio tomava conta do coração dos gaúchos, O Solar dos Alvarengas foi a primeira radionovela gaúcha, há 80 anos


/ACERVO FOTOGRÁFICO MUSEU DA COMUNICAÇÃO HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA/REPRODUÇÃO/JC
José Weis, especial para o JC *
José Weis, especial para o JC *
 
Há 80 anos, os ouvintes gaúchos começaram a apreciar um momento revolucionário do rádio no Rio Grande do Sul. Em um domingo, às 20h, a Rádio Difusora orgulhosamente levava aos ouvintes a primeira transmissão de O Solar dos Alvarengas, de Roberto Lis, primeira radionovela produzida no Rio Grande do Sul. A atração girava em torno da poderosa e aristocrática família Alvarenga, então vivendo momentos de decadência. Em um cenário de Interior, a trama trazia os conflitos entre o velho e o novo dentro do seio da família, envolvendo em especial o austero comendador Carlos Alvarenga, representante da tradição, e seus netos, ansiosos por modernidade e inclinados a mergulhar em amores proibidos. 
As emissoras Farroupilha, Gaúcha e Difusora eram as mais importantes no cenário radiofônico de então, em uma disputa por audiência que movia multidões de ouvintes e trabalhadores. Radioatores, cantores, maestros, arranjadores, profissionais de sonoplastia, produtores, speakers e locutores, além de todo um amplo corpo técnico, suavam para manter no ar uma programação cheia de entretenimento e informação.  Durante a Segunda Grande Guerra, as notícias do front chegavam aos porto-alegrenses principalmente pelo Repórter Esso - o famoso noticiário "testemunha Ocular da História", na voz de Ruy Figueira. Num cenário de tensão, em que ninguém sabia muito bem o que seria feito do mundo, o rádio trazia também entretenimento e uma chance de espairecer enquanto as novidades (nem sempre muito agradáveis) não surgiam.
Até então, a programação das emissoras era baseada em esquetes (ou sketches, em inglês) que eram encenações de curta duração, de um caráter mais para o cômico. O mais famoso destes programas foi Serões da Dona Generosa, escrito por Roberto Lis - nome artístico de Érico de Carvalho Cramer, mesmo autor de O Solar dos Alvarengas. Programa que, nas palavras de seu criador "pretendia refletir o próprio espírito da cidade", trazia as histórias de um grupo de moradores da Cidade Baixa, em Porto Alegre, trazendo conflitos do cotidiano de espírito inegavelmente humorístico. 
Foi um sucesso estrondoso. Desde a estreia, em 1937, até o encerramento, onze anos depois, passou pelas três gigantes do rádio local - Difusora, Gaúcha e Farroupilha - além de ganhar mais tempo no ar: tradicionalmente transmitida às quartas-feiras, a atração logo passaria dos 30 minutos para programas de 1h de duração. Embora não fosse exatamente uma novela, já que as situações se encerravam dentro de cada episódio, a manutenção dos personagens - em especial da histriônica e sovina Dona Generosa, interpretada por Carmen de Alencar - dava ao programa um caráter seriado que abriu caminho para as peripécias radionovelísticas que viriam a seguir.
 

Da galena aos grandes aparelhos, todo mundo ouvia

Sucessos como Serões da Dona Generosa capturavam a imaginação dos gaúchos

Sucessos como Serões da Dona Generosa capturavam a imaginação dos gaúchos


ACERVO PESSOAL LUIZ ARTHUR FERRARETTO/REPRODUÇÃO/JC
O professor e pesquisador Luiz Artur Ferraretto, autor de Rádio no Rio Grande do Sul - Anos 20, 30 e 40: dos pioneiros às emissoras comerciais (Editora da Ulbra, 2002), registra uma cronologia que vai desde a confusão sobre o que era de fato o rádio, enquanto equipamento, até os tempos da chamada Era de Ouro deste veículo que gerava encantamento nas multidões. No início, muitos ouvintes recorriam à galena, equipamento acoplado a um cristal de chumbo que, com o auxílio de amplas antenas, tinha a propriedade de captar ondas de rádio.
"O rádio, em Porto Alegre começa a se transformar nos anos 1910, quando passou a ser transmitido de um ponto, o emissor, para vários outros, os receptores", explica Ferraretto. Segundo o especialista, o custo de um equipamento de recepção, nesses tempos ainda incertos e cheios de estática, era muito alto, incluindo trâmites burocráticos e mensalidades que também eram cobrados de quem adquirisse um aparelho. E o que se escutava? Emissoras da Argentina e do Uruguai, que começam a aguçar a imaginação em torno de uma programação que vinha diretamente de lugares míticos como o Teatro Colón, de Buenos Aires.
Em Porto Alegre, a história do Rádio passa a ganhar fôlego a partir da iniciativa da família de Juan Ganzo Fernandez, que seria responsável pela fundação da Rádio Sociedade Rio-Grandense, em setembro de 1924. O que foi ao ar era uma espécie de sarau, cheio de improviso e sem tanto método: tudo era ao vivo, com direito a momentos de confusão e demorados silêncios entre uma atração e outra. "(As transmissões) não tinham aquela continuidade que temos hoje", observa Ferraretto. 
Nesses tempos de tecnologia ainda bastante cara, um grupo consegue ter acesso a transmissores e receptores, que comprava nas casas do ramo à época. "Eram cerca de trezentas pessoas, que se organizam e montam uma sociedade", conta o pesquisador. Foi assim que em 1927, foi fundada a Rádio Sociedade Gaúcha, "que existe até hoje", lembra Ferraretto.
O surgimento da Rádio Farroupilha, em 1935, começa a consolidar a ideia de que o rádio poderia, no fim das contas, ser um lucrativo negócio entre os gaúchos. À época, era a rádio com mais potência de transmissão, e logo reuniu um time invejável de artistas e demais profissionais para conquistar a audiência.
Logo a emissora alcançou grande sucesso popular com o Rádio Teatro Farroupilha. Estelita Bell (que, mais tarde, faria sucesso também na televisão) e Peri Borges formavam a dupla, ou um casal na vida real, que comandava o espetáculo, que ia ao ar nas noites de domingo. O sucesso desse teatro que as pessoas ouviam em casa era tão grande que Ferrareto, para ilustrá-lo, relata um detalhe curioso. "Eu vi, na casa da Estelita, o que eu acho que é o primeiro dado sobre o impacto do rádio (no Rio Grande do Sul): cartas dos donos de cinema, enfurecidos porque perdiam muito púbico nos domingos à noite, quando o Rádio Teatro Farroupilha estava ao ar."
A passagem do modelo de rádios sociedade para emissoras comercias, se deu a partir do final dos anos 1930, sob o regime do Estado Novo de Getúlio Vargas. Cada um buscou alternativas para se viabilizar dentro das novas regras, que obrigavam as emissoras à profissionalização. A Rádio Difusora tinha o sinal mais fraco, o que limitava a altura dos voos de sua programação; já a Farroupilha era, à época, a mais potente do País, ligada à família do interventor do Estado, o general Flores da Cunha.
 

"Façamos uma ligeira recapitulação..."

Érico Cramer, ou Roberto Lis, concebeu radionovela pioneira

Érico Cramer, ou Roberto Lis, concebeu radionovela pioneira


ACERVO PESSOAL LUIZ ARTHUR FERRARETTO/REPRODUÇÃO/JC
O Solar dos Alvarengas surgiu como uma série pensada para as noites de domingo, tentando fazer frente ao Rádio Teatro Farroupilha. Roberto Lis (ou Érico Cramer, para quem não gostava dessa coisa de rádio - como, por exemplo, sua própria família) teve a ideia de criar uma história mais ampla, de forma que o ouvinte sempre voltasse para saber de que modo a trama se desenvolveria. O "folhetim sonoro", como Lis o descrevia, acabou marcando época.
Originalmente, as desventuras da família Alvarenga seriam diferentes a cada semana, em episódios que se solucionavam em si mesmos. A continuidade, no caso, seria de personagens, cada um com suas características e traços de personalidade - um modelo bem-sucedido nos Serões da Dona Generosa. Depois de cerca de 20 episódios, porém, tudo muda: no começo do programa de 12 de setembro de 1943, a possante e sonora voz do narrador anuncia:
"Antes de darmos início ao episódio desta noite, façamos uma ligeira recapitulação dos acontecimentos desenrolados no capítulo anterior..."
Não era mais sketches, não era mais uma série em episódios independentes: O Solar dos Alvarengas passava a ser, de fato, uma radionovela.
Um pouco antes de O Solar dos Alvarengas ganhar seu formato definitivo, a Farroupilha levava ao ar Em Busca da Felicidade, importada da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e que fazia parte da faixa Radioteatro Colgate. O sucesso dos episódios gravados incentivou a Farroupilha a criar um núcleo de Radioteatro Novela, então conduzido pelo ator e locutor Walter Ferreira.
"Acho que a importância dele (Roberto Lis) é a de criar um dos polos da dramaturgia no rádio gaúcho", opina Ferraretto. "Ele abriu caminho para que, aos poucos, grandes nomes do radioteatro como Cândido Norberto, Ernani Behs, Carmem Silva e Ary Rego fossem surgindo."
O sucesso, é claro, foi encorajando outras iniciativas. Cândido Norberto, na Rádio Difusora e depois na Gaúcha, traria uma alteração decisiva: os capítulos diários. Antes dele, as novelas eram semanais, ou se intercalavam durante um determinado horário da semana. Com a presença de nomes como Walter Ferreira, Adroaldo Guerra e Tânia Maria, Cândido Norberto criou o Tapete Mágico, programa que trazia, nos primeiros trinta minutos, um capítulo diário de uma novela. Na sequência, o próprio Norberto opinava sobre os acontecimentos recentes, dando espaço em seguida a um humorístico chamado Corta Tesourinha - conduzido por um alfaiate alemão sem papas na língua que, em comentários mais apimentados ou politicamente arriscados, era interrompido por amigos com o bordão que dava nome ao quadro.
"Concorrência mesmo, como a conhecemos hoje, só vai acontecer no início dos anos 1950", esclarece o jornalista e professor Sergio Endler. À época, a Rádio Farroupilha passa ao Grupo Associados, de Assis Chateaubriand, que terá recursos de rádios como a Tupi do Rio de Janeiro. No mesmo período, a Gaúcha se aproxima da Rádio Nacional.
Um cenário desequilibrado de forma decisiva em 24 de agosto de 1954, quando o presidente Getúlio Vargas suicidou-se. Identificada com Chateaubriand, oposto ao getulismo, a Farroupilha mantém a programação no ar, o que revolta partidários de Getúlio; a Gaúcha, em comparação, passou o dia tocando música erudita, entrecortada por repetidas leituras da carta-testamento. A revolta resulta em um grande incêndio na sede da emissora, nos altos do Viaduto Otávio Rocha. A perda devastadora de acervo (só de radionovelas, 30 foram perdidas para sempre) e estrutura fez com que a rádio ficasse quase duas semanas fora do ar, e gerou uma retração no mercado radiofônico que duraria anos - e que teria a queda dos grandes shows e radionovelas, inadequados ao novo modelo de negócios, como uma de suas consequências.
 

Rádio e literatura, uma união que deu certo

Um dos raros roteiros preservados de O Solar dos Alvarengas

Um dos raros roteiros preservados de O Solar dos Alvarengas


ARQUIVO FOTOGRÁFICO MUSEU DA COMUNICAÇÃO HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA/REPRODUÇÃO/JC
A literatura encontrou, no encanto que o rádio emana, uma rica fonte para a ficção. Narrativas curtas, romances, crônicas tentam refletir sobre o encantador fascínio que é a arte de escutar uma emissora de rádio - por vezes, à beira do horror, como no grande impacto que causou a radiofonização de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, numa versão dirigida por Orson Welles. No seu texto De Wells a Welles - Rádio e Ficção Científica, publicado no livro Rádio e Pânico - A Guerra dos Mundos 60 Anos Depois, o jornalista e professor Sérgio Endler (Unisinos), aponta que, "dentro deste novo pacto radiofônico estipulado por um narrador coletivo, a polifonia das vozes atinge o ouvinte, chamando pela participação imaginária" - um convite à imaginação que é, sem dúvida, um dos segredos do sucesso de radionovelas.
A Estrela Sobe, de Marques Rebelo, publicado originalmente em 1938, traz como protagonista a tímida e ambiciosa Leniza Maier, jovem filha de um relojoeiro de origem alemã e de uma "mestiça disfarçada". Leniza tem um sonho: ser cantora de rádio. Os percalços e desilusões se dão em meio a um País que vive a novidade da Era do Rádio, com o sucesso de Carmen Miranda. Em busca do mesmo caminho de fama, a jovem passa por quase tudo: recusar o amor verdadeiro e aceitar outros, menos sinceros.
Na obra Tia Júlia e o Escrevinhador, Vargas Llosa parece reviver a própria história ao apresentar personagens da cidade de Lima. Llosa rememora a nostalgia das radionovelas para um público ouvinte fictício, em tempos de mudanças sociais. Narrador, atores e receptores constituem uma constelação de personagens que parecem mais reais quando materializados.
Ao relatar suas memórias de jovem testemunha dos velhos tempos do rádio peruano - período passado na Rádio Panamericana e Rádio Central, - Vargas Llosa (ou Marito, narrador do romance) nos brinda com um relato sobre a prodigiosa memória de Pedro Camacho, excepcional novelista boliviano, contratado pelos patrões da Rádio Central para criar sucessos ficcionais em capítulos, nos anos 1950.
Um conto de Julio Cortazar, do livro Alguém Anda Por Aí, Troca de Luzes, enfoca o cotidiano de uma grande emissora de rádio de Buenos Aires. Na Rádio Belgrano, a grande atração é voz e a interpretação de muitos vilões, tiranos e facínoras de toda sorte incorporados na atuação de Tito Balcárcel. Não demora muito para Tito receber a carta de uma ouvinte, com quem inicia uma troca de correspondência - a forma clássica, à época das grandes emissoras de rádio, de aproximar radiouvintes e seus ídolos.
Como se trata duma narrativa cortaziariana, o final é uma surpresa. Mas o ambiente do cast de radioatores da época está por inteiro nesta historia curta.
Voltando a Porto Alegre, antes de publicar o seu monumental O Tempo e o Vento, o escritor Erico Verissimo também entendeu a importância do rádio como veículo de divulgar a literatura e o hábito da leitura. Ainda em 1937, na então toda poderosa Rádio Farroupilha, criou o programa infantil Clube dos Três Porquinhos. Às vésperas do golpe do Estado Novo, perpetrado por Getúlio Vargas, Verissimo resistia a submeter previamente à censura as histórias apresentadas no rádio.
 

Lembrando os grandes nomes do rádio

Boa parte dos registros da época se perderam em meio a calamidades e (relativo) esquecimento

Boa parte dos registros da época se perderam em meio a calamidades e (relativo) esquecimento


/ACERVO FOTOGRÁFICO MUSEU DA COMUNICAÇÃO HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA/REPRODUÇÃO/JC
Há cerca de 20 anos, o Departamento de Arte Dramática da Ufrgs iniciou um projeto chamado O Trabalho do Ator Voltado Para Um Veículo Radiofônico, buscando trazer à luz criação e reflexão dentro do gênero da peça radiofônica. Durante a pesquisa, a professora Mirna Spritzer e seu grupo de estudos perceberam que existia um espaço ainda pouco explorado para o drama no rádio brasileiro na atualidade.
Fazia parte do projeto a criação de um programa de rádio voltado para este gênero. Isso foi concretizado, a partir de 1996, veiculado pela FM Cultura de Porto Alegre, uma emissora vinculada à Secretaria do Estado da Cultura (Sedac). O programa ia ao ar no segundo domingo de cada mês.
A ideia sempre foi praticar o exercício do ator no ambiente de rádio. O grupo passou a trabalhar diretamente num estúdio de gravação, acompanhado de uma equipe formada por técnico/sonoplasta que participava da criação da peças. Assim, vozes eram acrescentadas, efeitos sonoros que faziam parte do cenário musical. Tudo fiel ao que o tempo e a emoção nos ensinaram a identificar como uma autêntica peça radiofônica.
O resultado deste projeto foi a publicação de um livro, Bem Lembrado - Histórias do Radioteatro em Porto Alegre (Frumproarte/AGE, Porto Alegre, 2002), organizado por Mirna Spritzer e Raquel Grabauska, que reúne depoimentos de radioatores e demais profissionais do universo das radionovelas.
Para complementar a edição do livro, a ideia inicial era reproduzir em um CD o que foi a tal Época de Ouro do Rádio. Porém, a equipe deparou com dificuldades: parte do material queimou no incêndio da Rádio Farroupilha, muita coisa se perdeu durante a enchente de 1941, que inundou quase todo o Centro da capital gaúcha, outro tanto ficou perdido no tempo.
A solução encontrada foi gravar depoimentos dos grandes nomes. O que não chegou a ser um grande problema: é uma delícia ouvir aquelas vozes, alguns relembrando seus personagens e outros contando curiosidades e historias engraçadas que aconteciam naqueles tempos em que quase tudo era ao vivo. As gravações são um documento histórico, que nos aproxima de grandes nomes que já partiram há algum tempo.
Uma paixão que alimenta a si mesma, na medida em que seguimos nos emocionando com o rádio, tantas décadas depois, ainda que em outros formatos e configurações. Para o jornalista e professor Sérgio Endler, profissional que atuou em emissoras de rádio, o sucesso deve-se ao caráter adaptativo, "camaleônico" do rádio enquanto tecnologia e meio de comunicação. Na comparação com o Cinema, Endler lembra uma fala do cineasta Cacá Diegues - que dizia que o cinema brasileiro é um transatlântico que não tem mar, referindo-se a dificuldade na distribuição dos filmes nacionais. "O rádio, ao contrário, tem oceanos e diferentes ondas para atuar junto à população, desde a classe média urbana, aos mais pobres e até os ricos. Nem cinema, nem tevê, nem jornais e revistas conseguem ofertar tanta interação, tão intensa e diversa com a do rádio". Um veículo que não apenas se adapta e segue encantando corações, mas que carrega em si mesmo inúmeras histórias, ansiando por serem contadas.
 
* José Weis é jornalista, tendo atuado junto a vários veículos do Rio Grande do Sul e do Brasil.