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reportagem cultural

- Publicada em 13 de Abril de 2023 às 18:42

Luciano Alabarse: cinco décadas de teatro e cultura

Com cinco décadas de trajetória no teatro e  na cultura, Luciano Alabarse mantém a chama acesa na busca de novos projetos e desafios

Com cinco décadas de trajetória no teatro e na cultura, Luciano Alabarse mantém a chama acesa na busca de novos projetos e desafios


/TÂNIA MEINERZ/JC
O envolvimento de Luciano Alabarse com o teatro - que, no ano que vem, completa cinco décadas - começou por um engano. "Nunca pensei em fazer teatro, sempre quis ser professor de português". Só que Luciano não prestou muita atenção ao preencher seu formulário de vestibular. Preencheu uma linha abaixo do curso de Letras, seu verdadeiro desejo, e cometeu um erro fatal: marcou o "x" errado. A linha preenchida foi a do curso de Arte Dramática e ele acabou entrando no Departamento de Arte Dramática por um erro. "Coisas de um geminiano com ascendente em aquário", justifica um místico Luciano, emendando em seguida com uma explicação mais elaborada. "Quando estudei tragédia grega clássica, e vi que os heróis chegavam ao seu destino através de um erro crucial, me entendi melhor. Sempre me senti um personagem de tragédia grega, nesse sentido. Foi um erro, o formulário preenchido errado, que me fez encontrar o meu destino". E conclui: "Foi o erro mais acertado do mundo".
O envolvimento de Luciano Alabarse com o teatro - que, no ano que vem, completa cinco décadas - começou por um engano. "Nunca pensei em fazer teatro, sempre quis ser professor de português". Só que Luciano não prestou muita atenção ao preencher seu formulário de vestibular. Preencheu uma linha abaixo do curso de Letras, seu verdadeiro desejo, e cometeu um erro fatal: marcou o "x" errado. A linha preenchida foi a do curso de Arte Dramática e ele acabou entrando no Departamento de Arte Dramática por um erro. "Coisas de um geminiano com ascendente em aquário", justifica um místico Luciano, emendando em seguida com uma explicação mais elaborada. "Quando estudei tragédia grega clássica, e vi que os heróis chegavam ao seu destino através de um erro crucial, me entendi melhor. Sempre me senti um personagem de tragédia grega, nesse sentido. Foi um erro, o formulário preenchido errado, que me fez encontrar o meu destino". E conclui: "Foi o erro mais acertado do mundo".
Por isso mesmo, Luciano não se arrependeu nem por um dia da escolha feita há 50 anos. Agora, por exemplo, está envolvido com a montagem de Esperando Godot, um texto conhecido e muito montado de Samuel Beckett, uma das referências centrais da dramaturgia teatral contemporânea. "Ele destrói a concepção aristotélica de ação, as históricas unidades de tempo. Começo, meio e fim, em Beckett, são iluminados por outros ângulos. A ação em Beckett é interna, e isso é uma revolução cênica". O espetáculo está em temporada durante todo o mês de abril no Teatro Oficina Olga Reverbel, novo espaço do Multipalco Eva Sopher. O elenco conta com atrizes gaúchas, que vivem papéis masculinos: Sandra Dani (Estragon), Janaína Pellizon (Vladimir), Arlete Cunha (Pozzo), Lisiane Medeiros (Lucky) e Valquíria Cardoso (Menino). Para Luciano, trabalhar um autor assim, em especial seu texto mais conhecido, é um risco. Esperando Godot estreou em Paris, em 1953, o mesmo ano que Luciano nasceu. "Creio que amadurecemos juntos. Já havia montado outras peças dele, já o conhecia do palco, mas essa é uma peça icônica".
A montagem atual nasceu de um pedido da atriz e amiga Sandra Dani. Daí surgiu também a opção de trabalhar com atrizes interpretando papéis masculinos. "As duas montagens brasileiras que assisti, dirigidas por Antunes Filho e Gabriel Villela, tinham elencos exclusivamente femininos. Eram ótimas, e a do Antunes simplesmente inesquecível. Segui o caminho desses dois diretores, buscando me apropriar do texto e desenvolver minha visão sobre os famosos personagens". E completa: "Não há nenhuma tentativa de inovar nessa questão, ou transformar em femininos os personagens masculinos. Mas são sentimentos comuns a homens e mulheres os que atormentam os vagabundos beckettianos".
Para levar Godot aos palcos, Luciano comandou ensaios diários desde outubro do ano passado, com apenas uma pausa durante o mês de janeiro. "Para respirar", explica. "Li todos os livros, artigos, teses, críticas que me caíram nas mãos. Beckett é um autor que pede estudo e concentração".
Luciano acredita que os temas levantados por Beckett há 70 anos permanecem atuais e diz que ainda se comove com os temas universais que a peça desenvolve brilhantemente: a solidão humana, a espera por dias melhores e por salvação - humana ou divina - a desesperança, o tédio, a falta de saída. "O texto não envelheceu, pelo contrário. Todos esses temas estão presentes e permanecem cutucando o homem contemporâneo. É a metáfora transformada em realidade palpável".
 

'Meu tempo é hoje'

Alabarse: "Quero um teatro cada vez mais artesanal, que se resolva no palco"

Alabarse: "Quero um teatro cada vez mais artesanal, que se resolva no palco"


/TÂNIA MEINERZ/JC
Você está comemorando 50 anos de teatro. O que há para comemorar? "Muito. Uma vida dedicada à direção, trabalhos relevantes na história do teatro gaúcho, a plena e contínua atividade teatral... Isso ainda me mobiliza. São motivos suficientes e relevantes para celebrar", me responde Luciano Alabarse, acrescentado que está escrevendo um livro sobre essas cinco décadas.
Não é um livro didático, embora nele seja esmiuçado a feitura de muitas peças, desde a primeira, O Canto do Cisne, em 1974. Luciano está escrevendo tudo, sozinho, sem sequer mostrar a qualquer pessoa algum trecho do livro. "Estou curtindo lembrar e repassar tantos espetáculos, tantos artistas, tantos momentos únicos. Montei Shakespeare, os gregos, autores gaúchos, dramaturgos nacionais .... A lista é grande". O livro vai se chamar Direções e será lançado ano que vem. A base do livro é a memória do autor sobre seus principais trabalhos. "Estou escrevendo sem pressa, mas o livro avança".
Luciano reconhece que, nesse balanço, ele presenciou muitas mudanças. Uma delas diz respeito ao fazer teatro. Isso, há 50 anos, incluía temporadas de dois meses para cada espetáculo, com sessões de terças a domingos. "Agora fazer duas semanas de sexta a domingos já é uma vitória".
Luciano também não se conforma com outro sinal dos tempos, que é o engajamento das pessoas em vários projetos ao mesmo tempo. Para ele, isso resulta em perda de foco e de qualidade. A dura luta pela sobrevivência explica isso? Explica, mas é muito difícil hoje reunir um elenco disponível 100% para uma montagem. "Minha geração optou por ter um trabalho fixo para fazer o teatro que queríamos fazer. Muitos foram dar aulas na universidade, criar escolas de teatro. Eu fui trabalhar no Tribunal Federal. Trinta e sete anos de vida dupla! Mas fiz o teatro que eu me propunha a fazer."
Valeu a pena? "Sim, valeu."

Esperando Godot está em cartaz em abril no Teatro Oficina do Multipalco

Esperando Godot está em cartaz em abril no Teatro Oficina do Multipalco


JAQUES MACHADO/DIVULGAÇÃO/JC
Como diretor, Luciano também não se fascina com as novas tecnologias e como elas interferiram na maneira de fazer teatro, uma arte que existe há muitos séculos. Ele reconhece que as tecnologias vieram para ficar, mas não o entusiasmam. "Quero um teatro cada vez mais artesanal, que se resolva no palco sem interferências de outras linguagens. Um teatro analógico, que dependa cada vez mais do ator".

A poucos dias de completar 70 anos de idade, Luciano diz não se preocupar em ver o tempo passar, afinal o teatro é a arte do passado e do futuro. Gosta cada vez mais de ficar em casa, pretende ler a pilha de livros gigantesca que se avoluma no seu quarto, cuidar dos dois gatos e das plantas. Não se sente nostálgico, tampouco gosta de sentir saudade. "Tem dias que acordo me sentindo com 30 anos, noutros parece que sou um senhor de 120. Adoro o verso da música do Milton que diz: 'Se muito vale o já feito, mais vale o que será'. Que venham os próximos anos. O hoje é meu instrumento de trabalho".
 

Eu vou. Por que não? Por que não?

Alabarse ao lado de Eva Sopher e Donaldo Schüler

Alabarse ao lado de Eva Sopher e Donaldo Schüler


/Arquivo Pessoal luciano alabarse/Reprodução/JC
Luciano Alabarse nasceu em Porto Alegre, cidade onde sempre viveu e pretende viver para sempre. O pai foi dono de armazém a vida inteira; a mãe teve vários empregos. Quase toda a infância e juventude de Luciano foi passada na Vila Bom Jesus, ao lado dos pais e de duas irmãs. Aluno do colégio Farroupilha, ele não se adaptou. "Foi um choque para mim, a diferença social e econômica entre a minha realidade e a de meus colegas. Porém, não me abati com tantas diferenças e, para compensar, me tornei um dos melhores alunos". Nesta época, ele já gostava muito de ler. "Minha mãe sempre me comprou livros e enciclopédias. Li mais do que a média do que as crianças da época liam. Leio até hoje, mais ainda. Gosto de ler os lançamentos recentes, os clássicos, romances policiais, tudo. A ficção sempre me atraiu".
O garoto que foi adolescente nos anos 1960 foi atingido pela imensa massa sonora dos festivais e dos grandes movimentos musicais (bossa nova, jovem guarda, tropicalismo) que tomavam conta da cultura brasileira - e a isso não saiu infenso. "A música brasileira era meu farol. É até hoje", reconhece Luciano, que sempre se socorre de versos de Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Rita Lee para pontuar sua opinião. "Tudo o que sou devo aos programas de televisão, o Fino da Bossa, Jovem Guarda, os festivais da Record". 

Luciano Alabarse, José Eduardo Utzig e Luiz Paulo Vasconcellos

Luciano Alabarse, José Eduardo Utzig e Luiz Paulo Vasconcellos


ARQUIVO PESSOAL LUCIANO ALABARSE/REPRODUÇÃO/JC
"Fiquei pensando agora. Me parece ter sempre conhecido o Luciano - ou o Luki, como eu o chamo. Tanto que não sei precisar o ano em que nos aproximamos. Foi lá atrás, finalmentes dos anos 1960. E foi amor à primeira vista. Sempre nos demos bem, nunca nos desentendemos. Se passamos longos dias sem nos vermos, como durante a pandemia, quando voltamos a nos encontrar é como se o tempo não tivesse passado", destaca o jornalista Juarez Fonseca, amigo de Luciano há mais de 50 anos e parceiro de muitas vivências culturais, como a paixão pelo tropicalismo e pela música brasileira. "Caetano e sua turma racharam a minha cabeça. Aquelas canções transformaram minha vida".

Com a cabeça aberta, desbundado, Luciano viu na contracultura um caminho a ser seguido. Porto Alegre vivia um período de grande efervescência cultural e, já no começo dos anos 70, inscrito no curso de Arte Dramática, Luciano percebeu as mudanças que o teatro poderia oferecer. "A direção era meu destino", explica, completando que jamais teve o objetivo de ser ator. "Lembro que, com quatro meses de escola, o Luiz Paulo Vasconcellos me colocou no elenco de Vestido de Noiva, texto do Nelson Rodrigues que ele estava dirigindo. Os meus papéis eram pequenos. Eu entrava e saia de cena, sem entender muito bem o que estava acontecendo", diz. "É na direção teatral que encontro o sentido da minha vida".

'Caio escreveu sem prazo de validade', diz Alabarse

"Às vezes, sinto como se ele ainda estivesse aqui", diz Alabarse sobre o "amigo e irmão" Caio Fernando Abreu

"Às vezes, sinto como se ele ainda estivesse aqui", diz Alabarse sobre o "amigo e irmão" Caio Fernando Abreu


/TÂNIA MEINERZ/JC
Outra parte importante na formação e no crescimento de Alabarse foi a amizade com Caio Fernando Abreu. "Caio é meu irmão de vida. Não tenho um dia ou momento que marcou nossa aproximação. Fomos, desde sempre, amigos e irmãos. Próximos, confidentes, confiantes um no outro", lembra Luciano. "Às vezes ainda me pego pensando nele como se ele estivesse aqui, querendo trocar ideias sobre um filme, uma peça, um livro. Caio é uma das referências da minha vida".
O ator e jornalista Ivan Mattos, que testemunhou de perto essa amizade, lembra. "Luciano sempre buscou os textos gaúchos para suas montagens, dando oportunidades para atores jovens, em início de carreira, como Zé Adão Barbosa, Debora Finochiaro, Gilberto Gawronski e a Eliane Steinmetz. Sempre inquieto, ele buscava novas linguagens, desafios, gente nova. Adorava a moçada". E completa: "Luciano até conseguiu convencer Lya Luft a deixar o Caio adaptar a sua Reunião de Família, livro de sucesso da autora gaúcha, para uma montagem em 1984 no Clube de Cultura, que fez imenso sucesso".
Luciano lembra com carinho e emoção de Caio, um amigo que zelava muito pela própria liberdade pessoal, pela privacidade, que não gostava quando queriam invadir seu espaço de recolhimento. "O Caio era doce e divertido, tinha um humor cortante e afiado. Sempre ligado. Em sua vida nômade, nunca perdemos o contato, tanto profissional quanto pessoal".
Especialmente doloroso para Luciano foram os últimos dias de vida do amigo, que morreu vítima de Aids, em fevereiro de 1996. "Em sua fase final, quando nem a morfina aliviava suas dores, ele pedia que eu ficasse ao seu lado nas longas noites do hospital. Eram noites muito sofridas, eu molhando seus lábios secos pela morfina. São inúmeras as histórias lindas que pontuaram nossa relação", lembra Luciano, recordando momentos como quando ele e Caio passeavam no Parque da Redenção, cantando Noite de Paz, da Dolores Duran. "Nós dois chorando de mãos dadas, na noite fria e escura do inverno gaúcho, para mim é um momento único e inesquecível". Houve ainda momentos trágicos que acabaram em gargalhadas. "Me lembro dele com uma faca, desnorteado, saindo porta afora, para matar um amor que o havia traído. Corri, tirei a faca de sua mão, caímos na risada".
"Caio sabia escrever, escrevia muito, era exigente consigo mesmo, às vezes ficava anos burilando um texto. Tenho ainda rascunhos que ele me pedia para guardar". Alguns destes textos foram adaptados por Luciano. "Dirigi textos do Caio e o mais marcante foi Pode ser que seja só o Leiteiro lá fora, no Clube de Cultura, quando ganhei meu primeiro Açorianos de Melhor Direção". Ivan comenta: "Luciano sempre reverenciou o Caio. Anos depois da morte dele, fizemos adaptações de peças e leituras dramáticas na Usina do Gasômetro, no Teatro Renascença."
Para Luciano, Caio segue vivo. "Todos os autores que partiram, mas deixaram uma obra relevante e significativa, são guardados e crescem na nossa memória e na nossa reverência", destaca o diretor, colocando Caio no mesmo grupo de Clarice Lispector e Ana Cristina César. "São autores fundamentais para que possamos compreender mais e melhor tudo que está ao nosso redor. Caio escreveu sem prazo de validade".
 

'Não sinto saudade desse tempo', diz Alabarse sobre gestão pública

Bilhete de Eva Sopher para Luciano Alabarse

Bilhete de Eva Sopher para Luciano Alabarse


/Reprodução/JC
Em paralelo à criação teatral, Luciano teve longa atuação na gestão pública. Foram mais de duas décadas dedicadas a trabalhos como a administração da Usina do Gasômetro, o comando das secretarias municipais da Cultura em Canoas e em Porto Alegre e, em especial, a coordenação do Porto Alegre em Cena. "Aprendi muito, tive muitas conquistas. E aprendi principalmente que a vida tem ciclos. Alguns fecham, se esgotam. Apesar de muito grato, não sinto saudade desse tempo", conta Luciano. "Voltei a focar minha vida no teatro, e estou muito feliz assim".
Nessas duas décadas, ele passou por governos do PT, do PMDB, do PDT e do PSDB. "Nunca fui filiado, a militância partidária nunca me interessou. A colaboração com a gestão pública da cultura, sim". Para ele, o Porto Alegre em Cena foi o melhor exemplo do que o poder público pôde fazer para alavancar a qualidade da produção local. Citando uma velha música de Rita Lee, Luciano explica: "No fundo eu sou otimista, mas sempre imagino o pior". "Sempre fui cobrado. Às vezes um tom acima do desejável. Crítica sempre fez e faz parte da minha atividade, quer como diretor teatral ou gestor público. Mas quando faltou discernimento e educação por parte de quem me cobrava, separei as coisas e aprendi na marra a separar as coisas".
 

Eles falam de Luciano Alabarse

Luciano Alabarse prepara livro de memórias sobre seus 50 anos de teatro, que se chamará 'Direções'

Luciano Alabarse prepara livro de memórias sobre seus 50 anos de teatro, que se chamará 'Direções'


/AMAURI FAUSTO/ARQUIVO PESSOAL LUCIANO ALABARSE/REPRODUÇÃO/JC
"Luciano Alabarse é sinônimo de teatro no Rio Grande do Sul. Sua trajetória como diretor teatral é grandiosa e associada às grandes produções teatrais que vimos acontecer por aqui. Não somente pela elevada qualidade de suas escolhas, sempre autores e textos da maior grandeza, mas por sua criatividade e compromisso com a verdade e a excelência. Além disso é um amigo querido, com quem compartilho sonhos e um desejo imenso de fazer cultura. É doce, sensível e ao mesmo tempo firme, corajoso e determinado. Ele me encanta a cada encontro, por sua busca constante da beleza e da elevação em tudo o que faz, sem jamais ceder à mediocridade que nos ronda e apavora".
Gilberto Schwartsmann, médico e autor de Gabinete de Curiosidades, peça dirigida por Luciano Alabarse
"Para mim, foi um mestre. Comecei em teatro com ele, no espetáculo musical Doce Vampiro, em 1983, apresentado no Clube de Cultura. Depois, ele se tornou um grande amigo. Nunca tivemos nenhum problema pessoal, sempre nos respeitamos e trabalhamos bem juntos, como anos depois na assessoria de imprensa do Porto Alegre Em Cena, que movimentou o panorama teatral dos anos 1990-2000, com grandes nomes do teatro e da música nacionais e internacionais".
Ivan Mattos, jornalista e ator
"Quem dirigiu o espetáculo de entrega da primeira edição do Prêmio Açorianos de Música, em 1991? Luciano Alabarse. Antes disso, quem dirigiu os primeiros shows de Adriana Calcanhotto? Luciano Alabarse. São apenas duas lembranças, entre muitas, na área da música, para enfatizar a multiplicidade de Luciano no cenário cultural de Porto Alegre. Mas só pela circunstância de ter sido o criador do Porto Alegre Em Cena ele já é um dos mais importantes nomes da história da cultura brasileira".
Juarez Fonseca, jornalista
 

Destaques de Luciano Alabarse como diretor teatral

Luciano Alabarse ao lado de Zoravia Bettiol, em exposição da artista plástica no Paço Municipal em 2019

Luciano Alabarse ao lado de Zoravia Bettiol, em exposição da artista plástica no Paço Municipal em 2019


MARIANA CARLESSO/ARQUIVO/JC
1974 - O Canto do Cisne
1976 - O Beijo no Asfalto
1977 - Antes do Café
1978 - Mumu, a Vaca Metafísica
1978 - Os Dragões do 31º Dia
1978 - O Evangelho Segundo Zebedeu
1979 - A Lata de Lixo da História
1980 - Cadeiras Proibidas
1980 - Os Filhos de Kennedy
1981 - Esta É a Sua Vida ou Hospede a Primavera em Sua Casa
1982 - Doce Vampiro
1983 - Pode Ser que Seja Só o Leiteiro Lá Fora
1984 - Reunião de Família
1985 - Morangos Mofados
1985 - Senhora dos Afogados
1986 - O Balcão
1987 - Um Beijo, Um Abraço, Um Aperto de Mão
1988 - Inimigos de Classe
1989 - Essência de Macaco
1990 - Ensina-me a Viver
1991 - A História do Soldado
1992 - Hotel Atlântico
1993 - Lenta Valsa de Morrer
1994 - Hamleto
1999 - Un Beso, Un Abrazo, Un Apretón de Manos
2000 - Descobrimento
2002 - Almoço na Casa do Sr. Ludwig
2003 - Beckett na Veia
2003 - A Força do Hábito
2004 - Antígona
2005 - Heldenplatz
2006 - Morangos Mofados
2006 - Hamlet
2006 - O Homem e a Mancha
2007 - Medéia
2007 - O Animal Agonizante
2008 - Édipo
 
* Márcio Pinheiro é jornalista e escreveu os livros Esse Tal de Borghettinho e Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim.