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AGRONEGÓCIO

- Publicada em 16 de Dezembro de 2022 às 03:00

Safra recorde e potencial produtivo embalam otimismo de agricultor no Rio Grande do Sul

soja

soja


/CNA Agro/Divulgação JC
Uma safra recorde de grãos está a caminho no País, com uma colheita projetada em 312 milhões de toneladas. O número que mostra o potencial agrícola do Brasil e sua capacidade de participação no mercado internacional de alimentos passa também por um resultado consistente nas lavouras gaúchas.
Uma safra recorde de grãos está a caminho no País, com uma colheita projetada em 312 milhões de toneladas. O número que mostra o potencial agrícola do Brasil e sua capacidade de participação no mercado internacional de alimentos passa também por um resultado consistente nas lavouras gaúchas.
Nesse cenário composto a partir de janeiro, o cooperativismo do Rio Grande do Sul deverá fechar o ano com um faturamento na ordem de R$ 32 bilhões, mantendo números aproximados do ano passado. A expectativa do setor, entretanto, é por maior apoio e diálogo com o governo federal na nova gestão, a partir de 1º de janeiro de 2023.
"Neste ano, a estiagem nas culturas de verão foi uma das mais graves da história da agricultura contemporânea, com grande impacto na produção, e o crédito em 2022 foi muito escasso", observou Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS). O dirigente torce para que haja um bom relacionamento com o governo Lula.
No Rio Grande do Sul, a produção estimada de 40 milhões de toneladas se consolida a partir da performance excepcional das áreas de trigo, compensando perdas no milho e na soja, e ajustes na produção de arroz, com redução de área e aumento de produtividade. Assim, o 2023 dos produtores rurais dá motivos para entusiasmo, mas também para cautela e atenção. É o resultado da combinação entre o grande volume de trigo gaúcho, com alta qualidade de grãos, e a desqualificação de boa parte da safra paranaense, devido ao excesso de chuva, e ao encolhimento da produção argentina devido à falta d'água. Com uma produção estimada em torno de 5 milhões de toneladas do cereal, o Estado poderá acabar abastecendo moinhos no Paraná, um mercado que não costuma se abrir ao trigo gaúcho.
Por outro lado, o baixo número de navios aportando em Rio Grande para carregar as cerca de 2 milhões de toneladas já comercializadas pode dificultar o escoamento de um total de 3 milhões de toneladas estimadas para exportação até março, analisa o presidente da Fecoagro. Pires, entretanto, projeta nova ampliação da área de semeadura em 2023.
Para o milho, que sofreu bastante na safra 2021-2022 no Estado, novas perdas já vêm sendo contabilizadas no Noroeste gaúcho, onde o plantio ocorre mais cedo. Mesmo as áreas com estrutura de irrigação tiveram problemas pela falta de água armazenada. Conforme o dirigente, apenas 12% da área de milho têm suporte hídrico.
Paulo Pires engrossa o coro pelo investimento em irrigação nas lavouras. "Esse é um investimento que precisa acontecer. A irrigação é um preservador do ambiente." Já na soja, os gaúchos deverão destinar 6,5 milhões de hectares, sendo 505 mil hectares em terras baixas. A produção está projetada em 21,9 milhões de toneladas, mais que dobrando a colheita anterior, de 9,1 milhões de toneladas.
O setor arrozeiro avalia que é indispensável uma gestão forte do sistema de produção, uma vez que o custo de produção aumentou cerca de 60% nos últimos dois anos. A forma de enfrentamento a essa situação é a rotação de culturas, diz o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), Alexandre Velho.
Segundo ele, os preços pagos ao produtor, que caíram entre 20% e 30% em 2022, mostraram alguma recuperação no final do ano, mas foi para poucos, que ainda têm produto à venda. "O preço médio de R$ 90,00 a saca de 50 quilos remunera minimamente a lavoura do ano passado. Mas a da safra 2022-2023 tem custo mais elevado, e é por isso que produtor precisa de alta produtividade", diz Velho.
 
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