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Publicada em 07 de Março de 2024 às 13:11

Setor de máquinas e implementos vê metas ao alcance na Expodireto

Rentabilidade do arroz e do tabaco, além da safra de soja, entusiasma Massey Ferguson

Rentabilidade do arroz e do tabaco, além da safra de soja, entusiasma Massey Ferguson

TÂNIA MEINERZ/JC
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Claudio Medaglia
Claudio Medaglia
De Não-Me-Toque
De Não-Me-Toque
A Expodireto Cotrijal se justifica antes, durante e depois do encerramento. Para o setor de máquinas e implementos agrícolas, a mostra de tecnologia e inovação é terreno fértil aos negócios. E, nesta edição, basta percorrer as ruas que delimitam a área dos gigantes metalmecânicos para perceber a movimentação nos estandes das indústrias.
Com diferentes estratégias e expectativas, as indústrias chegam à reta final da feira satisfeitas com o evento. Algumas, como a Massey Ferguson, têm as metas de vendas no parque “sob controle” e ainda enxerga negócios pós-evento. Outras, como a John Deere, têm na mostra foco maior no contato com seus clientes, reforçando laços e buscando diferentes caminhos para melhor atendê-los ao longo do ano.
Apesar de três anos recentes com estiagem na Região Sul, a atual safra de grãos faz brotar expectativas positivas na Massey, apesar do momento de menores cotações na comercialização da soja. Conforme o coordenador de vendas do grupo, Moisés Oliveira, culturas como arroz e tabaco vêm oferecendo retorno financeiro ao produtor, contrabalançando a oscilação da oleaginosa, que, embora com preços mais baixos, virá em grande volume.
“O produtor de arroz está carregando muito do nosso otimismo, e a produção de fumo também.Vemos o Rio Grande do Sul com um apetite de investimento positivo, porque temos múltiplas culturas sendo remuneradas, mesmo com a precificação da soja não sendo dentro da expectativa do produtor. Temos a compensação da produção e outras culturas que estão economicamente gerando para o produtor uma receita, um fôlego. E isso está refletindo de alguma forma dentro da própria Expodireto”, diz Oliveira.
A empresa levou a Não-Me-Toque concessionárias de todas as regiões do Estado. E, com elas, também muitos clientes, sensibilizados previamente para a concretização de negócios no parque.
Ativamos mais de 10 mil clientes antes da feira, convidando-os a estarem aqui e antecipando os negócios. Então, muitos negócios foram aquecidos antes da feira e finalizados aqui, outros começam aqui e são finalizados pós-feira e, ainda, outros iniciados e finalizados aqui. Mas a feira é um pedaço da jornada do negócio”.
Oliveira observa que, com linhas próprias de consórcio e financiamento, além da presença de agentes financeiros no parque, não falta crédito para o produtor.
Para o ambiente da feira, as vendas da Massey Ferguson estão dentro da expectativa. E outro objetivo, que era a apresentação de novos produtos, também. “Esse também é um aspecto muito significativo da feira para nós. Fazer chegar ao produtor todos os investimentos que temos feito. Os lançamentos do pulverizador MF 8225HD, das colheitadeiras híbridas e do conjunto de solução de plantio, são uma meta nossa, de fazer chegar de forma eficiente.
Para o ano, a empresa acredita que não será afetada pela redução nas vendas projetada pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas (Abimaq) em patamares superiores a 10%. A Massey aposta em preservar sua fatia no mercado. Por isso, ganham força os investimentos feitos em tecnologias e lançamentos de produtos.

John Deere prioriza relacionamento com o cliente

Novidades e atualizações de sistemas embarcados são destaques da John Deere

Novidades e atualizações de sistemas embarcados são destaques da John Deere

TÂNIA MEINERZ/JC
Para adiante do atual cenário de retração na venda de máquinas e implementos agrícolas no Brasil, a John Deere olha em perspectiva futura para ajustar a produção e consolidar sua posição no País. Com investimentos crescentes nos últimos anos, a multinacional americana vê com naturalidade a oscilação no volume de negócios. É o reflexo da curva de produção de grãos nas últimas décadas, que torna o resultado das vendas em feiras do setor, como a Expodireto Cotrijal, menos relevante para o projeto global da marca.
A análise foi feita pelo diretor de vendas da John Deere para o Brasil, Marcelo Lopes, durante a mostra de tecnologia e inovação em Não-Me-Toque. Segundo ele, o setor deve comercializar entre 5% e 10% menos neste ano em comparação com 2023. Mas o negócio, como um todo, cresce fortemente. Hoje estamos abaixo da performance do ano anterior, viemos num patamar de atividade menor. Mas ainda assim superior ao que era numa série histórica, diz o dirigente.
Ele não detalha os negócios na Expodireto, mas afirma que, para a empresa, a feira é valiosa como canal de interação com o cliente, para mostrar o que John Deere tem a oferecer. “Temos feito um trabalho muito forte com a parte de tecnologia. E é uma oportunidade de mostrar ao cliente como essa tecnologia impacta na vida dele. Então, sob essa ótica, a feira está muito boa. Claro que a gente está aqui apurando todo o dia o que fechou de negócio. É uma parte importante da feira, mas o que você fecha de negócio aqui é coisa que você já está prospectando”.
No parque da Expodireto, a John Deere exibe, como novidades, os tratores agrícolas da série 7M versáteis e adequados às demandas do setor de grãos. Também está na mostra a plantadeira da série 3100FT, que traz tecnologia avançada para distribuição de adubo e semente e aumento da capacidade de plantio diário em hectares. Além disso, a John Deere exibe em seu estande o trator 8250R, com 250 cavalos.
“Mas o principal que trazemos à mostra um ecossistema de tecnologia, com várias opções de planos de manutenção. Na linha amarela, por exemplo, o cliente pode contratar a manutenção da máquina dele por dois, três, três anos, cinco anos. São as ‘precision upgrades’, uma forma de o cliente atualizar o equipamento, que já está no campo, com uma tecnologia mais moderna, sem precisar trocar de máquina”, conclui Lopes.

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