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Expodireto

Exemplo

- Publicada em 07 de Março de 2023 às 14:41

Sucesso de Israel no agronegócio é exemplo de eficiência e investimento em pesquisa

Com escassez de água, israelenses têm ecossistema inovador para viabilizar agronegócio; tema esteve na Arena Digital em Não-Me-Toque  

Com escassez de água, israelenses têm ecossistema inovador para viabilizar agronegócio; tema esteve na Arena Digital em Não-Me-Toque 


Ramiro Sanchez/@outroangulofoto/JC
Claudio Medaglia, de Não-Me-Toque (RS)
Claudio Medaglia, de Não-Me-Toque (RS)
Em uma região de clima adverso e de elevada escassez hídrica, são produzidos 95% dos alimentos consumidos. Ali, a média anual de produção de leite por vaca chega a 11 mil litros, a maior do mundo. Estamos falando de Israel, no Oriente Médio, com território de 22 mil quilômetros quadrados - equivalentes ao estado de Sergipe -, para acolher seus 9,3 milhões de habitantes, que fizeram da pesquisa e da tecnologia o motor do desenvolvimento. O país foi tema central desta terça-feira (7), na Arena Agrodigital, na 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.
No painel “O Ecossistema Agro inovador de Israel”, foi apresentado o case de resiliência e superação desse país forjado em meio a sucessivas guerras e que, embora fundado apenas em 1948, tem um povo com longa história de enfrentamento das dificuldades.
Israel está entre as 15 nações com menor oferta de água no mundo, com 500 metros cúbicos per capita ao ano, 20 vezes menos que no Brasil. Mas é líder global em gestão hídrica. Afinal, 85% da água utilizada é reciclada, e 75% dela é destinada à agricultura.
“A necessidade fez o povo local ser criativo. Sem comida, sem água e sem energia, acossado por vizinhos que veem em seu território um ponto estratégico no Globo, o caminho foi investir em pesquisa e tecnologias. É que, com tantos desafios, todo erro pode ser fatal. Então, tecnologia, informação e assertividade estão no DNA israelense”, explicou João Paulo Kriigner Zampieri, da ZMP Consultoria, um dos painelistas da manhã.
Israel é líder mundial em pesquisa e desenvolvimento. Não por acaso o investimento em startups é tão forte e diversificado. Das 7,2 mil empresas, 675 estão ligadas ao agronegócio, responsável por apenas 2,5% do PIB nacional.
“Lá, são investidos 5,4% do PIB em pesquisa, enquanto no Brasil, que tem 25% do seu Produto Interno Bruto com base no setor agro, o índice é de 1,3%, apenas. O governo local estimula o desenvolvimento de startups, dos mais variados segmentos, desde que os projetos sejam aprovados em triagem com identificação de potencial de êxito. Se der certo, o governo é parceiro. Se der errado, você não deve nada. Mas a margem de sucesso é alta”, apontou Zampieri.
Caio Naday Castelo Branco, representante do Ministério da Economia e Indústria de Israel, explicou que apesar de a atividade agrícola ter pouco peso nas finanças do país, ela é considerada questão de segurança nacional. E que, com esse tema administrado, há espaço para investir mais e mais no aprimoramento.
Foi lá, por exemplo, que nasceu a irrigação por gotejamento, tecnologia desenvolvida há décadas e que até hoje tem sua aplicabilidade discutida no Brasil, apesar da reconhecida eficiência. O sistema é fundamental não apenas em situações de crise, como a enfrentada pelo Rio Grande do sul e suas já familiares estiagens. Garante eficiência e economia. O gotejamento fornece à planta água em fluxo e volume constantes e adequados à necessidade. Nem mais, nem menos.
Mas também softwares de análise preditiva, antecipando o surgimento de doenças, condições do solo, absorção de nutrientes e previsão de safra fazem toda a diferença. Drones pelo ar e pela terra também dão o panorama exato das lavouras, ajustando a aplicação dos insumos e gerando uma profusão de informações que permitem a criação de uma grande base de dados, gerando análises e decisões cada vez mais acertadas.
Lá, estufas inteligentes, com sistemas de ventilação, estruturas de aquecimento e sistemas automatizados, dividem o protagonismo do sucesso com uma atividade avícola ou leiteira, por exemplo, de grandes resultados. Melhoramento genético dos bovinos e tambos onde os controles de alimentação e a temperatura são computadorizados, o monitoramento de doenças e da prenhes das vacas também são controlados com precisão.
“São exemplos de tecnologias que foram desenvolvidas para as peculiaridades de Israel. Muitas são aplicáveis em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil. E há possibilidades para todos os bolsos e perfis de atividade. Basta explorar e avaliar”, finalizou Castelo Branco.
Nesta quarta-feira, as atenções do público na Arena Agrodigital da Expodireto serão voltadas para o Vale do Silício, com painéis ao longo de todo o dia. Estarão na pauta temas como a tecnologia no agro, como a pecuária vai erradicar a fome e melhorar a neutralidade climática e a importância da indústria 5.0 para o agronegócio, entre outros assuntos. A programação começa às 8h30min, com o Painel PMI – Gestão de projetos no agronegócio.
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