Claudio Medaglia, de Não-Me-Toque (RS)
As tecnologias que vão fazer o futuro do agronegócio já estão no presente, e passeiam pela Arena Agrodigital na 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no norte gaúcho. No evento, que começou nesta segunda-feira (6) e vai até o dia 10, dezenas de startups e ideias ganham voz, corpo e importância para um público que busca inovação, rentabilidade e produtividade, com avançados conceitos socioambientais.
Na largada da feira, a arena abriu espaço para o painel Cenários e Tendências Tecnológicas do Agro no Brasil, que teve como painelistas a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Simone Stulp, e o presidente do Conselho do Transforma RS e da empresa Random, Daniel Randon. O encontro foi mediados pelo coordenador da Rede de Inovação do Agronegócio (RIAGRO/RS) e do Celeiro Agro Hub, Luis Humberto de Mello Willwock.
“Tratamos aqui de apontar os grandes desafios para que o Brasil possa continuar sendo um protagonista de peso na produção de alimentos, fibras e bioenergia no mercado global. No Rio Grande do Sul, temos permanentes ciclos de estiagem, e o manejo de recursos hídricos é urgente. Não sofremos de falta de água, mas da sazonalidade das precipitações”, explicou Villwock.
Segundo ele, só a tecnologia permite verificar padrões e predizer futuro para que se possa, com intervenção usando mecanismos de irrigação inteligente, mitigar o problema.
“Já temos essa possibilidade ao alcance, mas temos de fazer com que os produtores entendam que isso já existe e a sua real aplicação. O papel da ciência aplicada ao agronegócio é fazer uso de uma série de tecnologias aplicadas em outras áreas para facilitar e melhorar a agregação de valores, reduzir custos ou aumentar produtividade”, ressaltou o pesquisador.
Para Villwock, a Arena Agrodigital mostra que o Brasil é um case campeão no cenário do agronegócio, com muito a fazer pela frente, mas que já desenvolve caminhos importantes para o futuro da produção de alimentos baratos, de qualidade e em um contexto de sustentabilidade. Mas ele fez um alerta.
“Resolver o problema da água no RS é determinante para sermos competitivos. Se não o fizermos, vamos sair da esfera de competitividade. Estamos perdendo esse o jogo”, advertiu.