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estiagem

- Publicada em 05 de Março de 2023 às 20:48

Respostas para a estiagem estarão no centro das discussões da Expodireto

Produção leiteira é uma das mais atingidas pela seca

Produção leiteira é uma das mais atingidas pela seca


AGROPECUÁRIA ZAMBIASI/DIVULGAÇÃO/JC
Inevitável que a escassez hídrica ocupe papel central nos debates da produção rural gaúcha durante a Expodireto. Dado da Rede Técnica Cooperativa RTC/CCGL aponta quebra estimada de 56% na produção de milho sequeiro e uma queda projetada de quase 1 mil kg/ha para a soja, representando perda estimada de 43% na produção estimada nas áreas de 21 cooperativas gaúchas.
Inevitável que a escassez hídrica ocupe papel central nos debates da produção rural gaúcha durante a Expodireto. Dado da Rede Técnica Cooperativa RTC/CCGL aponta quebra estimada de 56% na produção de milho sequeiro e uma queda projetada de quase 1 mil kg/ha para a soja, representando perda estimada de 43% na produção estimada nas áreas de 21 cooperativas gaúchas.
De acordo com o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, as entidades rurais estão mobilizadas em duas frentes: a busca de soluções permanentes contra estiagens e a recuperação de crédito para o setor. "A reservação de água é uma solução necessária, mas precisamos avançar na discussão do Código Florestal, por exemplo. Por outro lado, o poder público precisa sinalizar com investimentos para o setor, com a reabertura de créditos pelos bancos públicos justamente para estarmos preparados para momentos de crise como o atual. O que o produtor precisa neste momento é de segurança para trabalhar", aponta o dirigente.
O secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Giovani Feltes, reforça a importância da Expodireto para a economia gaúcha e não descarta a possibilidade de que o governador Eduardo Leite anuncie durante a Expodireto mais ações de longo prazo para prevenção dos efeitos nocivos que a produção rural tem enfrentado.
Ele salienta que, desde janeiro deste ano, com R$ 850 mil do Programa Avançar, o Estado tem ampliado a rede de coleta de dados agroclimáticos. Ao todo, serão 100 pontos de coleta para auxiliar no planejamento do setor. Com equipamentos do Estado, Feltes afirma que 170 poços já foram perfurados e 220 municípios receberão cisternas com capacidade de 160 mil litros cada. De acordo com o secretário, já foram estendidos recursos para 228 municípios abrirem poços. No total, ele projeta, serão 452 municípios atendidos.
 

Setor de máquinas atuará em vendas e em soluções para a irrigação

Parque foi ampliado para atender demanda do setor de máquinas agrícolas por maior espaço

Parque foi ampliado para atender demanda do setor de máquinas agrícolas por maior espaço


ALEXANDRO AULER/JC
A ampliação recorde do parque da Expodireto tem como principal motivação a demanda do setor de máquinas agrícolas por maior espaço para expor seus produtos. Mas, ao que tudo indica, a participação deste setor irá além da vitrine de vendas para o produtor rural. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Claudio Bier, está concluído o projeto liderado pela entidade para a criação do chamado Fundopem da Irrigação.
"Solicitamos uma audiência com o governador Eduardo Leite, e a nossa intenção é apresentarmos para ele na Expodireto o resultado deste estudo que pode beneficiar toda a cadeia produtiva do Rio Grande do Sul", salienta Bier.
Ele não antecipa os detalhes do projeto, mas exemplifica: "Hoje, você colhe 100 sacas de milho sem irrigação. Com irrigação, na mesma área e com os equipamentos adequados para isso, sobe para 250 sacas. Queremos este incentivo, que trará para o Rio Grande do Sul empresas e, por consequência, arrecadação de ICMS com o incentivo à instalação e ampliação de fabricantes de maquinário para irrigação, e garantir produção. Hoje, estamos pagando isso tudo para outros estados, com importação de milho".
No ano passado, as negociações de máquinas e implementos foram responsáveis por mais de 90% dos R$ 4,9 bilhões movimentados na feira. "Hoje atravessamos essa seca no Rio Grande do Sul, mas no ano passado também estávamos com este cenário e o movimento de vendas foi excepcional, porque a Expodireto é uma ferramenta de vendas muito forte, que vai muito além das fronteiras do Estado", aponta Cláudio Bier.
De acordo com o Simers, neste ano não há disponibilidade de recursos, por exemplo para financiamento pelo Moderfrota, que é a linha de crédito federal para máquinas e implementos. Algo que, segundo Cláudio Bier, não chega a preocupar os fabricantes em relação às vendas. "O produtor no Brasil está capitalizado e já tem a consciência de que não terá essa verba federal."
Em 2022, os produtores aportaram R$ 510 milhões em recursos próprios nas negociações dentro da feira. Volume mais de 300% superior à edição anterior, e um recorde histórico do evento.