A indústria gaúcha de aço acompanha o cenário brasileiro do setor como um todo e está desafiada pelos mesmos motivos, ainda que desempenhos satisfatórios estejam sendo registrados. "Além do histórico baixo crescimento do País, que se reflete em um baixo consumo per capita de aço em comparação com outros países, atualmente o setor lida com a concorrência predatória do aço importado, principalmente oriundo da China, que inunda o mercado brasileiro e, mais recentemente, a eliminação das cotas de isenção de tarifas para exportação de aço brasileiro ao mercado americano que teve vigor entre 2018 e março deste ano", pontua Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil.
Em 2024, as importações de aço laminado cresceram 57% em relação à média de importação verificada entre 2020 e 2022, para 4,77 milhões de toneladas. Conforme a entidade, deverão atingir 5,3 milhões de toneladas em 2025, o que equivaleria a 16% da produção e 25% das vendas externas.
Como associada, a gaúcha Gerdau se alinha ao Instituto Aço Brasil nas discussões e definições de novas medidas, junto às instituições setoriais e órgãos competentes do Governo Federal, visando à defesa comercial do País a fim de reequilibrar o mercado e reforçar um ambiente competitivo mais isonômico para a indústria nacional. A recomposição das cotas de exportação de aço para os Estados Unidos também está na agenda do Instituto.
"A concorrência desleal, provocada pela entrada excessiva de aço importado no País, sobretudo de origem asiática, tem sido um dos maiores desafios enfrentados pela indústria brasileira. Dessa forma, o produto chega em condições comerciais desiguais, com baixa qualidade e a preços baixos, comprometendo a competitividade das empresas que produzem localmente", destaca Gustavo Werneck, CEO da Gerdau.
Com 124 anos de história, a Gerdau é a maior empresa brasileira produtora de aço e uma das principais fornecedoras de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Em Charqueadas, a empresa inagurou recentemente um novo forno de recozimento e esferoidização, voltado à modernização das operações de aços especiais. Na unidade de Sapucaia do Sul, foi concluída a modernização da aciaria de aços longos na Riograndense. "Essas iniciativas reforçam a relevância dos ativos gaúchos para o desenvolvimento econômico da região e para a estratégia de crescimento de longo prazo da companhia."
A indústria brasileira
A indústria brasileira de aço está presente em 10 estados, em 31 unidades.
Em 2024, produziu 34 milhões de toneladas, alta de 5,8% em relação a 2023.
No ano passado, a produção de aço do Rio Grande do Sul representava 1,8% do total nacional.
O setor investe cerca de R$ 12,5 bilhões por ano.
Gera metade da energia consumida por meio de aproveitamento de gases de processo e operação de usinas de energia.
Recircula 97% da água utilizada em seus processos.
Recicla 8 milhões de toneladas de suco por ano.
Reaproveita 94% dos resíduos gerados, que se tornam coprodutos destinados, por exemplo, à pavimentação e nivelamento de vias, produção de cimento e uso agronômico.
Fonte: Instituto Aço Brasil