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Publicada em 25 de Maio de 2023 às 00:15

Indústria metalmecânica da Serra busca acompanhar avanços

Presidente do Simecs desde o início de ano, com mandato até 2025, Ubiratã Rezler

Presidente do Simecs desde o início de ano, com mandato até 2025, Ubiratã Rezler

/Fábio Grison/Divulgação/JC
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Roberto Hunoff
Roberto Hunoff Jornalista
de Caxias do Sul
de Caxias do Sul
Principal polo metalmecânico do Rio Grande do Sul e o segundo no Brasil, a região de abrangência do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs) em 17 municípios sedia em torno de 4,5 mil empresas de pequeno, médio e grande porte, das quais cerca de 3,3 mil são associadas. Dados da entidade indicam que a maioria, mais de 2 mil, empregam entre um e 50 trabalhadores. Quadros acima de 250 colaboradores estão restritos a menos de 50 organizações. O faturamento anual projetado é de R$ 50 bilhões anuais. O sindicato representa empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico, metalmecânico, ferramentarias, móveis e acessórios e alimentos e bebidas.
Presidente do Simecs desde o início do ano, com mandato até 2025, Ubiratã Rezler define o momento como preocupante, com mercado retraído, baixo volume de pedidos e orçamentos e dificuldades para investimentos, em especial pelas organizações de pequeno porte. "A situação é complexa em razão da instabilidade jurídica e falta de políticas claras do governo para o futuro. Isto faz com que o cliente foque suas ações mais nas reformas do que já dispõe em seu parque fabril, adiando a compra de novos itens, na expectativa de períodos menos turbulentos", assinala. Cita que mesmo fontes públicas de fomento para pesquisa e desenvolvimento não estão sendo aproveitadas pelas empresas, principalmente pelas de médio e grande porte. "Fazer altos investimentos em tecnologia é para poucos. A maioria não tem estrutura de capital humano e financeiro para avançar. Por isso, a importância dos investimentos das grandes empresas, porque atraem as atenções das pequenas. A expectativa é que os custos em tecnologias disruptivas diminuam ao longo do tempo, com adesão de mais empresas", acredita.
Rezler ainda alerta para a necessidade da adoção inadiável das políticas de ESG. Entende que a indústria que não se dedicar a este movimento está fadada a diminuir. "O mercado não aceita mais o olhar somente no lado produtivo."
 

Máquinas menores e mais produtivas

A câmara setorial metalmecânica, que envolve a produção de máquinas e equipamentos, também passa por retração nos investimentos diante das incertezas econômicas, após um período de forte crescimento nos negócios. O diretor Eduardo Cervelin observa, no entanto, que alguns segmentos seguem aquecidos, como mostrou a recente edição da Expomafe. "São organizações que enxergam futuro promissor", avalia. A principal estratégia das empresas do setor tem sido elevar a produtividade por meio de novas tecnologias. Cervelin afirma que a robotização deixou de ser acessória para tornar-se item embarcado. "O equipamento passa informações para o controle do processo e de manutenção."

Implementação exigirá pessoal cada vez mais qualificado

Thiane Suzin, diretora da câmara setorial eletroeletrônica, vislumbra como principal tendência a incorporação de tecnologias, como IoT, permitindo que operadores e supervisores acompanhem e interajam, em tempo real, com as plantas fabris e equipamentos. Afirma que a evolução também pode levar a processos produtivos enxutos e cada vez mais qualificados e competitivos nos produtos finais.
Também cita a necessidade de buscar, no cenário mundial, matérias-primas alternativas e com tecnologias que gerem redução de tamanhos e custos. "Isto exige mão de obra cada vez mais especializada. A evolução dos processos e produtos vai requerer conhecimentos de quem estiver envolvido", explica a diretora.

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