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Publicada em 25 de Maio de 2023 às 00:15

Inovação turbina indústria gaúcha metalmecânica

Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

/ANA TERRA FIRMINO/JC
Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

/ANA TERRA FIRMINO/JC
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Dados da CNI e da Fiergs demonstram que, na última década, a participação da indústria no PIB do Rio Grande do Sul encolheu. Uma das respostas para esse desafio é a inovação - quesito no qual o setor metalmecânico está bem posicionado. Um exemplo disso é a Stihl, gigante alemã fabricante de motosserras e outras ferramentas motorizadas, como roçadeiras e lavadoras de alta pressão.
Dados da CNI e da Fiergs demonstram que, na última década, a participação da indústria no PIB do Rio Grande do Sul encolheu. Uma das respostas para esse desafio é a inovação - quesito no qual o setor metalmecânico está bem posicionado. Um exemplo disso é a Stihl, gigante alemã fabricante de motosserras e outras ferramentas motorizadas, como roçadeiras e lavadoras de alta pressão.
Na unidade de São Leopoldo está o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, que desenvolve tecnologias e produtos exportados inclusive para a matriz, na Alemanha. "A inovação é a chave para criarmos produtos diferenciados e para entregarmos soluções cada vez mais tecnológicas aos nossos clientes", diz o presidente da Stihl, Cláudio Guenther, que afirma ainda estarem previstos 18 novos lançamentos de produtos somente em 2023.
Presente no Brasil há 50 anos, a Stihl foi na contramão do dado geral da indústria, que recuou na última década. Desde 2019, quase duplicou o faturamento - o resultado anual era de R$ 1,7 bilhão e saltou para R$ 3,2 bilhões em 2023. Nesse período, o investimento bateu na casa de R$ 1,1 bilhão.
Recentemente, a companhia inaugurou duas novas estruturas, que totalizaram R$ 52 milhões: o prédio da ferramentaria e um amplo vestiário para os funcionários, ambos inaugurados em 2022. Com um aporte estimado em R$ 110 milhões, a Stihl pretende ainda expandir seu Centro de Distribuição em São Leopoldo, aumentando a área de armazenamento de 7 mil para 16,7 mil posições de pallets, um acréscimo de 137% na capacidade de armazenamento. A estrutura deve ser inaugurada no primeiro semestre de 2024.
Além de ter área suficiente para estocar todos os produtos acabados da empresa, o novo Centro de Distribuição também deve contribuir para mais uma etapa da adesão da Stihl à agenda ESG.
Ao armazenar matérias-primas e componentes, o local ajuda a reduzir o custo logístico. "O armazenamento interno no novo espaço também reduzirá os fretes externos atuais e isso evitará a emissão de 93 toneladas de CO2 por ano", salienta Guenther. Em 2022, o Grupo Stihl alcançou a neutralidade de emissões de carbono.
Ainda dentro da agenda ESG, a companhia busca aliar a vocação de fabricar ferramentas direcionadas ao manejo de áreas verdes e jardins com projetos de conservação florestal. Um exemplo é a parceria com o Instituto Floresta Tropical (IFT) para a execução do programa Florestas Comunitárias, cujo objetivo é a capacitação técnica das comunidades para o manejo florestal sustentável.
"Atuamos nessa iniciativa para contribuir com a preservação dos recursos naturais, além de gerar desenvolvimento econômico para a comunidade local", completa Guenther.
 

Vocação para a industrialização turbina o mercado de alimentação no Rio Grande do Sul

Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

Cláudio Teitelbaum, presidente do Sinduscon-RS, lembra que o setor é o que mais emprega com carteira

/BOM PRINCÍPIO ALIMENTOS/DIVULGAÇÃO/JC
Em artigo publicado no final do ano passado, o coordenador de projetos na área de alimentos e bebidas do Sebrae-RS, Roger Klafke, chamou a atenção para 10 pontos aos quais os empreendedores do setor - seja da indústria ou do comércio - deveriam prestar atenção em 2023. Desenvolver produtos com o olhar voltado para a demanda do mercado, com base em dados e pesquisas de hábitos e tendências de consumo. Foi trilhando esse caminho que a indústria de alimentos foi a que mais cresceu em participação no PIB industrial do Estado entre 2009 e 2019, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A escalada foi de mais de sete pontos percentuais, o que coloca o setor como o segundo principal em participação no PIB industrial do Estado, com 16,9%.
Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, a indústria de alimentos apresenta grande dispersão territorial no Estado: em 2020, havia 4,5 mil estabelecimentos do setor, empregando quase 140 mil pessoas.
Com sede em Tupandi, a Bom Princípio Alimentos exemplifica o crescimento do setor ao longo dos anos. A fábrica de doces e geleias que utilizava receitas de família para vender os produtos no entorno do município de Bom Princípio, onde o negócio nasceu, hoje produz mais de 1 milhão de unidades de produtos por mês - entre os principais estão geleias e pastas de frutas.
O crescimento veio justamente quando a área de desenvolvimento resolveu apostar em itens inovadores, como insumos para confeitaria. A novidade mais recente, as pastas de frutas, encontraram um mercado promissor também em bares e restaurantes, onde são usadas para o preparo de bebidas e sobremesas.
A marca possui mais de 500 itens em sua linha de produtos e prevê o lançamento de outros 40 ao longo de 2023. De acordo com o diretor-presidente, Alexandre Ledur, a indústria de alimentos é capaz de fomentar o desenvolvimento tecnológico para o surgimento de produtos inovadores a partir da matéria-prima extraída do campo. Somente no primeiro trimestre de 2023, a companhia contabiliza um aumento de 25% na produção - cifra que deve ser superada até o final do ano. "O setor está provando ser uma das grandes alavancas para a economia", destaca Ledur.
Mesmo em crescimento evidente, a corrida em busca da sustentabilidade está em curso. Como uma empresa de origem familiar e com forte aderência nas comunidades produtoras, a Bom Princípio Alimentos sempre esteve conectada às boas práticas no campo, que garantem a qualidade da matéria-prima utilizada. Agora, a empresa está buscando sua inserção formal na agenda ESG.
O primeiro passo foi dado em 2021, quando recebeu a certificação FSSC 22000, que assegura a segurança dos alimentos provenientes de todas as etapas do processo de industrialização. Agora, se prepara para implantar um piloto do projeto de fertirrigação a partir do tratamento dos efluentes gerados na unidade de produção - a técnica, descrita pela Embrapa, preconiza a adubação das lavouras e pomares por meio da irrigação.

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