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Coronavirus

- Publicada em 14 de Agosto de 2021 às 09:10

Diante dos surtos em hospitais de Porto Alegre, especialistas reafirmam que vacina é eficaz

Vacina é a melhor maneira de evitar manifestações graves da Covid-19

Vacina é a melhor maneira de evitar manifestações graves da Covid-19


LUIZA PRADO/JC
Ao menos 57 funcionários e 100 pacientes de três hospitais já foram infectados pela Covid-19 nas últimas duas semanas em Porto Alegre. O Hospital de Clínicas (HCPA), o Hospital Nossa Senhora da Conceição, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e o Hospital Vila Nova (HSN) registraram surtos da doença entre a última semana de julho e o início de agosto. Entre eles, a situação mais grave é a do Conceição, que enfrenta o pior surto desde o início da pandemia.
Ao menos 57 funcionários e 100 pacientes de três hospitais já foram infectados pela Covid-19 nas últimas duas semanas em Porto Alegre. O Hospital de Clínicas (HCPA), o Hospital Nossa Senhora da Conceição, do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), e o Hospital Vila Nova (HSN) registraram surtos da doença entre a última semana de julho e o início de agosto. Entre eles, a situação mais grave é a do Conceição, que enfrenta o pior surto desde o início da pandemia.
Diante dos altos números de infectados que já tinham sido vacinados, a efetividade da vacina pode ser colocada em dúvida por algumas pessoas. Mas os especialistas garantem que esse pensamento não tem fundamento. “A vacina protege contra hospitalização e morte, não contra infecção”, explica Ivana Varela, epidemiologista do GHC.
A média de idade dos pacientes infectados no GHC é de 66 anos e, dos funcionários, de 44 anos. Apenas um dos funcionários infectados tinha mais de 60 anos. “A maioria desses pacientes é idosa e eles já têm um comprometimento na resposta imunológica em função da idade, então respondem menos a qualquer tipo de imunização. Por isso, não se pode inferir que haja prejuízo na efetividade da vacina”, complementa a especialista.
Para o chefe do serviço de medicina ocupacional do HCPA, Fábio Dantas, está cada dia mais claro que a vacina segue sendo extremamente necessária para evitar casos graves da doença. “A vacina não impede infecção. Pelo contrário, essas novas variantes e cepas parecem cada vez mais driblar a capacidade da vacina de impedir a infecção, então é importante manter todas as medidas de segurança mesmo depois de ter o esquema vacinal completo.”
Os funcionários infectados dos três hospitais, que não estavam hospitalizados por conta de outras doenças, apresentaram casos leves da doença, com poucos ou nenhum sintoma. “O ponto central é que essas pessoas não adoecem de forma grave, é muito raro que elas adoeçam dessa forma ou precisem de cuidado de terapia intensiva”, complementa Dantas. O problema, porém, é que por ter a doença de uma forma mais leve, elas às vezes não sabem que estão infectadas e acabam transmitindo a doença para outras pessoas.
“Devemos confiar na vacina para nos impedir de sobrecarregar o sistema de saúde e de ter pessoas com casos graves ou óbitos por causa da doença. Em relação à infecção, esquece. Ela não é para isso. Para impedir a infecção, é algo muito mais simples: usar máscara, manter distanciamento social e higienizar as mãos corretamente”, defende o especialista.

Hospital de Clínicas

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No Clínicas, por se tratar de um surto em uma área administrativa, nenhum paciente foi afetado. Foto: LUIZA PRADO/JC
O HCPA confirmou o surto na terça-feira (10), depois de realizar a testagem de funcionários de uma das áreas administrativa e ter oito resultados positivos. “Testamos eles na sexta-feira (6) e, ao longo do final de semana, entendemos que se tratava de um surto. Na segunda-feira, iniciamos com as medidas mais restritivas e mandamos os funcionários para casa”, conta o chefe do serviço de medicina ocupacional do hospital, Fábio Dantas.
Por se tratar de um surto em uma área administrativa, nenhum paciente foi afetado. Os oitos funcionários afetados estavam vacinados e não apresentaram sintomas graves da doença. Ainda, há outros nove casos de Covid-19 confirmados em outras áreas do hospital. “São áreas bem espaçadas, então seguem o mesmo perfil de casos que estávamos tendo em outros momentos.” Dantas acha importante enfatizar que todos os casos de infecção são de origem externa.

Hospital Conceição

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No GHC, foram sete óbitos entre pacientes, sendo que cinco deles tinham esquema vacinal completo. Foto: LUIZA PRADO/JC
No GHC, o surto entre os profissionais foi decretado no dia 3 de agosto e, entre os pacientes, no dia 4. Na última atualização, nesta sexta-feira (13), já eram 71 pacientes e 31 funcionários infectados. “Para identificar a fonte, teríamos que ter um único surto, mas como várias pessoas de diferentes áreas começaram com sintomas ao mesmo tempo, não sabemos a origem”, explica Ivana Varela, epidemiologista do Conceição. No total, pacientes de 15 áreas e funcionários de oito áreas foram afetados pelo surto.
Dos 71 pacientes infectados, 45 (o equivalente a 62,5%) já tinham o esquema vacinal completo. São 47 pacientes em enfermarias, sete em leitos de UTI e dez em alta hospitalar. Ainda foram registrados sete óbitos. Desses, cinco estavam com o esquema vacinal completo e dois tinham apenas a primeira dose da vacina contra a Covid-19. “Os hospitalizados em enfermarias se infectaram após a hospitalização. Foram hospitalizados por outras causas e adquiriram a infecção aqui”, pontua Ivana.
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Já entre os funcionários, o número de pessoas com esquema vacinal completo é maior: 26, o que representa 83,9% do total de infectados. Um médico, dois profissionais da área da nutrição, dois estudantes/estagiários, dez auxiliares/técnicos de higienização e 15 auxiliares/técnicos de enfermagem testaram positivo. Desses, 26 estão em isolamento domiciliar, um está hospitalizado, um teve alta hospitalar e três já retornaram ao trabalho. “É o maior surto que tivemos, porque atingiu pacientes e funcionários em um curto período de tempo, diferentemente dos outros”, avalia Ivana.
Os testes, de ambos os hospitais, estão sendo encaminhados para sequenciamento, para saber sobre a possibilidade de serem da variante Delta. “Temos cinco suspeitas de variante Delta. Geralmente, quando o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen) identifica na pré-triagem a suspeita, a Fiocruz confirma em quase 100% dos casos. A partir de agora, só vamos enviar as amostras positivas para sequenciamento genético quando vierem de novas áreas. Novos casos positivos dentro das áreas de surto, vamos considerar que pode ser Delta”, conta a epidemiologista do GHC.

Hospital Vila Nova

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Surto no Vila Nova foi o primeiro e atingiu 29 pacientes e 18 funcionários. Foto: LUIZA PRADO/JC
O surto mais antigo é o do Hospital Vila Nova (HVN), que começou no dia 28 de julho. No total, 29 pacientes e 18 funcionários foram infectados pela Covid-19. “A maioria dos pacientes já foi transferida para outras unidades e a maioria dos funcionários já está retornando ao trabalho presencial, após ficarem 10 dias afastados”, conta o infectologista Darlan da Rosa.
Nenhum funcionário apresentou caso grave da doença, tendo em vista que todos estavam com o esquema vacinal completo. Entre pacientes, 82% já estavam vacinados com alguma dose do imunizante. “Mas como essa unidade tem uma característica de pacientes com múltiplas doenças e comorbidades, não conseguimos estabelecer quem teve uma piora ou óbito por causa da doença”, explica. No HNV, a maioria dos pacientes tem mais de 50 anos de idade. Darlan pontua, ainda, que é difícil saber quantos pacientes do surto morreram, tendo em vista que eles foram transferidos para outras unidades.
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