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Coronavirus

- Publicada em 22 de Março de 2021 às 18:52

Comitê científico reforça necessidade de intensificar isolamento social para contenção da pandemia

Nível de mobilidade dos gaúchos segue alto e em desacordo ao cenário da Covid-19 no RS

Nível de mobilidade dos gaúchos segue alto e em desacordo ao cenário da Covid-19 no RS


LUIZA PRADO/JC
Fernanda Crancio
O nível de mobilidade dos gaúchos ainda é muito superior ao observado em países onde as medidas restritivas de circulação foram exitosas para desacelerar a disseminação da Covid-19. Por conta dessa realidade e do agravamento do cenário da doença no Estado, marcado pelo esgotamento do atendimento à saúde e predomínio da variante P.1 do coronavírus, o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Covid-19 publicou nota reiterando a importância de ampliar o isolamento social para contenção da pandemia e, entre outras ações, sugere a diminuição da interação física para garantir a redução do impacto da doença.
O nível de mobilidade dos gaúchos ainda é muito superior ao observado em países onde as medidas restritivas de circulação foram exitosas para desacelerar a disseminação da Covid-19. Por conta dessa realidade e do agravamento do cenário da doença no Estado, marcado pelo esgotamento do atendimento à saúde e predomínio da variante P.1 do coronavírus, o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Covid-19 publicou nota reiterando a importância de ampliar o isolamento social para contenção da pandemia e, entre outras ações, sugere a diminuição da interação física para garantir a redução do impacto da doença.
Reportagem do Jornal do Comércio já mostrou que o isolamento social vem em queda no Rio Grande do Sul em 2021, com o mês de março sendo, até o momento, o de menor média registrada no Estado.
Publicada na noite de sexta-feira (19), a nota técnica do Comitê vem na contramão das flexibilizações anunciadas no mesmo dia pelo governo do Estado, que retomou a cogestão regional, permitindo adoção de regras de bandeira vermelha, apesar da quarta semana de vigência da bandeira preta- que representa risco altíssimo de contaminação pelo novo coronavírus- em todo o Rio Grande do Sul. Com isso, atividades econômicas de diversos setores puderam ser restabelecidas, após período de limitações mais severas.
Esta não é a primeira vez que as sugestões do comitê, que mantém carater consultivo, são deconsideradas na tomada de decisões o Executivo gaúcho. Foi assim na recomendação pela não reabertura das aulas presenciais e, na semana passada, na que manteve o indicativo pela suspensão da cogestão.
Em resumo, a nota técnica que reforça a importância do isolamento social apresenta medidas de contenção da epidemia e ressalta evidências científicas que embasam ações com foco na redução de mobilidade da população, bem-sucedidas em países como Estados Unidos, Inglaterra e outras regiões europeias. O grupo, formado por pesquisadores de universidades e autoridades científicas de diversas áreas do conhecimento, dividiu os embasamentos em categorias que vão desde o lockdown a campanhas educativas de incentivo ao "fique em casa e ao fechamento de escolas e transporte público, até a proibição de viagens para criar o chamado "cordão sanitário".
Segundo os especialistas, a intenção é "salientar que as medidas podem se somar e ter efeitos potencializados quando associadas" a outras acões. A nota considera que o modelo de distanciamento controlado implementado no Estado inclui suspensão de atividades, fechamento do comércio ou diminuição do horário de funcionamento dos estabelecimentos, limitação do número de pessoas em um mesmo ambiente e fechamento de escolas e universidades, de acordo com a bandeira vigente. No entanto, reitera que, mesmo em caso de bandeira preta, o modelo não prevê o lockdown, medida que inclui o controle de mobilidade e é apontado como uma das formas mais efetivas de reduzir os indicadores da pandemia.
Entre artigos científicos que defendem a restrição de atividades, a nota técnica cita estudo publicado pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz, em 2 de março, que recomenda medidas de supressão e ações mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais, além de apontamento do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que reforça a orientação para que as pessoas não se reúnam com quem não mora na mesma casa, nem participem de eventos e reuniões, "mantendo-se em casa para se proteger e proteger outras pessoas".
Outro apontamento bem-sucedido abordado foi a campanha do governo do Reino Unido, no sentido de incentivar a permanência da população em casa e o fechamento de comércio e outros locais. Medidas relacionadas à restrição de mobilidade também são apontadas como fundamentais para a implementação de ações de proteção social, como garantia do acesso universal à saúde, ampliação de cobertura de seguro-desemprego, etc.
"Dada as diversas evidências expostas acima e considerando tratar-se de uma infecção transmitida pelo ar, as intervenções que diminuem a interação de pessoas em um mesmo espaço físico apresentam-se consistentemente associadas à diminuição do impacto da doença sobre a população", complementa o documento.
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