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mercado de capitais

- Publicada em 19 de Março de 2020 às 03:00

Ibovespa cai 10,35% após novo circuit breaker

O Ibovespa colheu perdas de dois dígitos no fechamento desta quarta-feira. O índice à vista da B3 voltou a fechar em queda acentuada, tendo perdido quase metade dos pontos ante o recorde de fechamento em 23 de janeiro, de 119.527,63 pontos. No encerramento, o Ibovespa ficou em 66.894,95 pontos, em queda de 10,35% na sessão, e acumulando, agora, perda de 44,04% ante o pico histórico, em pouco menos de dois meses. No ano, o Ibovespa cai 42,16%.
O Ibovespa colheu perdas de dois dígitos no fechamento desta quarta-feira. O índice à vista da B3 voltou a fechar em queda acentuada, tendo perdido quase metade dos pontos ante o recorde de fechamento em 23 de janeiro, de 119.527,63 pontos. No encerramento, o Ibovespa ficou em 66.894,95 pontos, em queda de 10,35% na sessão, e acumulando, agora, perda de 44,04% ante o pico histórico, em pouco menos de dois meses. No ano, o Ibovespa cai 42,16%.
O sexto circuit breaker de março foi acionado pouco depois das 13h, e, algum tempo após a retomada dos negócios, o mecanismo quase foi efetivado novamente, quando as perdas se aproximavam da marca de 15% - a B3 aumentou, então, o limite de flutuação do índice futuro, desafogando o índice à vista. O giro financeiro totalizou R$ 59,4 bilhões, impulsionado como de costume em dia de vencimento de opções sobre o índice. No exterior, a referência americana de petróleo, o WTI, foi negociada, ontem, no menor nível do século.
"A palavra é a mesma, aqui e fora: pandemia", resume o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. Com o acúmulo de perdas na B3 e a economia global se assemelhando cada vez mais a uma catatonia, com dificuldades de operação de cadeias logísticas e o recolhimento compulsório de consumidores e trabalhadores às casas, a agitação parecia ainda mais perceptível do que em dias anteriores, já tensos. "Me liga mais tarde, estou liquidando posições", disse um operador, depois do circuit breaker do dia, o sexto do mês, igualando o pior momento da crise global de 2008. "Está difícil falar, tem muita gente em home office", explicou outro integrante.
A escalada de notícias ruins parece acompanhar o ritmo exponencial de disseminação do vírus. Instituições como Goldman Sachs reduzem projeções econômicas e já preveem a possibilidade de recessão no Brasil. A revista The Economist reporta que cerca de metade da população mundial será afetada pelo coronavírus.
Na B3, as empresas do setor aéreo e de turismo se mantiveram, mais uma vez, na ponta negativa, com Smiles em queda de 38,89%; CVC, de 36,78%; e Azul, de 33,09%. Destaque também para perdas de 32,95% para Via Varejo, de 28,72% para Cyrela e de 28,41% para Gol.

Dólar dispara 3,7% e vai a R$ 5,19, novo recorde histórico

Em um dos dias mais nervosos da atual crise gerada pela pandemia de coronavírus, o dólar foi a R$ 5,25 na máxima da quarta-feira, renovando seu recorde histórico. Para tentar acalmar os investidores, o Banco Central (BC) fez quatro leilões de dólares, mas em um deles vendeu apenas US$ 30 milhões, um indício de que, com a elevada incerteza e perspectiva de piora da atividade doméstica e mundial, investidores já não querem pagar qualquer preço para terem dólares, nem o BC quer vender a qualquer taxa. No fechamento, o dólar à vista encerrou em R$ 5,1960, em alta de 3,74%. No ano, a moeda americana já sobe 30% e no mês, 16%.
A analista de moedas do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, avalia que, em meio ao pânico, os mercados parecem estar questionando a capacidade dos governos de agir para impedir a piora da crise. No caso do Brasil, ela observa que esses temores se amplificam porque a capacidade fiscal da economia brasileira é limitada. "Pesa negativamente a visão de que o presidente Jair Bolsonaro parece não estar levando a pandemia muito a sério", ressalta ela.