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Publicada em 15 de Julho de 2025 às 14:55

CCR investe R$ 1 bilhão para garantir entrega de trechos duplicados da BR-386 neste ano

Em Nova Santa Rita, a CCR planeja entregar dois novos viadutos no próximo ano

Em Nova Santa Rita, a CCR planeja entregar dois novos viadutos no próximo ano

TÂNIA MEINERZ/JC
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Eduardo Torres
Eduardo Torres Repórter
Na corrida contra o tempo perdido entre imbróglios com empresas contratadas para execução de obras e, principalmente, por dois anos de muita chuva e cheias, que deixaram estragos estruturais em um dos principais eixo de escoamento da produção agrícola gaúcha, a concessionária CCR Viasul projeta investir, até o final deste ano, mais de 90% do total de R$ 1 bilhão previsto em aportes nas rodovias que administra no Rio Grande do Sul entre as três frentes de duplicação e outras de recuperação da BR-386, que liga o Norte do Estado, cruzando o Vale do Taquari, até a Região Metropolitana.
Na corrida contra o tempo perdido entre imbróglios com empresas contratadas para execução de obras e, principalmente, por dois anos de muita chuva e cheias, que deixaram estragos estruturais em um dos principais eixo de escoamento da produção agrícola gaúcha, a concessionária CCR Viasul projeta investir, até o final deste ano, mais de 90% do total de R$ 1 bilhão previsto em aportes nas rodovias que administra no Rio Grande do Sul entre as três frentes de duplicação e outras de recuperação da BR-386, que liga o Norte do Estado, cruzando o Vale do Taquari, até a Região Metropolitana.
O valor a ser desembolsado pela concessionária no conjunto de rodovias federais gaúchas, que inclui ainda a BR-290 (Freeway), a BR-448 e o trecho gaúcho da BR-101, representa quase 30% a mais do que os R$ 780 milhões desembolsados ao longo de 2024 e 78% a mais do que o investimento feito há dois anos. De acordo com o diretor da CCR Viasul, Fernando Henrique de Marchi, o aumento dos aportes é resultado não somente da prioridade máxima de entregar as obras já iniciadas, mas também do aprendizado que tem representado a atuação no Rio Grande do Sul.
"Hoje temos frentes de trabalho em todas as áreas para compensarmos a perda de tempo com as chuvas. No Rio Grande do Sul, o ritmo das obras carece muito do fator climático, por isso temos buscado tecnologias como a mudança de materiais para a estruturação da base das rodovias, mais resilientes. Toda essa base precisou ser revista nos projetos de novos trechos e de reconstrução. O que temos aprendido aqui, tem sido uma lição para outras regiões em que a empresa atua, especialmente na área de engenharia. O solo aqui é muito diferente de outras regiões. O volume de chuvas no período de inverno, por exemplo, deixa o solo muito mais úmido, então, tratamos a questão do solo de forma específica", explica o diretor.
A duplicação entre Lajeado e Marques de Souza, a primeira a ser iniciada na BR-386 nos primeiros sete anos de concessão da rodovia federal à CCR Viasul, deveria ter sido entregue no início de 2023, teve seu prazo prorrogado para o segundo semestre daquele ano e, posteriormente para o primeiro semestre de 2024. Com as cheias do ano passado, tudo foi novamente revisto. Para que se tenha uma ideia, o acesso ao bairro Montanha, em Lajeado, precisou ter a obra retomada do estágio zero, com uma nova estruturação.
Agora, garante Fernando Henrique de Marchi, a faixa adicional entre Lajeado e Estrela deve ser entregue no próximo mês, em agosto. E a duplicação completa entre Marques de Souza e Lajeado, até outubro deste ano. No trecho, há ainda as obras de reforço da ponte entre Lajeado e Estrela.
"Não estava prevista essa obra na ponte, que nunca teve risco de colapso, por exemplo, mas tivemos o impacto de uma balsa contra a estrutura durante a inundação. Então, durante oito meses, trabalhamos para reforçar todo o sistema de pilares da ponte, que é vital para o desenvolvimento da região. Entregarmos esse trecho é prioridade absoluta para nós", garante Marchi.

40 quilômetros entregues em 2025

Em outra frente de duplicação da Estrada da Produção, entre Soledade e Fontoura Xavier, a CCR Viasul prevê fazer entregas parciais ao longo deste segundo semestre e o trecho completo, no final do ano. Entre as três frentes atualmente ativas, há ainda as obras entre Soledade e Tio Hugo, que devem ser finalizadas em 2026.
Mesmo sem a finalização da duplicação, e com máquinas visíveis em quase todos os trechos da rodovia, no primeiro semestre deste ano, conforme o relatório da concessionária, houve aumento de 3% no movimento de veículos pesados na BR-386. No ano passado, mesmo com a calamidade no Vale do Taquari, também houve um leve aumento neste movimento, de 0,35% em relação a 2023.
De acordo com Fernando Marchi, a meta para 2025 é entregar 40 quilômetros de rodovia duplicada. O contrato de concessão prevê, até 2030, a entrega de outros 55 quilômetros entre Fontoura Xavier e Marques de Souza. Esta obra, porém, garante o diretor, só terá início quando os atuais trechos estiverem finalizados. A ideia é de que, até 2030, esteja completa a duplicação da rodovia entre Carazinho e Lajeado.

Pavimentação e iluminação

Os investimentos da CCR Viasul neste ano, porém, não se restringem à duplicação da 386. Há frentes de reforço nas pavimentações da Freeway, da BR-101 e da BR-448. Outros pouco mais de R$ 4 milhões serão investidos entre 2025 e 2026 para a troca do cabeamento da iluminação entre as três rodovias. De acordo com o diretor, os danos à iluminação foi outra das consequências das cheias à estrutura das rodovias.
E para o próximo ano é prevista a entrega de dois novos viadutos em Nova Santa Rita, com investimento de R$ 110 milhões. "O conjunto de viadutos será uma solução para os dois acessos a Nova santa Rita, que foi cortada pela BR-386. Foi uma questão construída em conjunto com a administração local, e que representará uma vantagem logística importante para o município", valoriza Fernando Henrique Marchi. Os primeiros bloqueios parciais de trânsito para a execução da obra já iniciaram.

Ficha técnica

Investimento: R$ 1 bilhão

Estágio: Em execução

Responsável: CCR Viasul

Cidades: Diversas

Área: Infraestrutura

Investimento em 2024: R$ 780 milhões

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