Eduardo Torres, especial para o JC
Com aportes previstos em até R$ 36 milhões este ano, a Soprano, da Serra Gaúcha, empresa que atua nos segmentos de casa e construção, completa 70 anos em 2024 e encara este como um ano de adaptação do seu parque fabril para uma nova estratégia no mercado. O valor a ser investido é mais do que o dobro dos R$ 15 milhões aportados em 2023. A indústria, conhecida no País inteiro pelas fechaduras, por exemplo, trabalha, desde o final do último ano, na junção das suas operações de fechaduras e ferragens com as de materiais elétricos, em uma unidade que passa a ser considerada de materiais de construção.
É neste projeto que a empresa, que conta com três fábricas em Farroupilha, uma em Caxias do Sul e uma em Campo Grande (MS), investe a maior parte dos seus recursos neste ano, em torno de R$ 28 milhões. A estimativa, entre todas as suas operações, que incluem ainda a produção de utilidades térmicas, componentes para móveis e equipamentos para energia fotovoltaica, é fechar o ano com faturamento de R$ 1 bilhão e um crescimento em torno de 12% no mercado.
"Hoje estamos em fase de consolidação dessa junção que, na prática, dentro das nossas fábricas, já tem se tornado realidade. A mudança maior mesmo será na relação com o nosso consumidor. Então, a primeira parte do investimento, em torno de R$ 3 milhões, é destinada à reestruturação de equipes comerciais e de logística. Antes, nossos produtos como disjuntores ou tomadas eram vendidos separadamente em relação às fechaduras ou outros acessórios metálicos. Agora, fazem parte de um mesmo setor de venda, como soluções conjuntas para o setor construtivo", explica o vice-presidente da Soprano, Paulo Roberto Sachett.
Aquecimento na construção
E se nos grandes atacados essa venda passa a ser conjunta, o objetivo da Soprano neste ano, com esta nova estratégia, é ampliar fortemente a sua presença no e-commerce e nos pequenos varejos.
"Nossa capacidade instalada estará pronta para ampliar rapidamente a produção. A nossa expectativa é de que o setor de construção tenha, principalmente no segundo semestre, um aquecimento importante. Em todo o País, há uma demanda reprimida muito grande na habitação. Os novos programas habitacionais e a redução de juros nos favorecem como fornecedores de soluções para essas estruturas construtivas", explica Sachett.
A perspectiva com relação ao mercado vem acompanhada da maior parcela dos investimentos da Soprano neste ano. Serão R$ 25 milhões aportados na compra de novas máquinas e, aí sim, a adequação fabril para a unidade unificada de materiais de construção. A expectativa é de que as novas linhas já estejam operando a partir da metade do ano.
A estrutura da Soprano tem, em Caxias do Sul, a fábrica de componentes elétricos, como tomadas e disjuntores, em Farroupilha, uma das fábricas produz peças metálicas, outra o tratamento de superfícies, e a terceira, utilidades térmicas.
Avanço nas caixas térmicas
É para esta última unidade que a Soprano destina outra parte dos seus investimentos - em torno de R$ 8 milhões - neste ano, sobretudo na produção de caixas térmicas para o consumidor final.
"Há uma boa demanda, que cresceu muito a partir da pandemia e nós tratamos de nos adaptar, como é uma característica da Soprano nestes 70 anos, termos sempre versatilidade para entender as tendências do mercado. Foi assim como a unidade de térmicos e também com a de materiais fotovoltaicos, que surgiu dentro do nosso núcleo de elétricos, quando percebemos que, além de atuarmos nos materiais de consumo de energia, deveríamos estar presentes também na geração, e é um nicho que ainda tem muito espaço para crescer no mercado", explica o vice-presidente.
Com as chegadas de duas novas máquinas injetoras, já a partir de março a empresa espera produzir até 20% a mais destes produtos.
A Soprano emprega em torno de 1 mil funcionários. A partir de parcerias internacionais, metade dos seus produtos vêm do Exterior já industrializadas. A outra metade é produzida entre o Rio Grande do Sul e uma unidade de montagem, em Campo Grande (MS).
A estrutura da empresa da Serra se completa com três centros de distribuição, em Farroupilha, Caxias do Sul e Campo Grande.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 36 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Soprano
Cidades: Farroupilha e Caxias do Sul
Área: Indústria
Investimento: R$ 36 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Soprano
Cidades: Farroupilha e Caxias do Sul
Área: Indústria
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Investimentos em 2023: R$ 15 milhões


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