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Sustentabilidade

- Publicada em 01 de Fevereiro de 2024 às 17:42

Fundação Proamb investe em nova solução sustentável para a indústria cimenteira

Proamb desenvolveu produto que poderá reduzir o uso de coque de petróleo nos fornos da indústria cimenteira

Proamb desenvolveu produto que poderá reduzir o uso de coque de petróleo nos fornos da indústria cimenteira


PROAMB/DIVULGAÇÃO/JC
Apenas três meses depois de ser oficialmente credenciada pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) como uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT), a Fundação Proamb, líder em soluções ambientais no uso de resíduos industriais no Rio Grande do Sul, anuncia o seu primeiro grande projeto a ser financiado pela Finep.
Apenas três meses depois de ser oficialmente credenciada pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) como uma Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação (ICT), a Fundação Proamb, líder em soluções ambientais no uso de resíduos industriais no Rio Grande do Sul, anuncia o seu primeiro grande projeto a ser financiado pela Finep.
Com aporte previsto de até R$ 12 milhões neste ano, o produto resultado de uma pesquisa de dois anos em conjunto com a Votorantim poderá reduzir em até 85% o uso de coque de petróleo – derivado do petróleo não renovável – nos fornos da indústria cimenteira entre o Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
O desenvolvimento do chamado RT25, que será o novo composto de resíduos industriais a ser produzido na unidade de Nova Santa Rita da fundação, absorverá a maior parte dos R$ 19 milhões previstos em aportes pela Fundação Proamb em 2024. A perspectiva é de que a sua produção para a indústria cimenteira inicie em junho deste ano.
"É um projeto pioneiro no Brasil. Pela primeira vez a Finep financiará uma solução ambiental como essa, que permitirá a redução de emissões pelo uso de combustíveis fósseis e uma maior eficiência energética na produção da indústria cimenteira, que é o setor para o qual nós fornecemos o composto obtido a partir de resíduos para alimentar os fornos", explica o diretor de operações da Fundação Proamb, Gustavo Fiorese.
A Proamb já produz o chamado combustível derivado de resíduos (CDR). Fiorese explica que agora, o que se conseguiu foi uma redução na granulação do composto, com um processo de queima mais estável e com maior potencial calorífico do que o já obtido com o CDR.
De acordo com o diretor, a produção somada do atual CDR com o RT25 ultrapassará as 50 mil toneladas por ano, ampliando em 50% a capacidade produtiva na unidade de coprocessamento da Fundação Proamb, em Nova Santa Rita. Para que se tenha uma ideia, somente em 2023, esse produto evitou o consumo de 25 mil toneladas de coque de petróleo pelas empresas parceiras da fundação.
"Já adquirimos os equipamentos que virão da Áustria e da Alemanha para implementarmos essa nova produção. A partir de abril teremos o maior aporte para que o projeto se torne concreto e, no segundo semestre, ainda teremos um novo investimento para ampliações físicas e na estrutura de estoque de resíduos também destinados ao RT25", diz Gustavo Fiorese.
Serão R$ 9 milhões investidos no primeiro momento e outros R$ 3 milhões para a ampliação física da estrutura em Nova Santa Rita.
Até o momento, o uso deste tipo de compostos de resíduos só é permitido na alimentação de fornos para a produção de cimento. No entanto, como aponta Fiorese, o reconhecimento da Fundação Proamb como uma instituição científica abre uma nova janela na trajetória de mais de 30 anos da empresa no desenvolvimento de soluções sustentáveis. Somente neste ano, a Fundação Proamb vai se candidatar a cinco editais abertos pela Finep, que podem gerar entre R$ 5 milhões e R$ 20 milhões em financiamentos para o desenvolvimento de novos produtos e processos.
"Estamos nos aprimorando em linhas de pesquisa estratégicas para a nossa área de atuação, inclusive, pensando em soluções para a geração de energia elétrica a partir de resíduos industriais. É algo para o qual, como instituição científica, estamos habilitados, mas também tornamos mais possível parcerias com outras empresas e instituições, para criarmos uma rede de inovação", aponta Gustavo Fiorese.
Maior capacidade para receber resíduos
Com sede em Bento Gonçalves, a empresa criada a partir da reunião de diversas empresas da Serra que precisavam encontrar soluções sustentáveis para a geração de resíduos, hoje a Fundação Proamb tem, em Bento, um laboratório, em Farroupilha, uma central de transbordo e triagem e, em Pinto Bandeira, a fonte para os resíduos que são transformados em Nova Santa Rita. É o aterro industrial da Proamb, que iniciou no ano passado uma ampliação para chegar à capacidade de 120 mil metros cúbicos de resíduos por ano.
O excesso de chuvas no último ano impediu a finalização da obra. Segundo Fiorese, isso deve acontecer até o início de março, ainda com R$ 2 milhões – o projeto teve orçamento total de R$ 6 milhões – a serrem investidos neste ano.
Outra parte do plano de investimentos da Fundação Proamb em 2024 está direcionada a Montenegro. No município, há o projeto, com EIA-Rima já aprovado e licença prévia já concedida pela Fepam, de construção de uma nova central de resíduos, mais completa e maior do que a atual, de Pinto Bandeira.
A ideia, de acordo com Gustavo Fiorese, é iniciar a execução das obras ainda em outubro deste ano, com a possível destinação de R$ 5 milhões para a estruturação do terreno e obras físicas – o investimento total no futuro aterro é de R$ 15 milhões.
No entanto, há um imbróglio jurídico envolvendo o uso da área de 46 hectares próxima dos polos petroquímico e químico na região. A certidão para uso e ocupação do solo, concedida pelo governo municipal em 2020, foi cancelada pelo poder público em 2022. A empresa aguarda uma decisão da Justiça para dar sequência ao empreendimento.
Ficha técnica
Investimento: R$ 19 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Fundação Proamb
Cidades: Nova Santa Rita, Pinto Bandeira e Montenegro
Área: Indústria
Investimentos em 2023: R$ 8,3 milhões