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Às vésperas de completar 32 anos, a Fundação Proamb, da Serra Gaúcha, anuncia um novo projeto para destinação de resíduos industriais em Montenegro, com investimento previsto de R$ 15 milhões entre a infraestrutura e o início dos trabalhos. A ideia é ter operando, até 2025, mais uma das suas centrais de resíduos no município da Região Metropolitana.
A empresa, que é referência em soluções ambientais, figurou entre as mais Marcas Gaúchas Ambientais mais lembradas e preferidas segundo a pesquisa Marcas de Quem Decide 2023, realizada pelo Jornal do Comércio.
A futura central de resíduos funcionará na área de uma antiga pedreira, às margens da ERS-124, adquirida pela Proamb em 2019. O projeto já teve o EIA-Rima concluído e aguarda a liberação pela Fepam das licenças para início das instalações.
A perspectiva é de gerar 40 empregos na fase de obras e 20 durante a operação. A futura central terá capacidade para receber até 10 mil metros cúbicos de resíduos por mês, com uma vida útil prevista de 25 anos, podendo receber até 4 milhões de metros cúbicos.
"Temos uma larga experiência em projetos de responsabilidade e soluções ambientais. Escolhemos uma área degradada de Montenegro para a instalação, e ofereceremos um serviço para o polo industrial, especialmente químico, que está se fortalecendo na região. É impossível pensarmos em desenvolvimento sem a destinação correta e a redução de resíduos com ganhos econômicos que oferecemos", explica o diretor de operações da Poamb, Gustavo Fiorese.
Ele apresentou o projeto ao Conselho do Meio Ambiente da Fiergs em maio. Entre as instalações previstas em Montenegro, haverá um pavilhão de triagem, que é fundamental para garantir boa parte das soluções ambientais aos materiais enviados pelas indústrias. Produtos possíveis de reaproveitamento serão enviados à unidade de coprocessamento da Proamb em Nova Santa Rita.
A empresa tem um parque industrial para trituração de resíduos que são fornecidos para geração de energia a indústrias de cimento no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. "Nosso produto líder no mercado. Além de garantir a utilização plena daquele produto que seria descartado, reduz o uso de combustíveis fósseis, substituindo, na fabricação de cimentos, o uso do coque de petróleo", diz Fiorese.
Empresa investe R$ 13 milhões neste ano
Está em Nova Santa Rita parte dos investimentos da Proamb em 2023. São aportados R$ 7 milhões para ampliar a atual capacidade de processamento de resíduos para geração de energia de 4 mil toneladas por mês para 6 mil toneladas mensais. Atualmente, a produção já garante a substituição de 2 mil toneladas por mês de coque de petróleo na indústria.
O investimento é feito na compra de duas máquinas austríacas. No ano passado, outra máquina trituradora, com investimento de R$ 5 milhões, também foi adquirida. O resultado, explica Gustavo Fiorese, será uma operação inédita na América Latina, pela maior capacidade de granular os resíduos processados. A expectativa é de que em novembro deste ano os novos equipamentos já estejam operando.
Outro investimento em execução já em 2023 é na outra central de resíduos mantida pela Proamb, em Pinto Bandeira, na Serra. A unidade, que foi a primeira criada pela Fundação Proamb, em 1991, recebe aporte de R$ 6 milhões para a instalação de uma nova célula de disposição com 100 mil metros quadrados para receber resíduos. A medida, explica Fiorese, garantirá a manutenção da capacidade da central receber 6 mil metros cúbicos de resíduos por mês – 60% da capacidade da futura central, em Montenegro.
Novas soluções são projetadas para Montenegro
Além das unidades de Nova Santa Rita e Pinto Bandeira, a Proamb opera ainda uma central de transbordo em Farroupilha, na Serra. Todas as operações trabalham exclusivamente com resíduos industriais. Atualmente a Proamb conta com 100 funcionários e atende a mais de duas mil indústrias gaúchas.
Um mercado que, como projeta Fiorese, tende a ampliar e se diversificar a partir do projeto em Montenegro. "Temos uma área de 46 hectares. Neste primeiro momento, teremos duas células em operação na central de resíduos, ocupando 2 hectares. A própria central de resíduos é modular, e por isso nos permite um longo período de vida útil para o projeto, mas nesta área, já estamos estudando novas ações para termos lá um eco-parque", explica o diretor.
Trata-se de um conceito já praticado na Europa, no qual a destinação de resíduos industriais, desde o armazenamento, a triagem até novas soluções ambientais e econômicas são concentradas em uma mesma área. E para isso, a Proamb já projeta, inclusive, investir em torno de R$ 20 milhões até 2028.
"Ao longo do tempo, pensamos em receber outros tipos de resíduos, como da construção ou biomassas residuais, como madeira, que poderá ser processada em cavacos, por exemplo", adianta Gustavo Fiorese.
Criada em maio de 1991 por um grupo de indústrias de Bento Gonçalves que buscavam uma solução para a destinação correta dos seus resíduos, a Fundação Proamb hoje atua bem além do recebimento e processamento de resíduos. A Fiema, que se tornou o maior evento do setor no País, reunindo 10 mil pessoas neste ano, é uma iniciativa da Proamb.
A empresa mantém ainda uma consultoria ambiental para a indústria, um laboratório de análise de águas e efluentes e o seu braço educacional em Bento Gonçalves, com um curso de pós-graduação e o MBA em Neuroestratégia e Pensamento Transversal, em parceria com o o centro universitário espanhol Esic Business & Marketing School.
Ficha técnica
Investimento: R$ 28 milhões
Estágio: Anunciado (R$ 15 milhões), em execução (R$ 13 milhões)
Empresa: Fundação Proamb
Cidades: Montenegro, Nova Santa Rita e Pinto Bandeira
Área: Indústria
Investimentos executados em 2022: R$ 5 milhões