A partir da sua planta industrial na zona sul de Porto Alegre, no bairro Restinga, a empresa Pampa Ráfia investe para modernizar a produção de embalagens de ráfia. O chamado processo convertec, que troca a costura tradicional dos sacos pela solda do material que veda os sacos usados desde o armazenamento de grãos até farinha ou fertilizantes, é a grande aposta da empresa. Ao todo, entre as unidades de Porto Alegre e de Espumoso, a Pampa Ráfia desembolsará R$ 20 milhões em 2023.
Deste total, R$ 12,04 milhões tiveram retorno de investimentos aprovados em incentivos pelo Fundopem no mês passado. Com uma capacidade produtiva que atualmente chega a 3,5 milhões de embalagens por mês entre as duas unidades, a partir do aporte em novos equipamentos, a Pampa Ráfia pretende ampliar essa capacidade em até 20%.
De acordo com o diretor da empresa, Sérgio Aime, parte do maquinário, inclusive já chegou e o investimento está em execução. Em Porto Alegre, o aporte é aplicado na compra de máquinas laminadoras. Já em Espumoso, onde a Pampa Ráfia inaugurou sua fábrica em fevereiro do ano passado, resultado de um investimento de R$ 30 milhões finalizado em 2021, o aporte desta vez é em equipamentos para modernização do processo de tecelagem dos sacos de ráfia.
A unidade do Interior, com 70 funcionários, é especializada na produção das chamadas big bags, bastante requisitadas pelo setor agrícola, como forma de armazenamento de grãos. Na Capital, a Pampa Ráfia emprega outros 330 funcionários e atende a clientes mais variados, que vão desde o armazenamento de grãos como trigo, milho, soja ou arroz, até a produção industrial, como moinhos, fertilizantes ou fabricantes de rações.
"Em torno de 30% das nossas vendas hoje se concentram no Rio Grande do Sul. O restante, divide-se entre as regiões Sul e Centro-Oeste. É um negócio muito baseado na produção agrícola. Em torno de 70% do que produzimos é destinado ao agro", explica Aime.
Segundo ele, os impactos da estiagem na produção rural gaúcha também se refletem no fornecimento da sacaria. "Eu diria que estamos agora em um momento de estabilidade, que não é muito bom para o mercado, mas com boas perspectivas para os próximos meses. Como fornecedores do agro, acabamos observando as mudanças e as dificuldades que o setor sente. Se a soja está com problemas aqui no Rio Grande do Sul, lá para cima não está, e isso nos gera procura. Em compensação, o milho e os fertilizantes têm movimentado muito bem a nossa procura aqui no Estado", diz o empresário.
Conforme Aime, a empresa mantém atualmente 600 clientes ativos. Criada em 2006, a Pampa Ráfia iniciou suas atividades somente com o acabamento de sacos de ráfia. Dois anos depois, tornou-se a primeira indústria gaúcha a controlar toda a cadeia produtiva deste tipo de produto, desde a aquisição da matéria-prima, fornecida pela Braskem, até a finalização dos sacos de ráfia. Um produto essencial para a eficiência da produção rural, por exemplo, já que a estimativa é de que pelo menos 3% da produção de grãos é perdida no transporte como resultado do mau armazenamento.
Menos de dois anos antes da abertura da nova unidade em Espumoso, a Pampa Ráfia sofreu com um incêndio em Porto Alegre, que destruiu 60% da sua estrutura, já recuperada. Atualmente, além das duas unidades gaúchas, a empresa ainda produz embalagens de ráfia em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 20 milhões
Estágio: Em execução
Empresa: Pampa Ráfia
Cidades: Porto Alegre e Espumoso
Área: Indústria


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