A cooperativa Ceriluz inicia o ano com uma projeção de investimentos acima de R$ 100 milhões somente em obras de geração de energia no Rio Grande do Sul. O aporte é maior do que o dobro do realizado em 2022, e a explicação está no principal projeto capitaneado pela cooperativa, que tem sede em Ijuí, nestes últimos anos. No ano passado, a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Linha Onze Oeste, em Coronel Barros, com potência de 23,6 Megawatts, recebeu a licença de instalação e as obras iniciaram. Ao todo, o projeto demandará R$ 140 milhões em investimentos até 2024. Neste ano, serão aportados R$ 90 milhões neste projeto - em 2022, na fase inicial das obras, foram investidos R$ 20 milhões, e a perspectiva é de que sejam necessários outros R$ 30 milhões no próximo ano. As informações constam no Anuário de Investimentos 2023 do Jornal do Comércio.
O plano de investimentos para este ano inclui ainda a perspectiva de R$ 14 milhões destinados a erguer a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Ponte Nova, em Augusto Pestana. O empreendimento, com potência de 1,3 Megawatts, recebeu em fevereiro a licença de instalação e terá as obras iniciadas em maio, com previsão de entrega ainda neste ano. Será a segunda CGH do mesmo porte no município. No ano passado, foram concluídas as obras da CGH Augusto Pestana, com potência de 1,4 Megawatts na comunidade de Arroio Bonito.
O plano de investimentos, que ainda não inclui possíveis aportes em distribuição de energia _ em fase de análise _, foi apresentado em assembleia para os cooperados no final da última semana. Neste encontro, o Grupo Ceriluz, que reúne as operações de geração e distribuição de energia, anunciou lucro líquido de R$ 16 milhões no ano passado.
"Enquanto a Ceriluz Distribuição é uma cooperativa regulada pela Aneel, com um fluxo de caixa bastante linear, sem grandes surpresas, a Ceriluz Geração é uma cooperativa ainda jovem, em fase de crescimento, e que precisa fazer muitos investimentos. E a PCH Linha Onze, por exemplo, terá papel semelhante ao da PCH José Barasuol (erguida em 2004, em Ijuí), que na época exigiu um grande esforço, mas que trouxe muitos resultados e permitiu a expansão do grupo através da sua receita que viabilizou a construção das demais usinas que temos hoje”, explica o presidente da Ceriluz Geração, Iloir de Pauli, ao apontar as diferenças entre as duas operações da cooperativa.
É que os números de 2022, quando a Ceriluz investiu R$ 44 milhões _ R$ 12 milhões na área de distribuição _, foram considerados mais favoráveis à cooperativa de distribuição de energia, enquanto a geradora, além dos impactos da estiagem, que afetaram as suas receitas, tem destinados recursos para os projetos de investimentos, com a perspectiva de maiores retornos nos próximos anos.
Do resultado apurado em 2022, R$3,6 milhões foram colocados à disposição dos associados, que aprovaram a utilização dos valores na expansão e melhorias de infraestrutura da cooperativa.
“No ano passado, investimos aproximadamente R$ 1,5 milhão de sobras em um desconto na tarifa de energia de nossos associados. Neste ano, optamos por fazer melhorias nas redes, considerando o aumento das exigências de nossos associados, que a cada ano investem e consomem mais energia em suas residências e negócios”, destaca o presidente da Ceriluz Distribuição, Guilherme de Pauli.
“No ano passado, investimos aproximadamente R$ 1,5 milhão de sobras em um desconto na tarifa de energia de nossos associados. Neste ano, optamos por fazer melhorias nas redes, considerando o aumento das exigências de nossos associados, que a cada ano investem e consomem mais energia em suas residências e negócios”, destaca o presidente da Ceriluz Distribuição, Guilherme de Pauli.
Responsabilidade ambiental
Paralelamente à construção das duas novas CGHs e da PCH, a Ceriluz negocia créditos de carbono da sua produção hidrelétrica. A CGH Augusto Pestana e a PCH Linha Onze já estão credenciadas junto à ONU. Os créditos fazem parte de um mecanismo de flexibilização que auxilia países e empresas que possuem metas de redução de emissão de gases poluentes a alcança-las, adquirindo esses créditos de empresas e empreendimentos que não geram impactos.
Não é a primeira vez que a Ceriluz poderá receber valores oriundos de créditos de carbono. Em 2007, a cooperativa recebeu R$ 600 mil referentes à venda de créditos retroativos de energia na usina José Barasuol, entre os anos de 2004 e 2007. Uma empresa holandesa foi quem adquiriu aqueles créditos.
O licenciamento da PCH Linha Onze exigiu a elaboração de um Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno e das Águas do Reservatório (PACUERA). Entre os maiores desafios da construção está a abertura de um túnel adutor de quase 3 metros, com 12 metros de largura e 7,45 de altura. A obra desta estrutura iniciou em dezembro e só deve finalizar no início de 2024. Além do túnel, também está sendo criada uma barragem com 42 hectares de reservatório, a maior parte non leito do rio Ijuí.
FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 104 milhões
Empresa: Ceriluz
Cidades: Coronel Barros e Augusto Pestana
Área: Infrestrutura
Estágio: Em execução até 2024
Investimentos em 2022: R$ 44 milhões
Empresa: Ceriluz
Cidades: Coronel Barros e Augusto Pestana
Área: Infrestrutura
Estágio: Em execução até 2024
Investimentos em 2022: R$ 44 milhões


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