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INVESTIMENTOS

- Publicada em 28 de Setembro de 2022 às 18:40

Empresa de laticínios investe R$ 170 milhões para industrializar soro do leite

Fábrica da empresa já está sendo construída em área que pertencia até 2020 à Nestlé

Fábrica da empresa já está sendo construída em área que pertencia até 2020 à Nestlé


Crédito: Whey do Brasil/Divulgação/JC
Começa a tomar forma em Palmeira das Missões uma das maiores plantas de industrialização de soro do leite no Rio Grande do Sul, com uma capacidade de processamento de até 1,4 milhão de litros do produto por dia a partir de abril de 2024. O investimento, que chegará a R$ 170 milhões, agora em fase de construção na área que pertencia até 2020 à Nestlé, é feito por um grupo de oito laticínios produtores de queijo da região, que formou a Whey do Brasil. Na última semana, o projeto foi aprovado pelo Fundopem para obtenção de redução de ICMS nos próximos anos.
Começa a tomar forma em Palmeira das Missões uma das maiores plantas de industrialização de soro do leite no Rio Grande do Sul, com uma capacidade de processamento de até 1,4 milhão de litros do produto por dia a partir de abril de 2024. O investimento, que chegará a R$ 170 milhões, agora em fase de construção na área que pertencia até 2020 à Nestlé, é feito por um grupo de oito laticínios produtores de queijo da região, que formou a Whey do Brasil. Na última semana, o projeto foi aprovado pelo Fundopem para obtenção de redução de ICMS nos próximos anos.

"É um projeto que vínhamos trabalhando para viabilizar há alguns anos. Durante muito tempo o soro do leite resultante da produção de queijo era um problema para o produtor. Era descartado com alto risco poluente. Hoje, é uma grande oportunidade para a cadeia do leite gaúcho, e especialmente para os pequenos produtores terem maior valor agregado ao seu produto", diz o empresário Wlademir Dall'Bosco, presidente da Mandaká Alimentos, que é uma das integrantes do consórcio Whey do Brasil.
Fazem parte do grupo ainda a Friolak, de Chapada, Doceoli, de Santo Cristo, Frizzo, de Planalto, São Luís, de Marau, Kiformaggio, de Nonoai, Paladar da Serra, de Guaporá e Stefanello, de Rodeio Bonito. Todas empresas integrantes da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil). De acordo com Dall'Bosco, o soro resultante destas oito produções de leite será absorvido em sua totalidade pela Whey do Brasil, mas também representará mais oportunidade para o setor no Norte do Estado.
"Precisaremos buscar mais leite, e vamos ao mercado. Nossa ideia é estimular o processo produtivo com melhoria técnica e de eficiência no campo", explica Dall'Bosco, que já presidiu a Apil.
Para que se tenha uma ideia, a cada quilo de queijo produzido, restam 9 litros de soro de leite. Já há indústrias processadoras deste produto no Rio Grande do Sul, mas esta será a primeira experiência deste grupo de empresas neste setor. Há perspectiva de gerar 160 empregos diretos e mais de 200 indiretos.
As obras devem estar concluídas em dezembro de 2023. E enquanto elas acontecem, será instalado o equipamento considerado essencial para esta produção, a torre de secagem do soro. Depois, segundo Dall'Bosco, o restante do maquinário será instalado para que a produção tenha início.
Leite em pó e compostos lácteos "Não se trata de uma adaptação. O que funcionava neste local antes era um ponto de recebimento de leite da Nestlé. Ficamos somente com a área. Toda a instalação começa do zero", aponta o empresário.
Sairão de Palmeira das Missões, a partir deste primeiro investimento, soro em pó comum e desmineralizado, obtidos a partir da secagem do soro do leite, além dos compostos lácteos que servem desde ao produto final nas prateleiras às indústrias de panificação e de sorvetes, por exemplo. A expectativa é de que, em curto prazo, a capacidade produtiva poderá até mesmo triplicar. "É uma indústria com importância para fornecermos produto final ao consumidor, com preços mais em conta, e também matéria prima para uma vasta cadeia industrial, desde a indústria alimentar até insumos para o produção animal", explica Dall'Bosco.
O principal mercado consumidor do que será produzido pela Whey do Brasil nesta primeira fase está, de acordo com o empresário, nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil.

Potencial para ser gigante dos suplementos

Já está nos planos do consórcio, porém, uma segunda etapa de investimentos para que a planta industrial tenha capacidade de processar a proteína do soro com concentração de até 90% de pureza. O resultado, com a retirada da glicose, por exemplo, vai desde a base para a indústria de biscoitos, até a produção de energéticos e dos compostos de proteína, os suplementos conhecidos como "whey protein".
Pela capacidade produtiva que a indústria de Palmeira das Missões terá, a Whey do Brasil já entraria no mercado entre os maiores produtores de compostos de proteína do País, mas a operação, conforme Wlademir Dall'Bosco, exigirá uma análise de mercado mais detalhada.
"Hoje esta é uma tendência, há uma procura muito grande e um volume também alto de importação deste tipo de produto. Será o mercado que determinará se faremos este investimento, que é elevado. A desoneração das importações do whey protein não nos preocupa diretamente, porque o mercado precisa ser livre, mas o que nos preocupa é que o nosso setor de laticínios no Brasil, e no Rio Grande do Sul, precisa ser competitivo", aponta.
A estimativa é de que, já no primeiro ano de atividade, a Whey do Brasil atinja até R$ 25 milhões de faturamento por mês. "Nós da indústria estamos fazendo a nossa parte para fortalecer a cadeia produtiva e melhorar as condições de vida do produtor do leite. Este consórcio é uma demonstração disso. Mas o setor precisa de uma política pública própria, que garanta a competitividade com qualidade de vida para quem continua trabalhando no campo", afirma Dall'Bosco.

FICHA TÉCNICA

FICHA TÉCNICA
Investimento: R$ 170 milhões
Empresa: Whey do Brasil
Cidade: Palmeira das Missões
Área: indústria
Estágio: em execução até 2024