A temporada de grandes liquidações no varejo, as festas de fim de ano e as férias de verão dão novo fôlego ao ciclo de contratações de trabalhadores temporários no País. O movimento é típico do último trimestre e também serve como um indicador das projeções do varejo e do setor de serviços em relação ao quadro de funcionários. Para atender à demanda em diversos setores na reta final de 2025, a expectativa é que 535 mil pessoas sejam contratadas em vagas temporárias no País. O número representa alta de 7,5% na comparação com o ano passado, segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).
No Rio Grande do Sul, o Litoral Norte é um exemplo da influência da sazonalidade, já que a preparação para o verão intensifica a busca por mão de obra. Conforme reportagem publicada na semana passada no caderno Empresas & Negócios, setores como comércio, supermercados, serviços de alimentação e atendimento reforçam suas equipes para absorver o fluxo de veranistas, muitas vezes enfrentando dificuldade para preencher vagas.
O modelo de contratação temporária beneficia empresas e trabalhadores. Do lado dos empresários, oferece flexibilidade para ajustar o quadro de pessoal ao aumento da demanda, reduz custos fixos e diminui riscos jurídicos quando utilizado dentro das regras previstas em lei. O formato ainda serve como um teste, ajudando a identificar profissionais com potencial de efetivação. Esses benefícios, porém, se concretizam apenas quando as contratações seguem o que é determinado pela Lei do Trabalho Temporário, que define direitos, limites e responsabilidades para ambas as partes.
Para os trabalhadores, o emprego temporário é uma oportunidade de inserção ou reinserção no mercado formal. O contrato assegura direitos como remuneração equivalente à função, FGTS, jornada regulada, contribuições previdenciárias e pagamento proporcional de férias e 13º. Além disso, amplia a possibilidade de formação prática, gera experiência e abre caminho para a efetivação.
Apesar de não resolver questões estruturais do mercado de trabalho, o avanço das vagas temporárias tem papel relevante ao incrementar as oportunidades formais em momentos de maior movimentação. Ao mesmo tempo, serve como um termômetro do ritmo das empresas quanto à demanda por mão de obra e ao andamento da atividade econômica.