Há cinco anos, o Banco Central (BC) lançava o Pix, uma ferramenta que redesenhou o ecossistema de pagamentos no Brasil. Implementado em novembro de 2020, durante o isolamento social causado pela pandemia de Covid-19, o modelo de transferência instantânea foi ganhando adesão e entrou na rotina de milhões de brasileiros. De R$ 5,21 trilhões movimentados em 2021, passou para R$ 26,46 trilhões em 2024, o que evidencia como o Pix é o meio de pagamento mais utilizado em número de transações no País e importante aliado para a inclusão financeira.
O objetivo do BC ao criar o Pix foi substituir métodos mais lentos e com custos, como a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC). O Pix está disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive nos feriados, e é gratuito para pessoas físicas.
O cenário, no entanto, muda no mundo corporativo, já que, em muitos casos, há cobrança de tarifa pelas instituições financeiras para que o meio seja usado por empresas (pessoas jurídicas) e Microempreendedores Individuais (MEIs). Mesmo sem usufruir da gratuidade, operar com transações via Pix é vantajoso para empresários e empreendedores devido à instantaneidade e também por ter taxas menores do que as cobradas nos cartões de crédito e débito. Nesse contexto, o modelo também passou a ser observado e, em alguns casos, contestado por empresas internacionais e por países que veem no Pix uma mudança competitiva no mercado de pagamentos.
Entretanto, o sucesso do Pix deu margem para atos criminosos, como os golpes de engenharia social, quando a pessoa é induzida ao erro, e também roubos de celulares. Embora não sejam falhas no sistema, mas sim crimes que envolvem pessoas, garantir a segurança das transações representa um desafio para o BC, e a instituição tem buscado adotar medidas nesse sentido.
Do lado dos usuários, é fundamental ter atenção ao realizar um Pix, evitando fazer pagamentos com pressa e sem conferir os dados de quem vai receber. Outro ponto importante é que a compra de produtos ou o pagamento de contas e serviços via Pix deve ser feita de acordo com a disponibilidade dos valores necessários para essas movimentações, evitando assim o descontrole financeiro.
O sistema segue em evolução com o lançamento de novas funcionalidades, como o Pix Automático. Ao completar cinco anos, o Pix consolidou-se como um elemento central do sistema de pagamentos brasileiro, cuja evolução contínua seguirá exigindo ajustes, responsabilidade e atenção de usuários, instituições bancárias e órgãos reguladores.