Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Outubro de 2025 às 17:04

Logística reversa avança no Brasil com novo decreto

ARTE/JC
Compartilhe:
JC
JC
A preocupação com os impactos ambientais e o uso eficiente dos recursos tem colocado a logística reversa no centro das discussões sobre sustentabilidade e competitividade. O conceito, que se refere ao retorno de produtos e materiais ao ciclo produtivo após o consumo, se torna parte da estratégia de negócios de empresas de diversos setores. Em um mundo que discute economia circular e consumo responsável, o reaproveitamento de resíduos é também um tema econômico.
A preocupação com os impactos ambientais e o uso eficiente dos recursos tem colocado a logística reversa no centro das discussões sobre sustentabilidade e competitividade. O conceito, que se refere ao retorno de produtos e materiais ao ciclo produtivo após o consumo, se torna parte da estratégia de negócios de empresas de diversos setores. Em um mundo que discute economia circular e consumo responsável, o reaproveitamento de resíduos é também um tema econômico.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, estabeleceu a responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. A iniciativa busca garantir que embalagens, eletrônicos, pneus, medicamentos e outros produtos tenham destinação ambientalmente adequada.
Avanços ocorreram desde então, como a criação de acordos setoriais e sistemas de coleta, mas a implementação ainda enfrenta desafios. Segundo a Associação Brasileira do Plástico (Abiplast), o índice de reciclagem mecânica para embalagens plásticas pós-consumo alcançou 24,4% no ano passado, enquanto o índice geral para todos os tipos de plásticos foi de 21%.
Recentemente, foi publicado o Decreto nº 12.688/2025, que institui o Sistema Nacional de Logística Reversa para embalagens de plástico. A norma fixa metas para o índice de recuperação desses itens pelos fabricantes, o que será feito de forma gradativa a partir do próximo ano.
Entretanto, há entraves para a consolidação da logística reversa, como a necessidade de ampliar a infraestrutura de recolhimento e processamento dos materiais. Também é essencial incentivar a participação dos consumidores, que muitas vezes desconhecem onde e como descartar corretamente os produtos.
Para as empresas, investir em logística reversa e na recuperação de materiais pode reduzir gastos com matérias-primas, melhorar a imagem e abrir espaço para novos modelos de negócios baseados em economia circular. Grandes redes de varejo, indústrias e fabricantes de eletroeletrônicos já testam iniciativas de coleta, reparo e reuso, transformando resíduos em insumos e fortalecendo cadeias produtivas mais sustentáveis.
Há também um potencial econômico relevante. A cadeia da reciclagem movimenta a economia e gera milhares de empregos diretos e indiretos. Com incentivos adequados, tecnologia e integração entre os setores público e privado, a logística reversa pode se consolidar como um vetor de inovação, atraindo investimentos e estimulando o desenvolvimento.

Notícias relacionadas