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Publicada em 20 de Outubro de 2025 às 19:30

Inadimplência em alta exige atenção e planejamento

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O Brasil vive um momento de alerta em relação à saúde financeira das famílias. Dados recentes mostram que os níveis de inadimplência atingiram patamares recordes, e o risco de agravamento cresce com o calendário de promoções, Natal e período de férias, quando muitos consumidores tendem a aumentar seus gastos. Esse cenário exige atenção redobrada e um reforço urgente em relação à educação financeira da população.
O Brasil vive um momento de alerta em relação à saúde financeira das famílias. Dados recentes mostram que os níveis de inadimplência atingiram patamares recordes, e o risco de agravamento cresce com o calendário de promoções, Natal e período de férias, quando muitos consumidores tendem a aumentar seus gastos. Esse cenário exige atenção redobrada e um reforço urgente em relação à educação financeira da população.
Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com a SPC Brasil, em setembro deste ano 71,86 milhões de consumidores estavam negativados. Já a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que a proporção de famílias com contas em atraso chegou a 30,5% no mês passado, o maior nível desde o início da série histórica. Esses números sinalizam que não se trata apenas de um atraso pontual, mas de um fenômeno crescente e estruturado. 
Especialistas apontam que os níveis elevados de inadimplência ocorrem em decorrência de uma combinação de fatores econômicos, comportamentais e institucionais, tais como a queda na renda e o desemprego; taxas de juros elevadas e inflação, entre outros motivos. Além disso, a falta de educação financeira facilita o descontrole orçamentário, uma vez que muitos consumidores não têm reservas e não planejam adequadamente como e onde gastar seus rendimentos. Dessa forma, aumentam as chances de sofrer a influência das épocas de grandes promoções, cedendo a compras por impulso, mas nem sempre conseguindo acomodar os valores em meio a outras contas do cotidiano.  
O consumidor que ingressa na reta final de 2025 com o orçamento comprometido, muitas dívidas em aberto ou longos parcelamentos tem pouca margem para imprevistos. A chegada de 2026 e os compromissos típicos do início de ano (pagamento de impostos, mensalidades escolares, viagens de férias) podem agravar ainda mais a situação financeira. 
O momento exige não apenas atenção aos números, mas uma mudança de cultura que reforce a importância do planejamento e do equilíbrio orçamentário para a vida financeira das famílias. A educação financeira tem papel central nesse processo, ao ensinar desde cedo noções de orçamento, reserva de emergência, uso consciente do crédito e controle do consumo por impulso. Somente com informação e responsabilidade será possível romper o ciclo da inadimplência e construir um futuro financeiro mais saudável para os brasileiros.

 

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