Nesta segunda-feira, é celebrado o Dia Mundial Sem Carro. Mais do que um convite para deixar o automóvel em casa, a data reforça a importância de avanços na mobilidade urbana. Isso envolve desde um sistema de transporte público diversificado, capaz de atender à demanda da população, até a ampliação de ciclovias e o incentivo a outros meios de deslocamento. Só assim será possível reduzir a quantidade de veículos circulando pelas cidades brasileiras e os impactos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida.
Segundo o Ministério dos Transportes, até agosto, o Brasil somava 127.206.449 veículos circulando pelas ruas, avenidas e estradas. A contagem envolve carros, motocicletas, caminhonetes, camionetas, ônibus, micro-ônibus, caminhões e tratores, entre outros. Os carros representam 50,36% da frota atual, com 64.060.245 unidades; seguidos pelas motocicletas, que somam 29.288.194 unidades (23,02%).
O grande volume de automóveis no trânsito causa transtornos como congestionamentos e poluição. Mas uma das alternativas, o transporte público, vem em trajetória de queda nos últimos anos. Conforme o Anuário NTU 2025, realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o número de viagens, que era 40,4 milhões em 2019, deverá ficar em 34,6 milhões neste ano.
Esse cenário é percebido em Porto Alegre. Desde a pandemia, houve uma diminuição no número de linhas em circulação e um maior intervalo de tempo entre as viagens. Muitos passageiros trocaram os ônibus por outros meios de transporte como táxis, lotações e carros de aplicativos.
Diante de uma crise que tem abrangência nacional, o governo federal elaborou com o apoio de diversas entidades o Marco Legal do Transporte Público. O texto busca ampliar a segurança jurídica para modernizar contratos no setor, criar novas formas de financiamento e estabelecer regras mais claras para as tarifas.
Além disso, o Marco Legal propõe a renovação e a modernização da frota de ônibus com incentivos à compra de veículos que adotem tecnologias limpas. O recente anúncio da prefeitura de Porto Alegre sobre a aquisição de 100 novos ônibus elétricos é um exemplo de iniciativa em prol da descarbonização.
A redução da dependência do automóvel exige planejamento e compromisso contínuo, além de investimentos consistentes em mobilidade urbana. Só assim será possível construir cidades mais sustentáveis, eficientes e agradáveis para todos.