O relatório Education at a Glance 2025, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), reforça a importância dos investimentos e de políticas de incentivo à educação. O Brasil tem apresentado avanços em alguns quesitos, mas ainda há um longo caminho para que eles sejam aprimorados. Embora o País destine uma fatia do PIB semelhante à média das nações ricas, o gasto por aluno na educação básica não passa de um terço do verificado entre os membros da organização - são US$ 3.872 para os estudantes brasileiros, enquanto os demais destinam, em média, US$ 12.438. Além disso, a remuneração inicial dos professores figura entre as mais baixas do mundo, reforçando um cenário em que a desigualdade de recursos compromete tanto a qualidade do ensino quanto a valorização da carreira docente.
O levantamento analisa uma série de indicadores educacionais e abordou a relação entre o Ensino Superior e a empregabilidade dos 38 membros da OCDE, a maioria países de renda elevada. Nesta edição, foram incluídos ainda dados do Brasil, Argentina, Bulgária, China, Croácia, Índia, Indonésia, Peru, Romênia, Arábia Saudita e África do Sul, que não fazem parte do grupo.
Entre os brasileiros, o número de jovens na faixa etária dos 18 aos 24 anos que não estudam ou trabalham, os chamados “nem-nem”, caiu de 30% em 2019 para 24% no ano passado. Mesmo assim, o Brasil é o quarto país entre os pesquisados com a maior proporção de jovens nesta situação, quase o dobro da média dos demais membros da OCDE, que é de 14%. Somente Colômbia, Costa Rica e África do Sul tiveram taxas maiores, com 27%, 31% e 48%, respectivamente.
Por outro lado, houve aumento no número de estudantes matriculados em cursos técnicos na última década, passando de 8% para 14%. Já entre os que ingressam no Ensino Superior, 25% dos alunos desistem do curso após o primeiro ano, resultando em apenas 24% dos jovens de 25 a 34 anos com a graduação completa - abaixo dos 49% da média da OCDE.
A importância do Ensino Superior é percebida nos dados ligados ao mercado de trabalho: quem conclui o Ensino Superior ganha, em média, 148% a mais do que aqueles que estudaram até o Ensino Médio. Nesse sentido, investir em programas que facilitem o acesso às universidades e a permanência dos estudantes é essencial para a construção de um Brasil com menos desigualdade e mais desenvolvido.