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Publicada em 21 de Agosto de 2025 às 17:12

Restrição do celular nas escolas tem resultado positivo

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Os primeiros meses da vigência da Lei 15.100/2025, que regula o uso de celulares nas escolas, têm mostrado os efeitos de uma determinação que no início dividiu opiniões, mas que vem ganhando respaldo entre pais e educadores. Ao propor a lei, o governo federal se baseou em estudos que destacam os prejuízos do excesso de tempo de telas por crianças e adolescentes, como o aumento de ansiedade, déficit de atenção e outros transtornos.
Os primeiros meses da vigência da Lei 15.100/2025, que regula o uso de celulares nas escolas, têm mostrado os efeitos de uma determinação que no início dividiu opiniões, mas que vem ganhando respaldo entre pais e educadores. Ao propor a lei, o governo federal se baseou em estudos que destacam os prejuízos do excesso de tempo de telas por crianças e adolescentes, como o aumento de ansiedade, déficit de atenção e outros transtornos.
A norma proíbe o uso dos aparelhos durante as aulas, recreios e intervalos, com exceção de situações que se justifiquem devido a fins pedagógicos, acessibilidade, saúde ou segurança dos estudantes. Além de prejudicar a concentração quando utilizado dentro da sala de aula sem autorização dos professores, a possibilidade de ficar com o celular fazia com que muitos alunos deixassem de socializar no intervalo. Outro problema é que o aparelho podia ser usado para incitar episódios de bullying e de exposição indevida nas redes sociais.
No balanço do primeiro semestre, professores relatam melhora na atenção em sala de aula, maior participação nas atividades e retomada da convivência nos intervalos, quando os estudantes passaram a interagir mais entre si. Para muitas escolas, a medida representou um resgate do foco aos estudos e socialização, aspectos que vinham sendo comprometidos pelo uso constante dos celulares pelos alunos no ambiente escolar.
Embora não tenha sido divulgado um balanço oficial sobre a aplicação da lei, entidades ligadas à área de educação no Rio Grande do Sul reforçam a avaliação positiva, conforme reportagem publicada pelo Jornal do Comércio nesta semana. Apesar dos receios, a aplicação da lei contou com o apoio de pais e, na maioria dos casos, vem contando com a adesão dos estudantes, que respeitam as regras.
O saldo deste primeiro semestre indica que a lei atingiu seus principais objetivos: restabelecer o protagonismo da sala de aula e devolver aos alunos o espaço de convívio sem a mediação permanente das telas. Ainda assim, persistem desafios de implementação, sobretudo em redes públicas que carecem de recursos e acompanhamento para garantir que a medida seja efetivamente cumprida. A experiência mostra que proibir o celular é um passo necessário, mas não suficiente. O desafio está em consolidar uma nova cultura escolar, em que o uso da tecnologia se dê com consciência e intencionalidade, sem abrir mão do que ela pode oferecer como instrumento de aprendizado.

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