O cenário internacional foi dominado nos últimos dias pelos encontros envolvendo o presidente norte-americano Donald Trump, o russo Vladimir Putin, o ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes europeus. Não houve ainda uma decisão concreta para o encerramento da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, mas as reuniões representam um importante passo e abrem espaço para uma eventual negociação de paz definitiva entre os dois países.
Na primeira etapa das negociações, realizada entre Trump e Putin no Alasca, houve intensa conversa, mas nenhum acordo formal para um cessar-fogo ou retirada de tropas foi firmado. Putin apresentou propostas que incluíam a consolidação russa em áreas ucranianas, como em Donetsk, e a limitação da expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas não houve consenso.
Ao mesmo tempo, líderes europeus se mobilizaram para reforçar seu papel na diplomacia e evitar que a Ucrânia fosse excluída das conversas. O grupo formado por França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Finlândia e Ucrânia defende garantias de segurança, cessar-fogo e participação ativa nos debates.
Na segunda-feira passada, Trump se reuniu com Zelensky e líderes europeus em Washington com discussões sobre garantias de segurança para a Ucrânia, entre outras medidas. Um terceiro encontro, desta vez com as presenças de Putin e Zelensky e contando com a presença de Trump, deve ser realizado nos próximos dias.
Os ataques entre os dois países já vitimaram milhares de soldados e civis russos e ucranianos. A guerra também provocou o deslocamento de milhões de pessoas, sobretudo ucranianos, criando uma das maiores crises humanitárias da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Esse custo humano pressiona ainda mais a necessidade de avanços concretos nas negociações.
A continuidade do conflito não interessa a ninguém: nem aos governos envolvidos, que arcam com custos militares crescentes, nem à Europa, que sofre com a instabilidade energética e comercial, tampouco à economia global, impactada pelo aumento da inflação e pela insegurança nos fluxos de investimento. Os próximos encontros precisam ter capacidade de transformar a retórica diplomática em compromissos efetivos, abrindo caminho para uma solução que traga estabilidade política, segurança econômica e alívio humanitário.