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Publicada em 13 de Agosto de 2025 às 19:59

Inflação segue acima do teto da meta em cenário de incertezas

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em julho, levemente acima da taxa de junho (0,24%). O resultado foi suficiente para deixar a inflação acumulada em 12 meses a 5,23%, ainda acima do teto da meta de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central (BC).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em julho, levemente acima da taxa de junho (0,24%). O resultado foi suficiente para deixar a inflação acumulada em 12 meses a 5,23%, ainda acima do teto da meta de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central (BC).
O mês passado foi marcado por pressões opostas sobre a inflação oficial do País. De um lado, a bandeira tarifária vermelha patamar 1 na energia elétrica representou uma alta de 3,04% nas contas residenciais. A cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos teve início em junho devido aos níveis baixos dos reservatórios das hidrelétricas, sendo mantida em julho. Além do peso direto dessa taxa extra na conta de luz no bolso da população, há um repasse sobre os custos de produção e serviços de empresas, que retorna indiretamente aos consumidores.
Já a boa notícia no IPCA de julho veio da alimentação no domicílio, que voltou a recuar 0,27%. Itens frequentes na mesa do brasileiro ficaram mais baratos, alguns com quedas expressivas, a exemplo da batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%), aliviando em parte a pressão inflacionária.
As projeções do mercado indicam que o IPCA deve encerrar o ano em torno de 5,05%, em trajetória de queda há 11 semanas, segundo o Boletim Focus. O Ministério da Fazenda prevê uma desaceleração mais consistente da inflação a partir de setembro, com alívio vindo principalmente da oferta de alimentos e estabilidade nos preços administrados.
O cenário econômico passa por um momento de incertezas diante dos impactos da tarifa de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Enquanto setores atingidos buscam novos compradores, parte da produção pode ser direcionada ao mercado doméstico, com maior oferta e alívio nos gastos dos consumidores. É o caso dos frigoríficos, um dos segmentos atingidos pela taxação dos EUA. Um recuo nos preços do grupo alimentação pode desacelerar a inflação - desde que o mesmo comportamento prevaleça sobre outros itens que compõem o índice, em especial serviços.
O controle inflacionário é essencial para manter a estabilidade e o poder de compra dos brasileiros. A trajetória do IPCA em 2025 tem mostrado sinais de arrefecimento, mas permanece acima do teto da meta. O desafio, agora, é manter a inflação sob controle sem frear a atividade econômica. Com disciplina fiscal e sem sobressaltos nos preços de alimentos e serviços o País pode consolidar um cenário mais favorável para consumidores e empresas.

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