A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no segundo trimestre de 2025, conforme revelado pela PNAD Contínua do IBGE divulgada no dia 31 de julho. O índice representa o menor patamar da série histórica iniciada em 2012 e indica uma continuidade na trajetória de recuperação do mercado de trabalho. O contingente de pessoas desocupadas de abril a junho recuou para 6,3 milhões, o que reforça a percepção de um mercado aquecido no País e resiliente após o fechamento de vagas durante os anos da pandemia.
Alguns dos componentes da pesquisa bateram recorde, como o nível da ocupação, que alcançou 58,8% e se igualou ao trimestre de setembro a novembro de 2024; o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que chegou a 39 milhões de brasileiros e a alta de 3,3% do rendimento médio mensal, que ficou em R$ 3.470,00.
A informalidade teve uma leve queda na comparação com o trimestre anterior, sendo a segunda menor registrada desde 2020, mas ainda responde por cerca de 38% da população ocupada. A retração ocorreu apesar do aumento de 2,6% no número de trabalhadores sem carteira assinada, que ficaram em 13,5 milhões, e seguiu a elevação de 3,8% nos trabalhadores por conta própria com CNPJ. Os chamados desalentados - aqueles que gostariam de trabalhar mas não estão procurando emprego - encerraram o segundo trimestre em 2,8 milhões, queda de 13,7% em relação ao período anterior e o menor nível em nove anos.
A expansão da ocupação ficou concentrada nos segmentos de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. O número de empregados no setor público chegou a 12,8 milhões, outro recorde da série histórica da PNAD.
O fato de outras atividades não terem registrado variação na ocupação mostra que há estabilidade e cautela nas operações e investimentos em setores como indústria e construção civil. A política comercial adotada pelos Estados Unidos em relação ao Brasil, com a taxação de 50% sobre diversos produtos, pode prejudicar ainda mais algumas atividades econômicas, levando ao fechamento de empresas e fábricas e a demissões.
Apesar dos avanços registrados, os resultados da PNAD Contínua reforçam a necessidade da adoção de políticas que estimulem setores estratégicos à economia do País, sobretudo diante das incertezas geradas pelo impasse comercial com os EUA. É imprescindível garantir a viabilidade dos empreendimentos e a consequente manutenção dos postos de trabalho, evitando, assim, que o desemprego não volte a crescer.