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Publicada em 21 de Julho de 2025 às 19:30

Apostas online são ameaça à saúde financeira no Brasil

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O avanço das apostas esportivas no Brasil tem provocado efeitos preocupantes sobre a saúde financeira da população. Dados do Banco Central  (BC) indicam que os brasileiros gastam cerca de R$ 30 bilhões por mês em plataformas online. Esses recursos, muitas vezes, são retirados do já apertado orçamento doméstico, comprometendo o pagamento de contas básicas e a aquisição de itens essenciais. O resultado aparece nos índices de inadimplência, que seguem altos, especialmente entre os mais vulneráveis.

O avanço das apostas esportivas no Brasil tem provocado efeitos preocupantes sobre a saúde financeira da população. Dados do Banco Central  (BC) indicam que os brasileiros gastam cerca de R$ 30 bilhões por mês em plataformas online. Esses recursos, muitas vezes, são retirados do já apertado orçamento doméstico, comprometendo o pagamento de contas básicas e a aquisição de itens essenciais. O resultado aparece nos índices de inadimplência, que seguem altos, especialmente entre os mais vulneráveis.

O 17º levantamento Observatório Febraban, realizado pela Federação Brasileira dos Bancos em parceria com o Ipespe, avaliou o impacto das apostas nas finanças pessoais. Para 81% dos entrevistados, as “bets” são vistas como muito negativas (50%) ou negativas (31%). A experiência de apostar representou prejuízos financeiros graves para 22% das pessoas ouvidas na pesquisa, já que as chances reais de ganhar são mínimas, e para muitos, a expectativa de lucro termina em frustração e dívida.

Entidades do varejo no Rio Grande do Sul também demonstram preocupação com os impactos dessa prática sobre o consumo das famílias. A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL-RS) e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) alertam para a queda no poder de compra, principalmente nas classes C, D e E, em razão do hábito crescente de apostar online. Além de comprometer o orçamento familiar, esse comportamento afeta diretamente o volume de vendas do comércio e a contratação de serviços.

A situação já chamou a atenção do governo, que regulamentou o setor por meio da Lei nº 14.790/2023. A nova legislação estabelece normas para a operação das apostas, cria canais para denúncias e prevê ações educativas sobre os riscos do jogo descontrolado, com foco na saúde mental.

Diante desse cenário, é urgente que o debate vá além da regulação e avance para ações concretas de educação financeira e proteção ao consumidor. É preciso ampliar campanhas de conscientização, sobretudo entre os jovens e os economicamente mais vulneráveis, e fortalecer mecanismos de prevenção ao endividamento. O crescimento desse mercado representa um desafio não apenas para as finanças individuais, mas também para o equilíbrio do comércio e da economia do País.

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