Porto Alegre,

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 15 de Julho de 2025 às 18:01

Jovens no campo e o futuro da agricultura familiar no Brasil

ARTE/JC
Compartilhe:
JC
JC
Nas últimas décadas, fatores econômicos e sociais motivaram os movimentos de migração das populações do campo para os centros urbanos no Brasil. A mecanização nas propriedades rurais reduziu a necessidade de mão de obra, assim como a busca por melhores condições de vida e de educação que levaram moradores do interior a se mudarem para as cidades. Segundo o Censo 2022, 4,3 milhões de pessoas deixaram o campo desde 2010, quando foi realizado o levantamento anterior.
Nas últimas décadas, fatores econômicos e sociais motivaram os movimentos de migração das populações do campo para os centros urbanos no Brasil. A mecanização nas propriedades rurais reduziu a necessidade de mão de obra, assim como a busca por melhores condições de vida e de educação que levaram moradores do interior a se mudarem para as cidades. Segundo o Censo 2022, 4,3 milhões de pessoas deixaram o campo desde 2010, quando foi realizado o levantamento anterior.
Para tentar reverter esse quadro, diferentes iniciativas buscam garantir a permanência dos jovens no campo, sobretudo aqueles oriundos de famílias que atuam na agricultura familiar. Em dezembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançou o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural. Voltado à promoção de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável nas áreas rurais, o Plano quer contribuir para a sucessão familiar e a melhoria da qualidade de vida da juventude no campo. A ideia é proporcionar acesso à terra e ao território, crédito, educação, saúde, trabalho, renda e os demais direitos para que os jovens sigam morando no meio rural. O público-alvo é composto principalmente por jovens de 15 a 29 anos, que são 22% da população brasileira.
Recentemente, o Senado aprovou a criação da Política Nacional de Juventude e Sucessão Rural (PL 2.674/2025) para integrar os programas e as ações voltadas à sucessão nas propriedades da agricultura familiar. Além de atuar no desenvolvimento de políticas para o acesso à terra e ao crédito rural, a ideia é buscar parcerias com instituições de ensino e entidades do Sistema S para promover o ensino no campo e também apoiar a criação de cooperativas e associações de jovens agricultores.
O Plano Safra da Agricultura Familiar também vem dando atenção a essa parcela da população. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) oferece uma linha de crédito para investimentos, compra de equipamentos e insumos destinada aos jovens agricultores na faixa etária entre 16 e 29 anos.
Reduzir o êxodo rural entre os jovens é essencial para garantir a continuidade da agricultura familiar no Brasil. O setor abrange cerca de 77% dos estabelecimentos agrícolas no País, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e é responsável por 70% de todos os alimentos produzidos, de acordo com o IBGE. Proporcionar condições para que a juventude nascida no campo possa permanecer e dar continuidade ao trabalho de seus pais nas propriedades rurais.

Notícias relacionadas