O anúncio de cessar-fogo entre Israel e Irã representa um alívio geopolítico significativo, com impactos diretos e indiretos na economia global e também na brasileira. Após a tensão dos últimos dias com os ataques entre os dois países que colocaram o Oriente Médio à beira de um conflito em larga escala, a pausa nas hostilidades abre espaço para um novo cenário de estabilidade e traz calma aos mercados.
Os maiores produtores de petróleo do mundo estão localizados no Oriente Médio. Durante o mais recente conflito entre israelenses e iranianos, o receio de interrupções no fornecimento pressionou os preços do barril de petróleo no mercado internacional. O Irã havia ameaçado interromper a passagem de navios pelo Estreito de Ormuz, por onde passa 20% do transporte global de petróleo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço dos combustíveis sofreu reajustes na semana passada em decorrência dos ataques e desse possível bloqueio no canal. O recuo nos ataques dá espaço para a desaceleração desses preços e pode contribuir para um cenário econômico mais favorável, em especial para países importadores.
O Brasil também vai se beneficiar com a trégua. Sem a pressão sobre os custos dos combustíveis e de insumos importados, não haverá maiores impactos na inflação. Além disso, com o ambiente externo mais calmo, os investimentos tendem a ser retomados, assim como as compras de commodities brasileiras.
Apesar disso, a trégua não acaba de vez com o conflito e os temores de um escalonamento na região, já abalada pela guerra entre Israel e a Palestina, que se arrasta desde outubro de 2023 sem uma solução. Um dos pontos mais sensíveis nas tensões entre Israel e Irã é a questão nuclear. O programa nuclear iraniano, que Teerã defende ter fins pacíficos, é visto com profunda desconfiança por Israel e por potências ocidentais. A escalada do conflito reacendeu temores de que instalações nucleares pudessem se tornar alvos militares, com consequências desastrosas para a segurança regional e global.
As disputas de poder e a instabilidade política predominam e mantêm o clima de tensão, e a comunidade internacional deve atuar como mediadora firme para garantir que os ataques entre Israel e Irã cessem definitivamente. O cessar-fogo é uma notícia positiva, mas é apenas o primeiro passo. A reconstrução da confiança e o avanço da diplomacia serão cruciais para transformar essa trégua em uma oportunidade real de desenvolvimento global e regional.